Equilíbrio como nunca vimos

Quem nasceu nos anos 1970 e 1980 e viveu a Copa do Mundo de 1994 certamente trata o grupo que reuniu Itália, Irlanda, Noruega e México como o mais equilibrado de todos os tempos em competições de seleções. Naquela oportunidade, as quatro equipes chegaram empatadas em pontos para a última rodada da primeira fase, com 3 pontos e saldo zero. México e Irlanda levavam vantagem por terem 2 gols marcados, contra 1 de italianos e noruegueses.

Em Copas do Mundo, nada parecido se viu em anos posteriores. E nem nos anteriores, por sinal. Em 1982, Itália, Peru, Polônia e Camarões também chegaram iguais, mas os poloneses terminaram na liderança ao golearem os peruanos na última rodada. Na Copa de 1994, dois empates na última rodada (Itália 1 x 1 México, Irlanda 0 x 0 Noruega) deixaram os quatro selecionados com 4 pontos, saldo zero, e o número de gols marcados é que definiu a eliminação dos noruegueses. Aquele grupo virou uma espécie de um hors-concours quando o assunto é um exemplo de paridade de forças.

Pois a Copa Africana de Nações de 2015 superou aquela chave de 21 anos atrás, ao menos no panorama para a rodada final. Hoje à tarde, às 16:00 (de Brasília), Camarões, Costa do Marfim, Guiné e Mali entram em campo empatados em todos os critérios: 2 pontos, saldo zero, 2 gols marcados. Absolutamente todos os jogos da chave acabaram empatados em 1 a 1. Para acrescentar um tempero extra ao dia decisivo, um dos confrontos reúne os dois favoritos, Camarões e Costa do Marfim, e outro as zebras, Guiné e Mali.

Isso significa que poderemos, quem sabe, ter uma chuva de gols hoje à tarde. Afinal, o número de gols marcados pode ser decisivo. Quem empatar no placar mais alto pode levar a melhor, uma situação que lembra, em parte, aquele conveniente Dinamarca 2 x 2 Suécia, da Euro 2004. Ou, quem sabe, veremos a classificação das seleções que tiverem menor número de cartões amarelos e expulsões, o que talvez faça os times tirarem o pé em um jogo decisivo. Neste caso, os marfinenses saem perdendo: Gervinho foi o único expulso da competição até o momento.

Seja como for, é uma rodada para se conferir de perto, especialmente pelo inusitado da situação. Camarões x Costa do Marfim é o que há mais próximo do melhor que o futebol africano pode oferecer. Vivendo um caso inusitado, então, o interesse dobra.

Elas não saem das savanas
Nada de zebras até agora na Copa Africana de Nações. A anfitriã Guiné Equatorial conseguiu passar de fase, a Tunísia também. O máximo, talvez, tenha sido a eliminação de Zâmbia, campeã de 2012, mas que já havia ido mal na edição de 2013 e não conseguiu se classificar para a Copa do Mundo do Brasil. Ontem, Gana e Argélia passaram no grupo teoricamente mais equilibrado, eliminando África do Sul e Senegal. Ainda assim, eram as seleções mais fortes, por terem sido as que disputaram o último Mundial.

Em tempo:
- Grande vitória do Chelsea sobre o Liverpool na prorrogação, pela Copa da Liga Inglesa. Ivanovic, mais uma vez, foi o herói dos azuis de Londres.

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