Preservação (quase) zero



Mesmo precisando fazer 2 a 0 no Guaraní na próxima quinta para manter vivo o sonho do bi da Libertadores, o Racing foi com tudo para o clássico diante do Independiente. Não é que não poupou ninguém: é que ninguém se poupou. Camacho, Cerro e Díaz, os únicos titulares que ficaram no banco, entraram no decorrer do jogo. Isso que a presença deles nem era essencial para que o técnico Diego Cocca assegurasse uma equipe sempre forte no duelo de Avellaneda, já que os substitutos Óscar Romero, Acuña e Aued (este um titular em tese, que voltou de lesão após dois meses) foram todos muito bem, essenciais na vitória por 1 a 0 sobre o Rojo.

O clássico foi excelente. Cancha lotada e muita disputa, como todo duelo entre os dois rivais, mas sempre com lances de ataque e futebol bem jogado. O Independiente, apesar da má colocação, fez um enfrentamento parelho, mas só após ter sofrido o gol. Os primeiros 25 minutos foram dominados pelo Racing. Jogando em linha adiantada, o time da casa não deixava os vermelhos respirarem. Pelos volantes Aued e Videla, nada passava; Romero fazia um ótimo duelo com Tagliafico pela direita ofensivo, mas Acuña e Bou dominavam o inseguro lateral Toledo pela canhota. Era por ali que poderia sair o gol, mas não: foi com Acuña ingressando de surpresa pelo lado contrário e caindo em dividida com o zagueiro Cuesta, após uma empolgante sequência de contragolpes dos dois lados. Germán Delfino deu o pênalti - discutível, não necessariamente inexistente, pois houve o contato. Diego Milito converteu.

É na hora de propor jogo que as fragilidades técnicas de uma equipe aparecem. O Independiente mostrou não ser um time ruim, mas sim inferior ao rival. Albertengo, centralizado, ia sempre muito bem quando acionado por Pisano ou Mancuello, mas a equipe vermelha parecia fazer mais força para atacar do que o Racing, que chegava sempre com naturalidade à meta de Rodríguez.

A equipe visitante voltou mais acesa para o segundo tempo, chegou a esboçar uma dominação, mas as entradas de Camacho e Cerro ao Racing deram a este o controle definitivo da partida. Os 30 minutos finais de partida foram totalmente controlados pela Academia, e somente o placar mínimo é que dava ao jogo ainda uma ponta de tensão. Mesmo a saída de Aued, o melhor em campo, impecável no combate e auxiliando na saída de jogo, tirou da equipe de Cocca o controle do jogo.

A vitória sobre o maior rival devolve o Racing à briga pela liderança. Boca Juniors, Rosario Central e Belgrano, então os três primeiros, tropeçaram (o Boca levou 3 a 0 em plena Bombonera - vazia - do modesto Aldosivi). O San Lorenzo aproveitou, fez 3 a 0 no Sarmiento, e foi aos mesmos 28 pontos dos xeneizes - o Racing, 6º, tem 24. Mas, mais do que isso, o resultado confirma a equipe de Avellaneda como a principal da Argentina no momento: atual campeã nacional, na briga pelo bi em 2015 e com uma vitória em clássico que lhe dá muita moral para o jogo de quinta. O Guaraní que se cuide.

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Ficha técnica
Campeonato Argentino 2015 - 13ª rodada
24/maio/2015
RACING 1 x INDEPENDIENTE 0
Local: Cilindro, Avellaneda (ARG)
Árbitro: Germán Delfino (ARG)
Público: 41.290
Renda: $ 1.747.500,00
Gol: Diego Milito (pênalti) 22 do 1º
Cartão amarelo: Acuña, Videla, Cabral, Méndez e Bellocq
Expulsão: Mancuello 43 do 2º
RACING: Saja (6), Pillud (7), Lollo (6), Cabral (7) e Grimi (6); Videla (6) (Cerro, 14 do 2º - 6), Aued (8) (Díaz, 32 do 2º - 6), Óscar Romero (7) (Camacho, 11 do 2º - 7) e Acuña (7); Bou (7) e Diego Milito (8). Técnico: Diego Cocca
INDEPENDIENTE: Rodríguez (8), Toledo (4), Victorino (6), Cuesta (5) e Tagliafico (7); Méndez (6) (Bellocq, 31 do 2º - 5), Mancuello (6), Benítez (5) (Riaño, 18 do 2º - 6), Pisano (6) e Papa (6) (Pizzini, 35 do 2º - sem nota); Albertengo (6). Técnico: Jorge Almirón

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