Dois dias de reencontros

A cada ano que passa, diz-se que as semifinais da Liga dos Campeões da Europa são as mais sensacionais dos últimos tempos. Talvez seja exagero, mas as de 2014/15 realmente chamam a atenção, especialmente por reavivarem reencontros entre seus personagens.

Hoje, há um reencontro de dois clubes. A Juventus, tão esquecida há um bom tempo nas decisões europeias, reencontra-se com sua grandeza e com o Real Madrid, adversário na final de 1998 e na semifinal de 2003, dois duelos épicos, históricos. Completamente dominadora dentro da Itália, entra como franco-atiradora diante do time espanhol, por mais que seu tamanho indique dois duelos equilibrados. É claro que Benzema fará falta aos madrilenhos, mas a ausência de Pogba é gravíssima para a Juve. Mesmo em uma fase tão adiantada, é possível indicar favoritismo para a equipe de Madrid no confronto - hoje, em Turim, não.

O reencontro de amanhã, então, é ainda mais especial. Primeiro, porque defrontará dois clubes que se enfrentaram numa semifinal muito marcante dois anos atrás, na qual os alemães trituram os espanhóis com duas goleadas. Segundo, claro, por causa de Guardiola. Mesmo bicampeão alemão, vive fase turbulenta em termos de clima no Bayern. Receberá, certamente, muito mais carinho dos adversários no Camp Nou - a torcida do Barcelona o receberá com a pompa e circunstância que o técnico mais vitorioso da história do clube merece.

Será o confronto entre criador e criatura, sem que saibamos mais qual das duas criaturas (a bávara ou a catalã) se parece mais com o criador. Algumas perguntas são difíceis de responder. Por exemplo: quem terá mais posse de bola nesse jogo? O Barça chegou a ficar 316 partidas seguidas entre 2008 e 2013 com superioridade neste quesito, mas agora o Bayern é que está moldado à semelhança de Pep.

Não sei dizer se serão as duas semifinais mais sensacionais dos últimos anos, mas que serão sensacionais não há dúvida. Ingredientes para isso é o que não falta.

Seleção do Gauchão
Como sempre, algumas unanimidades e outras discordâncias com relação a seleções de campeonatos. Na oficial do Gauchão 2015, eleita na nababesca sede da FGF, não poderia ser diferente. Valdívia foi mesmo o melhor jogador do Gauchão, mas a ausência de Giuliano é uma tremenda injustiça. Foi, até as duas decisões, quem disputava com o meia colorado o título de craque do campeonato. Fez um estadual superior ao de D'Alessandro e Paulo Baier, e merecia entrar pelo menos no onze inicial.

Na lateral esquerda, Rafael Forster esteve longe de fazer um grande campeonato. Quanto ao técnico, apesar de alguns belos trabalhos de técnicos das equipes menores, Diego Aguirre merecia ser eleito. De resto, grandes acertos: Bruno Grassi, Pereira, Rodrigo Dourado, Michel... E, principalmente, a grande representatividade do interior na seleção. Colocar 6 dos 11 titulares é um reconhecimento merecido ao bom trabalho que foi feito nos times pequenos em 2015.

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