Uma grande Copa em números

A Copa dos gols
Foram 136 gols nos 48 jogos da fase de grupos, uma média de 2,83 por partida. Desde 1970 (média de 2,96) uma Copa do Mundo não era tão brindada com bolas na rede. Para chegar aos mesmos 136 gols de 2014, a Copa de 2010 precisou de 61 partidas (o gol 136 ocorreu na semifinal entre Holanda e Uruguai). Apenas cinco dos 48 jogos acabaram em empates de 0 a 0. Em compensação, 16 dos 48 jogos (um terço) tiveram quatro gols ou mais. O recordista foi França 5 x 2 Suíça.

Holanda e Colômbia, as melhores
Em termos de desempenho, ninguém bate Holanda e Colômbia. Ambas as equipes fecharam a primeira fase com 100% de aproveitamento e saldo de 7 gols, mas os holandeses ganham no número de gols (10, contra 9 dos colombianos). Argentina e Bélgica também têm 100% de aproveitamento, mas com saldo 3. O equilíbrio do Mundial é tanto que somente três seleções perderam suas três partidas na primeira fase: Austrália, Honduras e Camarões.

Mais de 98% dos lugares ocupados
O ingresso é caro, mas a Copa do Mundo do Brasil é o mais absoluto sucesso em termos de público. Quem tenta comprar entrada para algum jogo, seja o menos atraente que for, sabe bem disso. A média da Copa até agora é de 51.133 torcedores por partida, o que significa uma taxa de ocupação de 98,3% dos lugares disponíveis nos estádios. Ao todo, 2.454.377 compareceram na primeira fase. Se a média de ocupação for mantida nos mata-matas (a tendência é que ainda aumente um pouco), a Copa de 2014 terá levado 3.522.971 torcedores aos estádios, uma média de 55.046 por partida - somente inferior às Copas de 1950 e 1994, e bem maior que os 50.990 do Mundial da África do Sul.

O maior público já está confirmado (e o menor também)
O maior público até agora nesta Copa foi no jogo entre Argentina e Bósnia, com 74.738 torcedores. Será o maior público até o final do Mundial, pois significou absolutamente 100% dos lugares ocupados do maior estádio da Copa, o Maracanã. O menor público da Copa também deve permanecer até o encerramento da competição: Rússia e Coreia do Sul levaram "apenas" 37.603 torcedores à Arena Pantanal, que teve 91,5% de seus assentos ocupados na partida em questão.

Gerd x Thomas
A média de gols do alemão Thomas Müller em Copas é impressionante. Em 2010, foram 5 em 6 jogos, o que lhe deu o título de artilheiro do Mundial ao lado de Forlán, Sneijder e Villa. Em 2014, 4 em 3 jogos. Sua média é de 1 gol por jogo de Copa (9 em 9 jogos). Ainda não bate, porém, seu "parente" Gerd Müller, que fez 14 em 13 jogos nas Copas de 1970 e 1974 (média de 1,08 gol/jogo).

Neymar x Romário
Com 4 gols em 3 jogos, Neymar já está a um tento de igualar Romário, autor de 5 gols em Copas do Mundo - todos em 1994. Isso nos números, claro. Falta ser campeão mundial sendo protagonista da seleção. Romário conseguiu tal feito aos 28 anos, e Neymar tenta pela primeira vez aos 22.

A Copa das viradas
Em sete dos 43 jogos em que houve gols, a equipe que marcou primeiro perdeu. Ou seja: de cada seis jogos com placar movimentado, um termina em virada. Em 11 destas 43 partidas, quem marcou primeiro não venceu (perdeu ou empatou). Marcar o primeiro gol, portanto, deu a vitória ao time em questão em 74,4% das partidas. A média de gols na etapa inicial é alta, em comparação com a média. Ao todo, 52 dos 136 gols desta primeira fase (38,2%) ocorreram no primeiro tempo, e 84 no segundo (61,8%).

A seleção que sempre chega
Caso vença a Argélia, a Alemanha chegará às quartas de final da Copa do Mundo pela 16ª vez seguida. Desde 1954, a seleção germânica sempre se classifica entre as oito melhores do mundo. Somente em 1938, quando caiu nas oitavas, a tricampeã foi mandada mais cedo para casa. A Alemanha é também a recordista de partidas disputadas em Copas: 102, contra 100 do Brasil. Os brasileiros, porém, têm o maior número de vitórias (69 a 62) e o maior número de gols marcados (217 a 213).

Portas fechadas
Quatro dos 12 estádios já encerraram suas participações nesta Copa do Mundo: a Arena Pantanal (Cuiabá), a Arena da Baixada (Curitiba), a Arena da Amazônia (Manaus) e a Arena das Dunas (Natal). O Beira-Rio (Porto Alegre) e a Arena Pernambuco (Recife) se despedem da Copa nas oitavas de final. A Fonte Nova (Salvador) e o Castelão (Fortaleza) terão mais dois jogos: um nas oitavas e um nas quartas. O Mineirão e o Itaquerão também receberão mais dois jogos, um nas oitavas e um nas semifinais. Só o Mané Garrincha (Brasília) e o Maracanã (Rio de Janeiro), os dois maiores estádios da Copa do Mundo, terão mais três partidas: cada um terá um jogo das oitavas e outro das quartas. Os brasilienses verão ainda a decisão de terceiro lugar, enquanto os cariocas receberão a grande final.

