Um brinde ao menos incompetente
Já vinhamos dizendo há algum tempo que este era o Campeonato Brasileiro mais desigual de todos os tempos, no qual sete times dominavam o certame e os demais estavam bem abaixo. A última rodada confirmou: o último domingo do ano no futebol nacional teve, de um lado, o Cruzeiro vencendo o Fluminense na festa da taça e chegando aos 80 pontos, um desempenho inédito desde que o campeonato de pontos corridos passou a ter 20 clubes (o São Paulo de 2006 havia conquistado 78). De outro, um Palmeiras que se tornou o time que precisou de menos pontos na história para escapar da queda: 40 pontos, dois a menos que o Atlético Goianiense de 2010 e incríveis 40 atrás do Cruzeiro, que pontuou o dobro, portanto, que o próprio Palmeiras.
A luta dos três desesperados foi absolutamente patética. De fato, o menos pior é que ficou. Palmeiras, Vitória e Bahia precisavam vencer - no caso dos dois baianos, eram necessários ainda resultados paralelos. Quem esteve mais perto disso foi o Bahia, que abriu cedo 2 a 0 sobre o Coritiba e via o Verdão ser rebaixado ao tomar um gol do Atlético Paranaense, que dominava completamente o jogo na Arena Palestra. Tal situação durou exatos oito minutos. A seguir, Henrique empatou, de pênalti, recolocando o Palmeiras na primeira divisão. Até o fim da tarde seria assim, mas com muito drama.
Tudo porque ninguém fazia a sua parte. Nem mesmo o Bahia, que logo cedeu o empate ao Coritiba e passou a depender de um milagre para se manter na elite. O segundo tempo foi de extrema tensão: o Palmeiras precisava fazer um gol no Atlético Paranaense para se manter tranquilo, mas ao mesmo tempo o jogo era sempre perigoso. E o pior: em Salvador, o desinteressado Santos, rival palmeirense, teria força e motivação suficientes para segurar a pressão do Vitória? Qualquer gol do time rubro-negro obrigaria o Verdão a marcar um. E nada de bola na rede.
A torcida palmeirense só comemorou aliviada quando Thiago Ribeiro fez o gol do Santos, no apagar das luzes. O 1 a 1 no Palestra persistiu até o fim. E o Bahia ainda achou tempo de tomar a virada do Coritiba, que fez justa festa de despedida para o genial Alex, que deixou o gramado aos prantos, numa linda homenagem. Em suma: pela bola que jogaram e pelo campeonato que fizeram, Palmeiras, Bahia e Vitória deveriam ter sido rebaixados. O time paulista se safou porque faltou lugar suficiente para tanto time fraco. Um fim melancólico, ainda que aliviado.
Em 2015, só o Sport representará o futebol nordestino. A Bahia perdeu seus dois times, Santa Catarina ganhou dois e ficará só atrás de São Paulo, com cinco, em número de clubes na Série A. Nunca as regiões Norte e Nordeste tiveram tão poucos representantes na primeira divisão nacional quanto terão no ano que vem. Sul e Sudeste, por outro lado, responderão por 90% dos clubes da primeira divisão. Uma geografia desigual como nunca se viu.
Nem a sub-vaga
Grêmio e Fluminense travaram a outra disputa frustrante da tarde. Assim como os três desesperados, nenhum dos dois venceu seu compromisso em busca da vaga direta nas oitavas da Copa do Brasil. O Flu levou 2 a 1 do Cruzeiro, mas confirmou Fred como artilheiro do campeonato, com 18 gols. Só conquistou o lugar no G-6 porque o Grêmio jogou pouco, quase nada, em ritmo de férias. Tomou um gol absolutamente fortuito dos reservas do Flamengo, chegou ao empate num raro gol de falta, mas não teve competência para virar. Jogou com a cabeça nas férias. Foi a despedida de muita gente deste elenco na Arena, por sinal.
Série A 2015
Atlético Mineiro, Atlético Paranaense, Avaí, Chapecoense, Corinthians, Coritiba, Cruzeiro, Figueirense, Flamengo, Fluminense, Goiás, Grêmio, Internacional, Joinville, Palmeiras, Ponte Preta, Santos, São Paulo, Sport e Vasco.
Série B 2015
ABC, América-MG, Atlético Goianiense, Bahia, Boa Esporte, Botafogo, Bragantino, Ceará, CRB, Criciúma, Luverdense, Macaé, Mogi Mirim, Náutico, Oeste, Paraná, Paysandu, Sampaio Corrêa, Santa Cruz e Vitória.
