Entre o misto e o ideal

O empate em 0 a 0 com o São Paulo (6º, 7) é absolutamente normal para o Internacional (14º, 5). Já seria se ambos viessem completos, pois são equipes do mesmo porte. Com vários desfalques, então, chegou a ser saudado por Diego Aguirre como um bom resultado. Sincero como sempre, o uruguaio não teve medo de admitir que mesmo um tropeço em casa possa ser bom em determinadas circunstâncias. Foi o caso de ontem à tarde, num Beira-Rio com ótimo público de 30 mil torcedores.

A questão que se coloca, e é minha curiosidade desde já, é qual será a postura que Aguirre terá durante o Campeonato Brasileiro. No primeiro semestre, foi simples: em meio a mata-matas de Libertadores, os reservas atuavam em vários jogos do Gauchão e deste começo de Brasileiro. Como o sistema de jogo exige muito fisicamente e requer todos na ponta dos cascos, era o procedimento normal. Mas e num campeonato de 38 rodadas, com jogos às quartas e domingos? Como será esse rodízio?

A resposta só virá, mesmo, depois da Libertadores, ganhe o Inter ela ou não. Até porque, antes do confronto com o Tigres, o time titular da copa continental raramente irá jogar. Mas convém notar que a equipe que jogou ontem no Beira-Rio, embora cheia de desfalques, é bem próxima da titular que havia à disposição: D'Alessandro, Eduardo Sasha e Aránguiz serão desfalques por todo o junho. Nilmar e Valdívia não puderam jogar, mas retornarão antes deles. E o desempenho, com menos de uma semana de descanso, e com boa parte dos titulares do momento em campo, não foi o mesmo dos últimos jogos. Mas tudo normal, claro. Veremos como se sairá a equipe no Allianz Parque, quinta-feira.

Santos: os jogos das 11:00 têm se dividido entre públicos ótimos e públicos decepcionantes. Ou seja: não influenciam em nada a ida ou não dos torcedores aos estádios - ou influenciam bem menos que o momento dos times. Ontem, a Vila Belmiro recebeu um público excelente para suas dimensões: 13 mil pessoas viram o Santos (12º, 4) entregar no fim um 2 a 2 para o Sport (2º, 8), que segue invicto.

Belo Horizonte: passeio do Atlético-MG (5º, 7) em cima do Vasco (17º, 3), um 3 a 0 construído ainda no primeiro tempo, diante de 18 mil torcedores no Independência. A equipe cruz-maltina segue sem vitórias, e já está na zona de rebaixamento. Começo bem preocupante para quem acabou de voltar da Série B.

São Paulo: no clássico dos pressionados, quem arrumou a casa foi o Palmeiras (11º, 5). Os 2 a 0 sobre o Corinthians (9º, 7) caem como uma luva para tranquilizar o ambiente no Parque, e deixá-lo próximo insustentável em Itaquera. Foi a terceira derrota do Timão em seu estádio, desta vez diante de 29 mil torcedores.

Florianópolis: o Cruzeiro (19º, 1) não vai cair, mas começa a perder pontos preciosos e a ficar para trás, o que pode dificultá-lo na busca de uma conquista maior de tabela. Ontem, no Orlando Scarpelli (6 mil), foi o primeiro time a perder para o Figueirense (15º, 4) no campeonato, com direito a tomar de Carlos Alberto. Que fase.

Em tempo:
- Na Argentina, o Boca (3º, 28) levou 2 a 0 do instável Vélez (17º, 18) e deixou a ponta apenas com o San Lorenzo (31). O River (2º, 28), porém, está à espreita: fez 2 a 0 no Rosario Central (5º, 27) e está a apenas três pontos de distância, com um jogo a menos. O Racing (4º, 27) venceu o Aldosivi (11º, 21) fora de casa por 2 a 1 e completa a zona da Libertadores junto do Belgrano (6º, 26).

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