Poucos (e bem batidos) pênaltis
Em 48 jogos, apenas 10 pênaltis foram marcados pela arbitragem (alguns, bem discutíveis). Somente um deles foi desperdiçado: o do francês Benzema, diante da Suíça.

Média de gols por sede
Fonte Nova, Salvador: 5,25
Beira-Rio, Porto Alegre: 4,75
Arena da Amazônia, Manaus: 3,50
Mané Garrincha, Brasília: 3,50
Arena Pantanal, Cuiabá: 3,00
Castelão, Fortaleza: 2,75
Itaquerão, São Paulo: 2,50
Arena Pernambuco, Recife: 2,25
Arena da Baixada, Curitiba: 2,00
Mineirão, Belo Horizonte: 1,75
Maracanã, Rio de Janeiro: 1,50
Arena das Dunas, Natal: 1,25

Média de gols por grupo
Somente o Grupo D, o "da morte" teve média de gols inferior ao do global da Copa de 2010 (2,27 por partida).
Grupo B: 3,67
Grupo E: 3,17
Grupo G: 3,17
Grupo A: 3,00
Grupo C: 2,83
Grupo H: 2,50
Grupo F: 2,33
Grupo D: 2,00

Fator local
Nas sete Copas disputadas nas Américas, o título mundial foi sempre de time sul-americano. O fator local pesa, e é o que temos visto neste Mundial. Dos seis times da América do Sul, cinco passaram de fase. Nas Copas com 32 seleções, somente na África do Sul, em 2010, houve aproveitamento melhor (5 de 5, 100%). Confiram a distribuição dos 16 finalistas Copa a Copa, desde 1986, quando foi adotada a fórmula com oitavas de final. Só em 2010 houve tão poucos europeus entre os 16 melhores do mundo como agora. E nunca houve tantos países das Américas nas oitavas (8 dos 16 são do continente).

México 1986: Europa 10, América do Sul 4, América Central/Norte 1, África 1, Ásia 0.
Itália 1990: Europa 10, América do Sul 4, América Central/Norte 1, África 1, Ásia 0.
Estados Unidos 1994: Europa 10, América Central/Norte 2, América do Sul 2, África 1, Ásia 1.
França 1998: Europa 10, América do Sul 4, África 1, América Central/Norte 1, Ásia 0.
Coreia do Sul/Japão 2002: Europa 9, América do Sul 2, Ásia 2, América Central/Norte 2, África 1.
Alemanha 2006: Europa 10, América do Sul 3, América Central/Norte 1, África 1, Oceania 1, Ásia 0.
África do Sul 2010: Europa 6, América do Sul 5, América Central/Norte 2, Ásia 2, África 1, Oceania 0.
Brasil 2014: Europa 6, América do Sul 5, América Central/Norte 3, África 2, Ásia 0.

Esquemas mais utilizados
É preciso considerar que esquemas variam durante a partida. Os três zagueiros, que saíram de moda nos últimos anos, parecem estar voltando. E os três atacantes já estão novamente consagrados.

4-3-3: Brasil (2 jogos), Croácia, Camarões, Espanha, Colômbia (2 jogos), Grécia, Costa do Marfim, Japão (1 jogo), Inglaterra (2 jogos), Suíça, França (2 jogos), Argentina (1 jogo), Nigéria (2 jogos), Alemanha, Portugal, Gana (2 jogos) e Bélgica
4-4-2: Brasil (1 jogo), Holanda (1 jogo), Chile (1 jogo), Colômbia (1 jogo), Japão (2 jogos), Uruguai (2 jogos), Itália (2 jogos), Equador, França (1 jogo), Honduras, Argentina (1 jogo), Bósnia (1 jogo), Estados Unidos (1 jogo), Gana (1 jogo), Rússia (2 jogos) e Coreia do Sul (2 jogos)
4-5-1: Inglaterra (1 jogo), Bósnia (2 jogos), Irã, Nigéria (1 jogo), Estados Unidos (2 jogos), Argélia, Rússia (1 jogo) e Coreia do Sul (1 jogo)
3-5-2: México, Holanda (2 jogos), Chile (2 jogos), Costa Rica (1 jogo), Uruguai (1 jogo), Itália (1 jogo) e Argentina (1 jogo)
3-6-1: Costa Rica (2 jogos)

Aproveitamento por esquema tático
Apenas por curiosidade. Não significa que um esquema seja melhor que o outro. O 4-4-2 não tem culpa de ser a formação escolhida por Honduras, por exemplo.
4-3-3: 47,3%
4-4-2: 44,0%
4-5-1: 26,7%
3-5-2: 69,7%
3-6-1: 100,0%

Comentários

Tem a média de público por estádio?
Vicente Fonseca disse…
Fala, Matias. Aí vai (em parênteses, a taxa de ocupação dos lugares de cada estádio. E uma correção: a ocupação geral é 98,3%, não 96,7%, como publiquei.

Rio de Janeiro: 74.102 (99,1%)
Brasília: 68.438 (98,7%)
São Paulo: 62.268 (99,5%)
Fortaleza: 59.434 (98,5%)
Belo Horizonte: 57.374 (98,6%)
Salvador: 49.567 (95,5%)
Porto Alegre: 42.977 (99,0%)
Recife: 40.910 (96,0%)
Manaus: 40.057 (98,8%)
Cuiabá: 39.679 (96,5%)
Curitiba: 39.248 (99,0%)
Natal: 39.542 (98,9%)

Abraço!