A primeira derrota e a primeira vitória

Quando o empresário Fernando Otto, em suas sistemáticas entrevistas às rádios gaúchas na tarde da última sexta, disse que o Internacional já havia feito todo o esforço para contratar De Arrascaeta, e se o perdesse não seria por falta de empenho, o fim da negociação já estava previsto. Daniel Fonseca, ex-atacante da seleção uruguaia do início dos anos 90, é um homem de palavra, mas também não rasga dinheiro. A proposta cruzeirense era superior, e à vista. O Inter historicamente sabe valorizar seus atletas na hora de negociá-los, mas o Cruzeiro, por ser bicampeão brasileiro, tem um poder de revenda atualmente ainda maior - vide a incrível cifra pela qual deixou Ricardo Goulart ir para o futebol chinês.

O Cruzeiro levou De Arrascaeta principalmente porque mostrou mais bala na agulha na hora de contratá-lo. Tanto que chegou, pagou e levou. O negócio foi fechado em 24 horas. A notícia de que o Internacional fechou com o meia é de 12 de dezembro, ou seja, 35 dias atrás. Em cinco semanas o clube gaúcho não foi capaz de dar as garantias necessárias para fechar o negócio. A demora abriu a brecha que o time mineiro precisava para entrar na jogada e se atravessar. O Inter foi lento demais, e o Cruzeiro, com milhões nas mãos após uma grande venda, conseguiu ser rápido demais.

Esta foi a primeira derrota colorada em 2015 no campo das negociações, e uma derrota dura. Afinal, muitos podem ainda não conhecê-lo tão bem, mas De Arrascaeta é um jogador de exceção. Seria, sem dúvida, a maior contratação do futebol brasileiro neste ano. O Internacional não apenas o perde, mas o perde justamente para um de seus principais rivais na Libertadores, o Cruzeiro, que não apenas repõe Goulart como melhora a qualidade do seu meio-campo (o uruguaio é mais jogador). A declaração de Piffero dizendo que De Arrascaeta "seria caro para um reserva" é recheado de despeito e orgulho. As uvas estão verdes, não é, presidente?

Bom amistoso
Em campo, o time de Diego Aguirre começou bem: ainda sem Réver e Vitinho, fez 3 a 1 no Juventude no Alfredo Jaconi com imposição e naturalidade, jogando melhor com os titulares e fazendo um duelo bem interessante com seus reservas. Das caras novas, Léo e Nílton foram as que chamaram mais a atenção.

Jogo morno
O Grêmio, talvez pela falta de desafio, foi pouco além da obrigação de vencer o semiprofissional Gramadense por 2 a 0. Os titulares decepcionaram Felipão, por mais que ele minimize isso ou não confesse em entrevistas. Tanto que ontem o técnico já treinou ontem um esquema novo, bem menos promissor, incluindo Galhardo no meio. Mas talvez seja como disse Douglas: diante do Gramadense, mesmo com uniforme oficial, a equipe tratou a ocasião como treino. Diante do Novo Hamburgo, amanhã, é jogo, e com cara de Gauchão, a prioridade do começo de ano.

Em tempo:
- O Grêmio segue firme na Copa São Paulo. Fez 4 a 1 no Goiânia e agora pega o Botafogo-SP. Há tempos a equipe não ia tão longe no torneio.

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