O que os números dizem
Ontem, o Footstats indicou uma estatística bem interessante: o Grêmio mais que dobra seu aproveitamento quando Zé Roberto está em campo. De fato, a importância que o veterano de 40 anos tem para o time de Luiz Felipe é realmente grande. Mas qual será a importância de cada jogador nos elencos da Dupla Gre-Nal? Qual será o esquema que mais rende em casa equipe gaúcha neste Brasileiro? Qual a dupla de zaga que melhor funciona? Qual a parceria mais importante dentro de cada time? É o que vamos descobrir agora.
Detalhe importante: as estatísticas abaixo referem-se apenas aos jogadores que começaram como titulares em casa um dos 23 jogos de Internacional e Grêmio dentro do Brasileirão.
INTERNACIONAL
Lateral direita: o Inter tem quatro laterais direitos em seu elenco. O de melhor aproveitamento é justamente o mais pedido pela torcida: Cláudio Winck. Em quatro jogos como titular, a equipe conquistou 10 dos 12 pontos que disputou (83,3%). Dos jogadores que começaram mais de um jogo entre os 11, Winck é, de todo o elenco colorado, o de melhor aproveitamento. Wellington Silva tem 57,1%, Gilberto 55,6% e Diogo 50,0%.
Miolo de zaga: falhas individuais à parte, a defesa do Inter piora sem Paulão. Pelo menos nos múmeros: dos jogadores que começaram mais de dez partidas como titular, o becão só perde para Aránguiz em aproveitamento, com incríveis 71,4% em 14 partidas. Ele e Juan formam a dupla mais prolífica: 79,2% em 8 jogos, nos quais o Inter sofreu 7 gols (0,88 por jogo). Sem Paulão, o Inter tomou 10 gols em 9 jogos (1,11/jogo) e vê seu aproveitamento cair para 52,4%. A dupla considerada mais técnica (Ernando e Juan) é, das três, a pior: 45,8%. A média de gols, porém, cai para 0,75 por jogo. Com Paulão e Ernando juntos, o Inter tem 55,6% e toma 0,83 gol por jogo.
Número de volantes: o Inter variou pouco de esquema neste Brasileiro, e por isso é difícil apontar qual o mais adequado. Usou o 4-1-4-1 nos quatro primeiros jogos e obteve 83,3% de aproveitamento. No 4-2-3-1, fez 31 pontos em 19 jogos (54,4%).
Trio de ferro: com D'Alessandro, Alex e Aránguiz juntos, o Inter obteve 7 vitórias, 1 empate e só 1 derrota (para o São Paulo, em casa). São 22 de 27 pontos possíveis (81,5%). Sem um dos três, o aproveitamento cai bruscamente: 45,2% (19 em 42 pontos). Individualmente, o chileno é o mais importante: com ele, o Inter ganhou 74,4% dos pontos disputados em 13 jogos (sem ele, 40,0% em 10 jogos). Com D'Ale o time ganhou 58,7% dos pontos disputados em 21 jogos, e com Alex foram 30 em 42 (71,4%, caindo para 40,5% em 9 jogos sem ele).
He-Man leva vantagem no ataque: Rafael Moura foi titular em 15 jogos, nos quais o Inter fez 29 pontos, com 64,4% de aproveitamento. Com Wellington Paulista no comando do ataque foram 12 pontos em 8 jogos, ou 50,0% de aproveitamento.
Fraco contra os fortes, forte contra os médios: jogando contra os sete primeiros colocados, o Inter tem um aproveitamento de apenas 22,2% em 6 jogos. Contra quem está lutando para não cair são 60,0% em 10 partidas. Quem sofre mais com o Colorado é quem está no meio da tabela: em 6 jogos, 16 pontos obtidos (88,9%).
