2002 é logo ali
Que os estaduais são um fracasso, não resta dúvida. Baixo público, espaço demais no calendário, jogos de baixo nível técnico. E isso tudo irrita não apenas quem somente vê os jogos: a Globo também parece cansada, o que abre espaço para a volta das copas regionais.
Segundo reportagem da ESPN, um dos assuntos mais comentados no voo da seleção brasileira rumo a Paris é justamente a ideia de retomada do Torneio Rio-São Paulo. Além do fracasso de audiência dos campeonatos estaduais no formato atual, o sucesso da Copa do Nordeste pesa. Vale lembrar que esta ideia não é nova: em 2013, alguns dirigentes cogitaram a volta da Copa Sul-Minas exatamente por estes mesmos motivos. A proposta não foi adiante naquela oportunidade - só o Atlético-PR a abraçou de verdade. Agora, com os dois principais eixos futebolísticos do país e a emissora detentora dos direitos de transmissão interessados, a robustez é outra na hora de peitar as federações estaduais.
Se é lógico que começar o ano com jogos como Corinthians x Fluminense ou Internacional x Cruzeiro é muito mais interessante, por outro é preciso pensar nos clubes pequenos. Porque a medida de retornar os regionais é primordialmente econômica, e nem sempre (ou quase nunca) isso traz benefícios a quem é mais pobre. Em suma: a volta destes torneios poderá ser ótima para os grandes e seus torcedores, mas não pode deixar de lado os clubes de comunidades menores e mais modestas. Elas também são o futebol brasileiro, e relegá-las a um terceiro plano (já estão no segundo) só ajuda a enfraquecer ainda mais o esporte no país.
Como equacionar essa questão? Principalmente, transformando os estaduais em torneios classificatórios para os regionais, os quais dariam a chance de um Ypiranga, dono de uma ótima campanha no Gauchão 2015, disputar um torneio de 13 ou 15 datas com o Atlético-MG, se fosse bem no estadual. Isso exigiria uma grande mudança no calendário, uma remodelação completa, extensa demais para nos alongarmos aqui. Nesta semana, outra conversa que surgiu foi a tão batida, e nunca posta em prática, adequação do calendário brasileiro ao europeu. Se pros grandes talvez isso não seja necessário, pros pequenos seria fundamental um torneio no segundo semestre que classificasse para o regional da primeira metade do ano seguinte. A questão é o que fariam os pequenos eliminados no primeiro semestre. E se adequar o nosso calendário ao da Europa faz mesmo sentido.
Nada disso muda qualquer coisa em relação aos famosos 7 a 1. Nada disso muda o básico de nossa estrutura, a qual precisa ser revolucionada. Todas essas discussões pertencem à superfície, não à raiz de nossos graves problemas. Mas uma coisa é certa: há muita gente incomodada com o calendário atual, que, se não é pior do que os de décadas passadas, segue péssimo. É a discussão sobre mata-mata, sobre calendário de agosto a maio, sobre os torneios regionais... Ainda não se sabe ao certo por onde começar as tão necessárias mudanças, mas elas devem ocorrer, e não vão demorar. Se a gritaria dos torcedores não pesa, baixas rendas e audiências com certeza sim. No fim, como sempre, o bolso é que manda. Também por isso é que estamos tão mal.
Segundo reportagem da ESPN, um dos assuntos mais comentados no voo da seleção brasileira rumo a Paris é justamente a ideia de retomada do Torneio Rio-São Paulo. Além do fracasso de audiência dos campeonatos estaduais no formato atual, o sucesso da Copa do Nordeste pesa. Vale lembrar que esta ideia não é nova: em 2013, alguns dirigentes cogitaram a volta da Copa Sul-Minas exatamente por estes mesmos motivos. A proposta não foi adiante naquela oportunidade - só o Atlético-PR a abraçou de verdade. Agora, com os dois principais eixos futebolísticos do país e a emissora detentora dos direitos de transmissão interessados, a robustez é outra na hora de peitar as federações estaduais.
Se é lógico que começar o ano com jogos como Corinthians x Fluminense ou Internacional x Cruzeiro é muito mais interessante, por outro é preciso pensar nos clubes pequenos. Porque a medida de retornar os regionais é primordialmente econômica, e nem sempre (ou quase nunca) isso traz benefícios a quem é mais pobre. Em suma: a volta destes torneios poderá ser ótima para os grandes e seus torcedores, mas não pode deixar de lado os clubes de comunidades menores e mais modestas. Elas também são o futebol brasileiro, e relegá-las a um terceiro plano (já estão no segundo) só ajuda a enfraquecer ainda mais o esporte no país.
Como equacionar essa questão? Principalmente, transformando os estaduais em torneios classificatórios para os regionais, os quais dariam a chance de um Ypiranga, dono de uma ótima campanha no Gauchão 2015, disputar um torneio de 13 ou 15 datas com o Atlético-MG, se fosse bem no estadual. Isso exigiria uma grande mudança no calendário, uma remodelação completa, extensa demais para nos alongarmos aqui. Nesta semana, outra conversa que surgiu foi a tão batida, e nunca posta em prática, adequação do calendário brasileiro ao europeu. Se pros grandes talvez isso não seja necessário, pros pequenos seria fundamental um torneio no segundo semestre que classificasse para o regional da primeira metade do ano seguinte. A questão é o que fariam os pequenos eliminados no primeiro semestre. E se adequar o nosso calendário ao da Europa faz mesmo sentido.
Nada disso muda qualquer coisa em relação aos famosos 7 a 1. Nada disso muda o básico de nossa estrutura, a qual precisa ser revolucionada. Todas essas discussões pertencem à superfície, não à raiz de nossos graves problemas. Mas uma coisa é certa: há muita gente incomodada com o calendário atual, que, se não é pior do que os de décadas passadas, segue péssimo. É a discussão sobre mata-mata, sobre calendário de agosto a maio, sobre os torneios regionais... Ainda não se sabe ao certo por onde começar as tão necessárias mudanças, mas elas devem ocorrer, e não vão demorar. Se a gritaria dos torcedores não pesa, baixas rendas e audiências com certeza sim. No fim, como sempre, o bolso é que manda. Também por isso é que estamos tão mal.
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