Titulares, reservas e outras polêmicas



Torcedor, provado está há muito tempo, não tem paciência com time reserva. As justificativas são várias, normalmente justas, e invariavelmente caem no famoso "eles ganham milhões pra descansar em casa". No Internacional, a discussão estourou ontem, e acabou até em bate-boca do zagueiro Paulão com torcedores que foram ao Antônio David Farina, além de entrevistas em tom de desabafo, embora o resultado tenha sido de vitória.

O Inter tem balanceado bem a utilização de time titular e suplente no estadual, e a escalação de um time reserva em Veranópolis se justifica. A equipe principal teve um jogo desgastante e uma viagem longa na semana passada, o Gauchão está sob controle e o time B vem tendo aproveitamento até superior ao A na competição regional. O que irrita, porém, são alguns descritérios.

Vitinho canaliza isso, o que é plenamente justificável. Pouco utilizado na equipe titular, pela qual costuma apenas entrar no segundo tempo, ele também não atua no Gauchão. Está à frente de Valdívia, por exemplo, na hierarquia de meias-atacantes do grupo colorado, mas atua menos que o colega, que é titularíssimo do time do Gauchão. É difícil de entender o critério de Aguirre neste caso, e por isso o torcedor extravasou. Ontem era jogo para ele, embora tenha jogado por 45 minutos no Equador no meio de semana.

Seja como for, e por mais questionáveis que sejam suas escolhas, a estrela de Aguirre brilhou de novo. Em Manta, tirou Vitinho do banco e ele fez o gol salvador. Ontem, o mesmo se deu com Taiberson. Nomes como Alex, Jorge Henrique e o próprio Taiberson já haviam sido decisivos ao sair do reservado para o gramado no segundo tempo, e não se trata simplesmente de um "mexe bem porque escala mal". O uruguaio vem gerindo bem o elenco no que diz respeito à administração das competições paralelas, e se os suplentes que entram dão resposta é sinal, mais do que tudo, de que as opções que o plantel oferece são boas. Mas que alguns critérios do treinador colorado são questionáveis, ah, são.

Quanto ao jogo de ontem em si, quase nada a declarar. Foi horroroso, tanto que a única jogada realmente bem feita em todos os 90 minutos foi a do gol de Taiberson. Partida sonolenta e péssima tecnicamente.

Três blocos
Faltando três rodadas para o fim da primeira fase, ninguém está classificado ou rebaixado no Gauchão. O regulamento pode causar desinteresse das equipes cedo demais, mas a FGF deu sorte: o equilíbrio do certame torna as disputas interessantes, e absolutamente todos os 16 participantes seguem tendo o que disputar.

São três blocos, cada um na sua. No primeiro, Grêmio, Inter e Ypiranga, praticamente classificados, disputam a liderança e a vantagem nas fases posteriores. O segundo vai do Cruzeiro (20 pontos) ao Aimoré (15), passando por Brasil, Juventude, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Lajeadense e São José. O terceiro, da luta contra a queda, envolve Veranópolis, São Paulo, Caxias, Avenida e União Frederiquense.

O Caxias, por sinal, estava dando um passo importante para escapar da zona de rebaixamento. Ganhava do forte Cruzeiro em Gravataí, mas cedeu o 1 a 1 a cinco minutos do fim. Quarta, a rodada abre às 17:00 com um duelo direto e mortal entre Caxias e São Paulo. É para baixar o preço do ingresso e lotar o Centenário, pois a salvação grená passa direta e intransferivelmente por esta partida.

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