GRÊMIO
Werley piora a zaga: essa era fácil, e qualquer gremista sabe bem disso. Dos quatro principais zagueiros do elenco, Werley é quem tem o pior aproveitamento: 50,0% em 12 jogos. Geromel tem 52,8%, Rhodolfo tem 55,6% e Bressan, o menos utilizado, tem 61,9%. Em termos de desempenho defensivo, porém, Bressan é o lanterna: em sete jogos com ele, o Grêmio tomou uma média de 0,71 gol/jogo, contra 0,50 de Geromel e Werley e 0,60 de Rhodolfo. O capitão gremista rende melhor mesmo ao lado de Geromel: em 10 jogos com o parceiro, o Grêmio tem 60,0% de aproveitamento e toma só 0,50 gol/jogo. Quando a dupla é Werley-Rhodolfo o rendimento cai para 46,7% e a média de gols tomados somados sobe para 0,80.
Zé Roberto na lateral, um luxo: o dado que motivou este post diz que o Grêmio com Zé Roberto tem 66,7% de aproveitamento, e sem ele apenas 27,8%. Pois com Zé na lateral o rendimento é ainda maior: 79,2% em 8 jogos. Com qualquer outro lateral, a média cai para 44,4%, quase a metade.
O 4-2-3-1 não é tão má ideia: muito usado na época de Enderson Moreira, o 4-2-3-1 ficou conhecido por ser um esquema que engessava o ataque do Grêmio. Em termos de aproveitamento, porém, isso não é exatamente uma verdade: em 6 jogos com este esquema, a equipe gremista nunca perdeu. Foram 14 pontos em 18, e 77,8% de aproveitamento. O segundo melhor esquema é mesmo o 4-3-3 sem meias: 66,7% em 7 jogos.
O artilheiro não faz tanta falta assim: basta Barcos sair para o ataque do Grêmio parar de funcionar. Verdade? Nem tanto. O argentino fez 9 dos 19 gols da equipe, mas com ele o Tricolor tem 53,7% de aproveitamento, e sem ele 66,7%. Com o Pirata, o Grêmio marca 0,78 gol por jogo, e sem ele exatamente 1,00 por partida.
Campo neutro? Sei...: quem acha que o Grêmio não tem fator local jogando na Arena se engana redondamente. Em seu estádio, o time apresenta 76,7% de aproveitamento, com apenas uma derrota em 10 jogos. O número é tão alto que nem em 2012, último ano do Olímpico, a equipe obteve tantos pontos jogando como mandante (75,4%, com 43 em 19 jogos naquela temporada). Em toda era dos pontos corridos, só em 2008 e 2009 o Grêmio conquistou aproveitamento maior jogando em casa do que tem tido em 2014.
Fator Felipão: outra barbada. Com Felipão, o Grêmio tem sido bem melhor do que era com Enderson. Foram 52,8% dos pontos conquistados em 12 jogos com o antigo treinador, contra 66,7% em dez jogos com Scolari.
Os cinco jogadores com melhor aproveitamento em cada time*
INTER
Aránguiz - 74,4% (13 jogos)
Paulão - 71,4% (14)
Alex - 71,4% (14)
Willians - 66,7% (15)
Alan Patrick - 66,7% (11)
GRÊMIO
Matías Rodríguez - 86,7% (5 jogos)
Matheus Biteco - 77,8% (6)
Alán Ruiz - 73,3% (10)
Zé Roberto - 66,7% (10)
Fellipe Bastos - 63,0% (9)
Os cinco jogadores com pior aproveitamento em cada time*
INTER
Ygor - 26,7% (5 jogos)
Jorge Henrique - 38,9% (6)
Ernando - 48,9% (15)
Wellington Paulista - 50,0% (8)
Diogo - 50,0% (6)
GRÊMIO
Edinho - 28,6% (7 jogos)
Pará - 44,4% (18)
Riveros - 47,2% (12)
Breno - 47,6% (7)
Werley - 50,0% (12)
* Jogadores com ao menos cinco partidas iniciadas.
