19 minutos e um abismo
Bastaram 19 minutos de jogo para o São Paulo não apenas definir sua vitória em Salvador, mas para mostrar que sua diferença para o Bahia, neste momento, é imensa. O time paulista parecia jogar em casa, tão à vontade estava. O placar só ficou nos 2 a 0 porque a equipe de Muricy Ramalho visivelmente relaxou no segundo tempo.
Logo em seu primeiro jogo sem Talisca, o Bahia já deixou claro que sentirá muita falta de seu meia. Pelo menos até Lincoln voltar. Marquinhos Santos apostou numa formação com três volantes e atacantes que foi sufocada pela marcação adiantada do São Paulo. Extremamente agressivo, o time paulista escancarou não apenas a fragilidade técnica de seu adversário, mas suas impressionantes dificuldades de jogar minimamente compactado que fosse. Ganso, Ademílson, Osvaldo e Alan Kardec formaram um quarteto afinadíssimo, que parecia jogar junto há anos. O camisa 10 foi o destaque, jogando o fino da bola.
O primeiro tempo foi um verdadeiro inferno para o Bahia. A equipe exibia imensas dificuldades para segurar os rápidos toques são-paulinos e, quando conseguia recuperar a bola, já a perdia na sequência e a pressão voltava. Tudo porque não havia ligação. Léo Gago, Fahel e Pittoni são volantes com saída de jogo razoável, no máximo, longe de serem capazes de qualquer tipo de ligação com o ataque, que foi isolado pela marcação do time paulista. Com laterais muito preocupados em marcar os pontas Ademílson e Osvaldo, a equipe da casa ficou encurralada. Perder só de 2 a 0 na ida para o intervalo era motivo para comemoração.
Com Emanuel Biancucchi e William Barbio, Marquinhos tentou dar um pouco mais de ligação e saída rápida para sua equipe. O panorama, porém, pouco mudou. O São Paulo começou bem melhor, perdeu duas chances claras antes dos cinco minutos. Só depois dos 10 é que a equipe de Muricy Ramalho tratou de administrar o resultado. O Bahia começou a gostar do jogo, teve algumas saídas em velocidade, perdeu uma ou duas grandes chances, mas nada que ameaçasse ou pusesse em contestação a imensa superioridade dos visitantes.
O futebol apresentado pelo Bahia foi assustador. Sem segurança defensiva, ligação ou poder ofensivo, foi facilmente envolvido pelo São Paulo quando este quis jogo. Há jogadores fora que irão entrar na equipe, mas as perspectivas preocupam, até pela má colocação na tabela e a punição de dois jogos com portões fechados devido ao superlotamento em Feira de Santana (jogos contra Inter e Goiás, na sequência). Quanto ao Tricolor Paulista, cabe lembrar que este grande futebol foi apresentado sem que fosse preciso Kaká nem Luís Fabiano em campo. A atuação de hoje é de quem promete brigar sério por título. Um futuro bem mais próspero no horizonte.
Campeonato Brasileiro 2014 - 10ª rodada
16/julho/2014
BAHIA 0 x SÃO PAULO 2
Local: Fonte Nova, Salvador (BA)
Árbitro: Dewson Freitas Silva (PA)
Público: 17.482
Renda: R$ 567.697,00
Gols: Rogério Ceni (pênalti) 12 e Alan Kardec 19 do 1º
Cartão amarelo: Titi, Guilherme Santos, Léo Gago, Fahel, Antônio Carlos, Álvaro Pereira, Rodrigo Caio e Osvaldo
BAHIA: Douglas Pires (5,5), Diego Macedo (4), Demerson (4,5), Titi (4) e Guilherme Santos (4,5); Fahel (5), Pittoni (5) (Emanuel Biancucchi, intervalo - 5) e Léo Gago (5,5); Maxi Biancucchi (4,5) (William Barbio, intervalo - 5), Henrique (4) (Jeam, 30 do 2º - 5) e Rhayner (4,5). Técnico: Marquinhos Santos
SÃO PAULO: Rogério Ceni (6,5), Douglas (6), Rodrigo Caio (6), Antônio Carlos (6) e Álvaro Pereira (6); Souza (6), Maicon (6) (Denílson, 17 do 2º - 5,5) e Ganso (7,5); Ademílson (6,5), Alan Kardec (7) (Pato, 35 do 2º - sem nota) e Osvaldo (6,5) (Boschilia, 47 do 2º - sem nota). Técnico: Muricy Ramalho
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