O teste definitivo

Era importantíssimo para o Cruzeiro vencer o Bahia. Qualquer outro resultado permitiria ao São Paulo encostar de vez na Raposa caso o Tricolor vença o confronto direto deste domingo, no Morumbi. A vitória veio, mas sem um grande futebol. Antes do pênalti no mínimo discutível marcado sobre Ricardo Goulart, o Bahia não apenas vencia como fazia um jogo equilibrado com o líder do Brasileirão. Um confronto bem mais complicado do que muitos previam (era o líder contra o lanterna, afinal), mas que fazia jus às atuações recentes, tanto as apenas médias do time mineiro como as mais seguras do time baiano.

A campanha do Cruzeiro é inquestionável: são incríveis 76,7% de aproveitamento, 14 vitórias, apenas duas derrotas em 20 jogos, o melhor ataque disparado. A equipe de Marcelo Oliveira não precisa provar mais nada para ninguém, claro. Mas o grande momento da Raposa estará, de todo jeito, à prova neste domingo. O Cruzeiro não perde há 12 jogos, uma sequência impressionante de resiltados (30 pontos em 36 disputados), mas algumas de suas atuações recentes não foram tão convincentes - Goiás, Grêmio, Chapecoense e Bahia, por exemplo. Todas vitórias, frise-se.

Por isso mesmo, não é nada que preocupe, em absoluto. Afinal, oscilações de desempenho são normais, e se o Cruzeiro já parece ter vivido seu auge técnico neste Brasileiro (vitórias em série contra Inter, Flamengo, Vitória, Palmeiras e Figueirense), também já deu sua oscilada para baixo, e saiu invicto dela. A regularidade é de tão alto nível que mesmo jogando menos o time segue ganhando a maioria dos jogos. Prova de que tem o melhor grupo do futebol nacional, com folga sobre qualquer outro. Ricardo Goulart e Éverton Ribeiro serviram à seleção brasileira e o time não só manteve a liderança como ampliou sua vantagem nela.

No entanto, fica o alerta: será preciso jogar mais que nestes quatro jogos citados no fim do segundo parágrafo (todos disputados nos últimos 20 dias) para que a equipe de Marcelo Oliveira saia do Morumbi com um ponto que seja. Um empate com o São Paulo manterá a liderança cruzeirense em sete pontos, faltando 17 rodadas e sem um novo confronto direto com o Tricolor Paulista previsto. É o encaminhamento definitivo do título. Duvido, porém, que o Cruzeiro vá jogar recuado, em busca desse ponto. Pela característica da equipe, brigará pela vitória. Será o teste definitivo antes do bicampeonato. Em 2013, nessa mesma altura do certame, um 3 a 0 bem construído sobre o então vice-líder Botafogo é que deixou a Raposa com a mão na taça.

Ficha técnica
Campeonato Brasileiro - 20ª rodada
CRUZEIRO (2): Fábio; Mayke, Léo, Manoel e Ceará; Henrique (Dagoberto), Lucas Silva, Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart (Nílton); Marquinhos (Alisson) e Marcelo Moreno. Técnico: Marcelo Oliveira
BAHIA (1): Marcelo Lomba; Railan, Lucas Fonseca, Titi e Guilherme Santos; Fahel, Léo Gago e Rafael Miranda; Rafinha (William Barbio), Maxi Biancucchi (Alessandro) e Rhayner (Branquinho). Técnico: Gílson Kleina
Local: Mineirão, Belo Horizonte (MG); Data: quinta-feira, 11/09/2014; Horário: 20h30; Árbitro: Marcos Mateus Pereira (MS); Público: 22.596; Renda: R$ 767.253,00; Gols: Rafael Miranda 29 do 1º; Éverton Ribeiro (pênalti) 8 e Ricardo Goulart 25 do 2º; Cartão amarelo: Henrique, Léo Gago e Guilherme Santos; Expulsão: Titi e Fahel; Nota do jogo: 7; Melhor em campo: Marcelo Lomba

Comentários