Carta na Mesa - Ed. 303
O programa desta segunda-feira já está disponível para download. Voltaremos quinta, às 10h, com reprise às 13h, pela Rádio Estação Web.
Detalhe importante: as estatísticas abaixo referem-se apenas aos jogadores que começaram como titulares em casa um dos 23 jogos de Internacional e Grêmio dentro do Brasileirão.
INTERNACIONAL
Lateral direita: o Inter tem quatro laterais direitos em seu elenco. O de melhor aproveitamento é justamente o mais pedido pela torcida: Cláudio Winck. Em quatro jogos como titular, a equipe conquistou 10 dos 12 pontos que disputou (83,3%). Dos jogadores que começaram mais de um jogo entre os 11, Winck é, de todo o elenco colorado, o de melhor aproveitamento. Wellington Silva tem 57,1%, Gilberto 55,6% e Diogo 50,0%.
Miolo de zaga: falhas individuais à parte, a defesa do Inter piora sem Paulão. Pelo menos nos múmeros: dos jogadores que começaram mais de dez partidas como titular, o becão só perde para Aránguiz em aproveitamento, com incríveis 71,4% em 14 partidas. Ele e Juan formam a dupla mais prolífica: 79,2% em 8 jogos, nos quais o Inter sofreu 7 gols (0,88 por jogo). Sem Paulão, o Inter tomou 10 gols em 9 jogos (1,11/jogo) e vê seu aproveitamento cair para 52,4%. A dupla considerada mais técnica (Ernando e Juan) é, das três, a pior: 45,8%. A média de gols, porém, cai para 0,75 por jogo. Com Paulão e Ernando juntos, o Inter tem 55,6% e toma 0,83 gol por jogo.
Número de volantes: o Inter variou pouco de esquema neste Brasileiro, e por isso é difícil apontar qual o mais adequado. Usou o 4-1-4-1 nos quatro primeiros jogos e obteve 83,3% de aproveitamento. No 4-2-3-1, fez 31 pontos em 19 jogos (54,4%).
Trio de ferro: com D'Alessandro, Alex e Aránguiz juntos, o Inter obteve 7 vitórias, 1 empate e só 1 derrota (para o São Paulo, em casa). São 22 de 27 pontos possíveis (81,5%). Sem um dos três, o aproveitamento cai bruscamente: 45,2% (19 em 42 pontos). Individualmente, o chileno é o mais importante: com ele, o Inter ganhou 74,4% dos pontos disputados em 13 jogos (sem ele, 40,0% em 10 jogos). Com D'Ale o time ganhou 58,7% dos pontos disputados em 21 jogos, e com Alex foram 30 em 42 (71,4%, caindo para 40,5% em 9 jogos sem ele).
He-Man leva vantagem no ataque: Rafael Moura foi titular em 15 jogos, nos quais o Inter fez 29 pontos, com 64,4% de aproveitamento. Com Wellington Paulista no comando do ataque foram 12 pontos em 8 jogos, ou 50,0% de aproveitamento.
Fraco contra os fortes, forte contra os médios: jogando contra os sete primeiros colocados, o Inter tem um aproveitamento de apenas 22,2% em 6 jogos. Contra quem está lutando para não cair são 60,0% em 10 partidas. Quem sofre mais com o Colorado é quem está no meio da tabela: em 6 jogos, 16 pontos obtidos (88,9%).
GRÊMIO
Werley piora a zaga: essa era fácil, e qualquer gremista sabe bem disso. Dos quatro principais zagueiros do elenco, Werley é quem tem o pior aproveitamento: 50,0% em 12 jogos. Geromel tem 52,8%, Rhodolfo tem 55,6% e Bressan, o menos utilizado, tem 61,9%. Em termos de desempenho defensivo, porém, Bressan é o lanterna: em sete jogos com ele, o Grêmio tomou uma média de 0,71 gol/jogo, contra 0,50 de Geromel e Werley e 0,60 de Rhodolfo. O capitão gremista rende melhor mesmo ao lado de Geromel: em 10 jogos com o parceiro, o Grêmio tem 60,0% de aproveitamento e toma só 0,50 gol/jogo. Quando a dupla é Werley-Rhodolfo o rendimento cai para 46,7% e a média de gols tomados somados sobe para 0,80.
