Danilo Fernandes impede vitória do Grêmio em um dos melhores jogos da temporada brasileira
Grêmio e Sport cumpriram à risca a expectativa que sobre eles recaía: a Arena do Tricolor Gaúcho, com mais de 33 mil torcedores, viu um dos melhores jogos da temporada. São raros os jogos, mesmo nas principais competições do planeta, que contabilizam mais chances de gol do que faltas marcadas, e o de ontem conseguiu isso: foram apenas 14 infrações (e nenhum cartão amarelo) e 16 oportunidades claras ao longo dos 90 minutos. Onze delas foram do time da casa, que só não saiu com os três pontos porque o goleiro Danilo Fernandes teve, talvez, a maior atuação de sua carreira.
Danilo, aliás, foi mais um goleiro a deixar a Arena do Grêmio como o homem do jogo. Recentemente, Fábio, do Cruzeiro, viveu noite semelhante. O Grêmio chutou 10 das 17 conclusões que teve para fora, mas reclamar da falta de pontaria é uma injustiça com seu ataque e com Danilo Fernandes. O time gaúcho mereceu a vitória, e não a conseguiu primordialmente devido à grande jornada do goleiro do Sport.
Grêmio e Sport fazem um campeonato parecido não só em pontos, mas por conta do ano que estão tendo. São equipes que fizeram um bom estadual em geral, mas cuja derrota na decisão causou desconfianças que só a ótima e surpreendente campanha que fazem no Brasileiro tornou capaz de esquecer. Roger Machado e Eduardo Baptista são dois nomes obrigatórios nas pautas sobre a renovação dos nossos treinadores. Claro, cometem seus erros, mas a coragem de ambos na montagem tática de suas equipes é admirável.
O que tem faltado a eles, vez por outra, é lidar um pouco melhor com as carências de seus elencos. Ontem, foi a vez de Eduardo errar: sem Maikon Leite, optou por retrancar o Sport, o que causou um forte domínio gremista no primeiro tempo. Com três volantes e nenhum meia criativo, o time pernambucano se viu encaixotado pelos gaúchos. O isolamento só não era total graças à dedicação de Marlone na marcação. Era ele quem, lá de vez em quando, fazia alguma ligação.
A entrada de Élber no lugar de Rodrigo Mancha no intervalo devolveu ao Sport seu esquema normal de jogo, o que deveria ter começado a partida. A equipe equilibrou, chegou ao empate (ainda que de forma quase acidental), mas logo seu técnico fechou o time novamente, e quase pagou caro por isso. O ponto fora de casa era importante, mas o Sport poderia tê-lo obtido sem precisar contar com a sorte (ou com seu goleiro) se encarasse o Grêmio mais de frente.
O Grêmio, ao contrário, deixa o campo frustrado pelo empate, mas a volta das boas atuações deixa margem é um alento. E há o dedo de Roger nisso. O posicionamento do quarteto de frente foi o mesmo de sempre no início, mas a liberdade de movimentação dos quatro confundiu a zaga rubro-negra a noite toda. A possibilidade de os quatro trocarem de posição constantemente, e dos laterais subirem mais que em jogos passados, foi o antídoto encontrado pelo treinador para tornar o Grêmio surpreendente, quando muitos já apontavam que a equipe estava se tornando conhecida pelos adversários e, por isso, previsível.
O melhor momento gremista na partida veio quando Luan e Pedro Rocha jogaram um ao lado do outro, colados como nunca estiveram até agora na temporada. O 1 a 0 demorou a sair, e o lance simboliza o belo primeiro tempo que fez o time gaúcho: Walace, o dono do meio-campo, achou Pedro Rocha pelo lado direito, no qual ele não costuma estar. O garoto aplicou um lindo drible em Danilo e fuzilou o goleiro. Com 8 gols em 21 jogos, sua média de gols é alta para um não-centroavante. Jogador não de futuro, mas de presente, que mesmo com Bobô não merece deixar o time.
