Cadê a velocidade?

Mais do que qualidade, o que falta ao Grêmio é velocidade. Isso já vem de algum tempo. Por isso, no ano passado, Dudu era um jogador tão valorizado pelos gremistas: ele quebrava a lerdeza de um time repleto de jogadores pesados. Ontem, em Cascavel, isso ficou nítido. E muitos outros avisos foram dados no empate de 1 a 1, que só foi conquistado graças a um constrangedor erro de arbitragem.

A concepção de time de Luiz Felipe está errada. E há muitos equívocos: com Barcos e Marcelo Moreno juntos, o argentino sai demais da área e perde sua razão de estar no time. Em 2013, foi odiado por boa parte da torcida justamente por jogar longe demais do gol. Mas não é só: Douglas deixa o time ainda mais lento do que é. Marcelo Oliveira e Marcelo Hermes também são lentos. Ontem, só quando Matías Rodríguez conseguia escapar pela direita, em velocidade, é que o time criava algum perigo. Na marcação, porém, ele segue débil. A fragilidade com que foi envolvido no gol do Cascavel é digna de um centroavante improvisado como zagueiro central.

A ideia de que Luan possa dar a velocidade que compensa a lerdeza de Douglas é outro problema que precisa ser logo detectado. Trata-se de uma premissa absolutamente falsa. Tudo porque Luan é atacante, e não meia. Seus melhores momentos no Grêmio foram jogando ao lado de Barcos, dentro da área. Ele é jogador de drible e tabelamento curto, com conclusão na área, como fez contra o Flamengo, no Maracanã. Ontem, em sua melhor jogada na partida, quase fez gol assim - driblou o goleiro na velocidade do arranque curto, quase terminal, mas a zaga tirou em cima da linha. Longe da área, tentando armar jogo, é um jogador lento, previsível, que joga fora do seu habitat natural. Isso faz muitos torcedores pensarem - erroneamente - de que ele é uma enganação, um jogador mole, frouxo. Ele só não é meia, simplesmente.

Não é à toa que Paulinho, mesmo que tenha suas limitações, tenha melhorado bastante o Grêmio em Cascavel. Com ele, o time ganhou velocidade, o que mais faltava no primeiro tempo. O erro de Felipão foi ter trocado seis por meia dúzia duas vezes, ao retirar Moreno por Everaldo e Barcos por Lucas Coelho. A formação com dois centroavantes ficou em campo os 90 minutos. Talvez Luiz Felipe insista nela para mostrar a todo mundo que não funciona, e aí legitimar a reserva de um dos dois grandes centroavantes que o Grêmio tem. Como se já não bastassem todos os exemplos que a história já deu.

Luto
Foi com absoluta perplexidade que recebi a notícia mais triste do fim de semana. Luiz Fernando Costa era muito novo, 53 anos, e recém havia recebido alta do Hospital Mãe de Deus. O que mais choca é, que ao menos eu, não lembro de outro vice de futebol que tenha falecido na ativa dentro do futebol gaúcho. Que descanse em paz, e que a família tenha força nesse momento difícil. Meus sentimentos à torcida do Internacional.

Em tempo:
- Bom começo de ano do Flamengo. Ganhou clássico contra o Vasco e, ontem, jogou melhor e bateu o São Paulo.

- Segue o desmanche no Cruzeiro. Depois de Moreno, Goulart, Nílton e Egídio, agora Lucas Silva e Éverton Ribeiro deixam o clube. Os resultados iniciais não são bons - ontem, empate em 1 a 1 com o Shakhtar Donetsk. Mas poucos vêm tendo grandes resultados. É começo de festa pra todo mundo.

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