Zé Roberto na lateral, um luxo: o dado que motivou este post diz que o Grêmio com Zé Roberto tem 66,7% de aproveitamento, e sem ele apenas 27,8%. Pois com Zé na lateral o rendimento é ainda maior: 79,2% em 8 jogos. Com qualquer outro lateral, a média cai para 44,4%, quase a metade.
O 4-2-3-1 não é tão má ideia: muito usado na época de Enderson Moreira, o 4-2-3-1 ficou conhecido por ser um esquema que engessava o ataque do Grêmio. Em termos de aproveitamento, porém, isso não é exatamente uma verdade: em 6 jogos com este esquema, a equipe gremista nunca perdeu. Foram 14 pontos em 18, e 77,8% de aproveitamento. O segundo melhor esquema é mesmo o 4-3-3 sem meias: 66,7% em 7 jogos.
O artilheiro não faz tanta falta assim: basta Barcos sair para o ataque do Grêmio parar de funcionar. Verdade? Nem tanto. O argentino fez 9 dos 19 gols da equipe, mas com ele o Tricolor tem 53,7% de aproveitamento, e sem ele 66,7%. Com o Pirata, o Grêmio marca 0,78 gol por jogo, e sem ele exatamente 1,00 por partida.
Campo neutro? Sei...: quem acha que o Grêmio não tem fator local jogando na Arena se engana redondamente. Em seu estádio, o time apresenta 76,7% de aproveitamento, com apenas uma derrota em 10 jogos. O número é tão alto que nem em 2012, último ano do Olímpico, a equipe obteve tantos pontos jogando como mandante (75,4%, com 43 em 19 jogos naquela temporada). Em toda era dos pontos corridos, só em 2008 e 2009 o Grêmio conquistou aproveitamento maior jogando em casa do que tem tido em 2014.
Fator Felipão: outra barbada. Com Felipão, o Grêmio tem sido bem melhor do que era com Enderson. Foram 52,8% dos pontos conquistados em 12 jogos com o antigo treinador, contra 66,7% em dez jogos com Scolari.
Os cinco jogadores com melhor aproveitamento em cada time*
INTER
Aránguiz - 74,4% (13 jogos)
Paulão - 71,4% (14)
Alex - 71,4% (14)
Willians - 66,7% (15)
Alan Patrick - 66,7% (11)
GRÊMIO
Matías Rodríguez - 86,7% (5 jogos)
Matheus Biteco - 77,8% (6)
Alán Ruiz - 73,3% (10)
Zé Roberto - 66,7% (10)
Fellipe Bastos - 63,0% (9)
Os cinco jogadores com pior aproveitamento em cada time*
INTER
Ygor - 26,7% (5 jogos)
Jorge Henrique - 38,9% (6)
Ernando - 48,9% (15)
Wellington Paulista - 50,0% (8)
Diogo - 50,0% (6)
GRÊMIO
Edinho - 28,6% (7 jogos)
Pará - 44,4% (18)
Riveros - 47,2% (12)
Breno - 47,6% (7)
Werley - 50,0% (12)
* Jogadores com ao menos cinco partidas iniciadas.
Carta na Mesa - Ed. 303
O programa desta segunda-feira já está disponível para download. Voltaremos quinta, às 10h, com reprise às 13h, pela Rádio Estação Web.
Comentários
2.o matias rodriguez tem alto aproveitamente por que só joga em porto alegre.
Quanto ao Matías, isso realmente é verdade. Porém, é impressionante como o aproveitamento do Pará é baixo, mesmo com várias partidas em casa na conta.