A origem máxima de toda a decepção da torcida azul, claro, é o longo jejum de títulos. É por causa dele que a expectativa a cada sequência de vitórias aumenta e empolga aqueles que acham que "desta vez vai". É preciso ter em conta, porém, que o Grêmio faz campanha acima da expectativa inicial, e cumpre a alta média imposta por Roger de 9 pontos conquistados a cada 15 disputados, já que tem 27 em 45, um alto aproveitamento de 60% - que, aliás, dificilmente será mantido. Ainda assim, como dissemos quinta-feira, era jogo para vitória: com três adversários duros em sequência, a tendência agora é o Tricolor perder contato com a ponta de cima - pode recuperar adiante, já que o início do returno é bem menos duro. Os três pontos diante do Sport eram importantes bem mais por isso do que simplesmente por terminar a rodada no G-4, ou à frente dos pernambucanos.
Danilo, aliás, foi mais um goleiro a deixar a Arena do Grêmio como o homem do jogo. Recentemente, Fábio, do Cruzeiro, viveu noite semelhante. O Grêmio chutou 10 das 17 conclusões que teve para fora, mas reclamar da falta de pontaria é uma injustiça com seu ataque e com Danilo Fernandes. O time gaúcho mereceu a vitória, e não a conseguiu primordialmente devido à grande jornada do goleiro do Sport.
Grêmio e Sport fazem um campeonato parecido não só em pontos, mas por conta do ano que estão tendo. São equipes que fizeram um bom estadual em geral, mas cuja derrota na decisão causou desconfianças que só a ótima e surpreendente campanha que fazem no Brasileiro tornou capaz de esquecer. Roger Machado e Eduardo Baptista são dois nomes obrigatórios nas pautas sobre a renovação dos nossos treinadores. Claro, cometem seus erros, mas a coragem de ambos na montagem tática de suas equipes é admirável.
O que tem faltado a eles, vez por outra, é lidar um pouco melhor com as carências de seus elencos. Ontem, foi a vez de Eduardo errar: sem Maikon Leite, optou por retrancar o Sport, o que causou um forte domínio gremista no primeiro tempo. Com três volantes e nenhum meia criativo, o time pernambucano se viu encaixotado pelos gaúchos. O isolamento só não era total graças à dedicação de Marlone na marcação. Era ele quem, lá de vez em quando, fazia alguma ligação.
A entrada de Élber no lugar de Rodrigo Mancha no intervalo devolveu ao Sport seu esquema normal de jogo, o que deveria ter começado a partida. A equipe equilibrou, chegou ao empate (ainda que de forma quase acidental), mas logo seu técnico fechou o time novamente, e quase pagou caro por isso. O ponto fora de casa era importante, mas o Sport poderia tê-lo obtido sem precisar contar com a sorte (ou com seu goleiro) se encarasse o Grêmio mais de frente.
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Os quatro atacantes do Grêmio em posições diferentes do habitual |
O melhor momento gremista na partida veio quando Luan e Pedro Rocha jogaram um ao lado do outro, colados como nunca estiveram até agora na temporada. O 1 a 0 demorou a sair, e o lance simboliza o belo primeiro tempo que fez o time gaúcho: Walace, o dono do meio-campo, achou Pedro Rocha pelo lado direito, no qual ele não costuma estar. O garoto aplicou um lindo drible em Danilo e fuzilou o goleiro. Com 8 gols em 21 jogos, sua média de gols é alta para um não-centroavante. Jogador não de futuro, mas de presente, que mesmo com Bobô não merece deixar o time.
A origem máxima de toda a decepção da torcida azul, claro, é o longo jejum de títulos. É por causa dele que a expectativa a cada sequência de vitórias aumenta e empolga aqueles que acham que "desta vez vai". É preciso ter em conta, porém, que o Grêmio faz campanha acima da expectativa inicial, e cumpre a alta média imposta por Roger de 9 pontos conquistados a cada 15 disputados, já que tem 27 em 45, um alto aproveitamento de 60% - que, aliás, dificilmente será mantido. Ainda assim, como dissemos quinta-feira, era jogo para vitória: com três adversários duros em sequência, a tendência agora é o Tricolor perder contato com a ponta de cima - pode recuperar adiante, já que o início do returno é bem menos duro. Os três pontos diante do Sport eram importantes bem mais por isso do que simplesmente por terminar a rodada no G-4, ou à frente dos pernambucanos.
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