Série C 2015
Águia, América-RN, ASA, Botafogo-PB, Brasil, Caxias, Confiança, Cuiabá, Fortaleza, Guarani, Guaratinguetá, Icasa, Juventude, Londrina, Madureira, Portuguesa, Salgueiro, Tombense, Tupi e Vila Nova.
A luta dos três desesperados foi absolutamente patética. De fato, o menos pior é que ficou. Palmeiras, Vitória e Bahia precisavam vencer - no caso dos dois baianos, eram necessários ainda resultados paralelos. Quem esteve mais perto disso foi o Bahia, que abriu cedo 2 a 0 sobre o Coritiba e via o Verdão ser rebaixado ao tomar um gol do Atlético Paranaense, que dominava completamente o jogo na Arena Palestra. Tal situação durou exatos oito minutos. A seguir, Henrique empatou, de pênalti, recolocando o Palmeiras na primeira divisão. Até o fim da tarde seria assim, mas com muito drama.
Tudo porque ninguém fazia a sua parte. Nem mesmo o Bahia, que logo cedeu o empate ao Coritiba e passou a depender de um milagre para se manter na elite. O segundo tempo foi de extrema tensão: o Palmeiras precisava fazer um gol no Atlético Paranaense para se manter tranquilo, mas ao mesmo tempo o jogo era sempre perigoso. E o pior: em Salvador, o desinteressado Santos, rival palmeirense, teria força e motivação suficientes para segurar a pressão do Vitória? Qualquer gol do time rubro-negro obrigaria o Verdão a marcar um. E nada de bola na rede.
A torcida palmeirense só comemorou aliviada quando Thiago Ribeiro fez o gol do Santos, no apagar das luzes. O 1 a 1 no Palestra persistiu até o fim. E o Bahia ainda achou tempo de tomar a virada do Coritiba, que fez justa festa de despedida para o genial Alex, que deixou o gramado aos prantos, numa linda homenagem. Em suma: pela bola que jogaram e pelo campeonato que fizeram, Palmeiras, Bahia e Vitória deveriam ter sido rebaixados. O time paulista se safou porque faltou lugar suficiente para tanto time fraco. Um fim melancólico, ainda que aliviado.
Em 2015, só o Sport representará o futebol nordestino. A Bahia perdeu seus dois times, Santa Catarina ganhou dois e ficará só atrás de São Paulo, com cinco, em número de clubes na Série A. Nunca as regiões Norte e Nordeste tiveram tão poucos representantes na primeira divisão nacional quanto terão no ano que vem. Sul e Sudeste, por outro lado, responderão por 90% dos clubes da primeira divisão. Uma geografia desigual como nunca se viu.
Nem a sub-vaga
Grêmio e Fluminense travaram a outra disputa frustrante da tarde. Assim como os três desesperados, nenhum dos dois venceu seu compromisso em busca da vaga direta nas oitavas da Copa do Brasil. O Flu levou 2 a 1 do Cruzeiro, mas confirmou Fred como artilheiro do campeonato, com 18 gols. Só conquistou o lugar no G-6 porque o Grêmio jogou pouco, quase nada, em ritmo de férias. Tomou um gol absolutamente fortuito dos reservas do Flamengo, chegou ao empate num raro gol de falta, mas não teve competência para virar. Jogou com a cabeça nas férias. Foi a despedida de muita gente deste elenco na Arena, por sinal.
Série A 2015
Atlético Mineiro, Atlético Paranaense, Avaí, Chapecoense, Corinthians, Coritiba, Cruzeiro, Figueirense, Flamengo, Fluminense, Goiás, Grêmio, Internacional, Joinville, Palmeiras, Ponte Preta, Santos, São Paulo, Sport e Vasco.
Série B 2015
ABC, América-MG, Atlético Goianiense, Bahia, Boa Esporte, Botafogo, Bragantino, Ceará, CRB, Criciúma, Luverdense, Macaé, Mogi Mirim, Náutico, Oeste, Paraná, Paysandu, Sampaio Corrêa, Santa Cruz e Vitória.
Série C 2015
Águia, América-RN, ASA, Botafogo-PB, Brasil, Caxias, Confiança, Cuiabá, Fortaleza, Guarani, Guaratinguetá, Icasa, Juventude, Londrina, Madureira, Portuguesa, Salgueiro, Tombense, Tupi e Vila Nova.
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