Não interessa o mando

Não interessa se o jogo é na Fonte Nova, nem se o Bahia conseguiu efeito suspensivo e poderá contar com a presença de sua torcida. O Internacional tem a obrigação de vencer o confronto de hoje à noite. E, aposto, deverá vencer. Além de ser muito superior, enfrenta um adversário em péssima fase, e que entra com a obrigação da vitória, também. O Bahia não tem a opção de ficar atrás, esperando. Vai ter que sair para o jogo, o que abrirá espaços que podem ser bem ocupados pelo time de Abel Braga. Não dá para desperdiçar essa chance, e qualquer outro resultado terá sido ruim para a equipe gaúcha

A obrigação da vitória cresce também por causa da tabela. O Inter é dos poucos postulantes à ponta de cima que joga fora de casa nesta rodada, mas é também quem tem um dos jogos mais fáceis do fim de semana. Ou seja: com empate ou derrota, tende a ficar para trás e terá perdido uma boa chance de pontuar. O líder Cruzeiro pega o Figueirense, em Belo Horizonte; o Grêmio recebe o fraco Coritiba na Arena; o Sport recebe o Atlético Mineiro ainda irregular e com a ressaca da Recopa em Recife; o Santos joga em casa contra a Chapecoense; o São Paulo visita o Goiás, onde costuma ser quase um mandante, de tanta torcida que tem em Goiânia; Atlético Paranaense e Fluminense fazem confronto direto em Curitiba, onde ao menos um deles pontuará; o vice-líder Corinthians é que tem um compromisso um pouco mais difícil, pois jogará o clássico contra o Palmeiras, mas em Itaquera, ou seja, com leve favoritismo.

Fazendo uma projeção simples, de acordo com os prováveis resultados dos concorrentes (sempre lembrando que nem sempre o favoritismo se confirma, como São Paulo e Chapecoense demonstraram semana passada), o Inter pode acabar a rodada talvez como 3º colocado se vencer hoje; se empatar ou perder, deve cair para 8º. Claro, estamos ainda no primeiro terço do campeonato. Mas se lembrarmos que os próximos compromissos até o final do turno são Santos, Grêmio, Goiás (fora), São Paulo, Atlético Mineiro (fora), Palmeiras (fora) e Figueirense (única barbada, em casa), vemos que a partida de hoje, fora o duelo com o Figueira, é a mais tranquila até o fim desta primeira metade do certame.

Dez meses e meio sem vencer
Alguém lembra da última vitória do Inter fora de casa no Brasileiro? É, foi aquele gol de carrinho de Otávio, no Heriberto Hülse, 1 a 0 sobre o Criciúma, no dia 15 de setembro de 2013, na última vitória de Dunga como treinador colorado. De lá para cá, 13 jogos, com seis empates e sete derrotas. Se contarmos adversários de primeira divisão, há a vitória na primeira final do Gauchão deste ano, contra o Grêmio. A única em 16 jogos contra rivais de primeiro nível do futebol brasileiro (houve outro Gre-Nal na primeira fase do estadual e um empate com o Atlético Paranaense, pela Copa do Brasil). Nem nos amistosos contra Joinville e Metropolitano o time de Abel conseguiu o resultado longe de seus domínios.

A sequência negativa, que pode ser encerrada hoje, iniciou, curiosamente, contra o Bahia. Eis:

19/09/2013 - Bahia 2 x 0 Internacional
03/10/2013 - Vasco 3 x 1 Internacional
10/10/2013 - Flamengo 2 x 1 Internacional
16/10/2013 - Santos 0 x 0 Internacional
03/11/2013 - Atlético Paranaense 1 x 0 Internacional
14/11/2013 - Atlético Mineiro 2 x 1 Internacional
17/11/2013 - Goiás 3 x 1 Internacional
30/11/2013 - Corinthians 0 x 0 Internacional
27/04/2014 - Botafogo 2 x 2 Internacional
18/05/2014 - Criciúma 0 x 0 Internacional
21/05/2014 - Coritiba 1 x 1 Internacional
01/06/2014 - Fluminense 1 x 1 Internacional
17/07/2014 - Corinthians 2 x 1 Internacional

Falso problema
Oswaldo de Oliveira reclamou, e o Santos entrou com um pedido junto à CBF: não quer mais jogos às quintas-feiras, pois há pouco tempo de descanso até a rodada de domingo. O clube já pensou que de domingo para quarta, como quer que de agora em diante sejam seus confrontos, há os mesmos três dias de diferença do que de quinta para domingo? A diferença de uma ou duas horas é pequena para tamanho chororô.

Abandono
A ameaça feita pelo presidente do Botafogo é nada mais do que isso mesmo: uma ameaça. O clube não deixará o Campeonato Brasileiro em virtude das dívidas, apenas está buscando o fim de 100% do bloqueio de suas receitas. Fosse o clube carioca administrado seriamente, esta ameaça não estaria sendo feita, mas sim estaria sendo encontrado um modo de recuperar as quase irrecuperáveis finanças botafoguenses. Afinal, se estivéssemos em um país sério (ROMÊNIA, por exemplo), clube cuja dívida chega a R$ 700 milhões ou que atrasa salário nem teria permissão para jogar a primeira divisão.

Cadê?
Ronaldinho já se despediu da torcida quarta-feira, após o título da Recopa, e nas redes sociais. Mas sumiu do mapa. E o Atlético Mineiro o aguarda, querendo explicações para o sumiço. A parceria chegou mesmo ao fim. Talvez seja o primeiro clube da carreira do craque em que ele não sai brigado com os torcedores - embora já esteja se esforçando para um conflito com os dirigentes do Galo.

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