Com compadre assim...
A histórica retidão de comportamento alemã foi verificada na Arena Pernambucano. Mesmo vendo seu antecessor Jürgen Klinsmann do outro lado, Joachim Löw deu a ordem clara para a sua seleção: atacar os Estados Unidos e chegar à vitória. A Alemanha conseguiu isso com méritos: embora sem brilho, dominou o jogo quase que inteiro, não correu riscos (exceto em dois lances no final) e irritou seu técnico quando diminuiu o ritmo em determinados momentos do jogo.
Na verdade, aquela Alemanha que brilhava pelo ótimo futebol coletivo não é exatamente a mesma que tem jogado em 2014. Aquele time rápido tinha saída pelos lados, o que não ocorre agora, com a invenção de Löw em postar quatro zagueiros na linha defensiva, formando um time sem laterais de ofício. A Alemanha ganha bola aérea, mas perde em velocidade, tanto para parar contragolpes rivais como para atacar os adversários. Os pontas jogam sem a parceria dos laterais, ficam mais distantes dos tabelamentos.
Hoje, contra os norte-americanos, não houve problemas defensivos. Porém, a lentidão alemã irritava, principalmente porque a equipe tinha o domínio territorial. Para superar uma defesa fechada como a dos Estados Unidos, velocidade é um argumento indispensável. No primeiro tempo, com a má atuação de Özil e Podolski pelos motivos já citados, só Schweinsteiger se aproximava de Müller. Não à toa, foi o melhor em campo na etapa inicial - e o mais indignado com a frieza de seus companheiros.
No segundo tempo, o time ficou mais parecido com o de 2010, com a entrada de Klose no lugar de Podolski. Müller deixou o comando de ataque e passou a dar maior dinamismo ao lado esquerdo de ataque. Kroos cresceu de produção, a equipe abriu o placar e seguiu em cima dos Estados Unidos, mas não pressionava tanto por outra questão, de nível físico: classificadíssima, a Alemanha não tinha porque se desgastar tanto no jogo de hoje.
Para os Estados Unidos, o momento é histórico. O futebol cresce no interesse dos norte-americanos, e justamente quando a seleção chega pela primeira vez na sua história a duas classificações seguidas para as oitavas de final. É uma pena que a equipe de 2014 não tenha Donovan em campo. Dempsey, um meia, joga improvisado no comando do ataque, por vezes isolado. Tendo um pouco mais de criatividade e inventividade, a seleção poderia, quem sabe, ir um pouco mais longe do que o habitual nesta Copa.
Ficha técnica
Copa do Mundo 2014 - Grupo G - 3ª rodada
26/junho/2014
ALEMANHA 1 x ESTADOS UNIDOS 0
Local: Arena Pernambuco, São Lourenço da Mata (BRA)
Árbitro: Ravshan Irmatov (UZB)
Público: 41.876
Gol: Müller 9 do 2º
Cartão amarelo: Höwedes, González e Beckerman
ALEMANHA: Neuer (5,5), Boateng (5), Mertesacker (6), Hummels (7) e Höwedes (5); Lahm (6), Schweinsteiger (6,5) (Götze, 30 do 2º - 5,5) e Kroos (6); Özil (4,5) (Schürrle, 43 do 2º - sem nota), Müller (6,5) e Podolski (4,5) (Klose, intervalo - 5,5). Técnico: Joachim Löw
ESTADOS UNIDOS: Howard (6), Johnson (5,5), González (6,5), Besler (5,5) e Beasley (5,5); Beckerman (5,5), Jones (6), Zusi (5,5) (Yedlin, 38 do 2º - sem nota), Bradley (5,5) e Davis (5) (Bedoya, 13 do 2º - 5,5); Dempsey (5,5). Técnico: Jürgen Klinsmann
Na verdade, aquela Alemanha que brilhava pelo ótimo futebol coletivo não é exatamente a mesma que tem jogado em 2014. Aquele time rápido tinha saída pelos lados, o que não ocorre agora, com a invenção de Löw em postar quatro zagueiros na linha defensiva, formando um time sem laterais de ofício. A Alemanha ganha bola aérea, mas perde em velocidade, tanto para parar contragolpes rivais como para atacar os adversários. Os pontas jogam sem a parceria dos laterais, ficam mais distantes dos tabelamentos.
Hoje, contra os norte-americanos, não houve problemas defensivos. Porém, a lentidão alemã irritava, principalmente porque a equipe tinha o domínio territorial. Para superar uma defesa fechada como a dos Estados Unidos, velocidade é um argumento indispensável. No primeiro tempo, com a má atuação de Özil e Podolski pelos motivos já citados, só Schweinsteiger se aproximava de Müller. Não à toa, foi o melhor em campo na etapa inicial - e o mais indignado com a frieza de seus companheiros.
No segundo tempo, o time ficou mais parecido com o de 2010, com a entrada de Klose no lugar de Podolski. Müller deixou o comando de ataque e passou a dar maior dinamismo ao lado esquerdo de ataque. Kroos cresceu de produção, a equipe abriu o placar e seguiu em cima dos Estados Unidos, mas não pressionava tanto por outra questão, de nível físico: classificadíssima, a Alemanha não tinha porque se desgastar tanto no jogo de hoje.
Para os Estados Unidos, o momento é histórico. O futebol cresce no interesse dos norte-americanos, e justamente quando a seleção chega pela primeira vez na sua história a duas classificações seguidas para as oitavas de final. É uma pena que a equipe de 2014 não tenha Donovan em campo. Dempsey, um meia, joga improvisado no comando do ataque, por vezes isolado. Tendo um pouco mais de criatividade e inventividade, a seleção poderia, quem sabe, ir um pouco mais longe do que o habitual nesta Copa.
Ficha técnica
Copa do Mundo 2014 - Grupo G - 3ª rodada
26/junho/2014
ALEMANHA 1 x ESTADOS UNIDOS 0
Local: Arena Pernambuco, São Lourenço da Mata (BRA)
Árbitro: Ravshan Irmatov (UZB)
Público: 41.876
Gol: Müller 9 do 2º
Cartão amarelo: Höwedes, González e Beckerman
ALEMANHA: Neuer (5,5), Boateng (5), Mertesacker (6), Hummels (7) e Höwedes (5); Lahm (6), Schweinsteiger (6,5) (Götze, 30 do 2º - 5,5) e Kroos (6); Özil (4,5) (Schürrle, 43 do 2º - sem nota), Müller (6,5) e Podolski (4,5) (Klose, intervalo - 5,5). Técnico: Joachim Löw
ESTADOS UNIDOS: Howard (6), Johnson (5,5), González (6,5), Besler (5,5) e Beasley (5,5); Beckerman (5,5), Jones (6), Zusi (5,5) (Yedlin, 38 do 2º - sem nota), Bradley (5,5) e Davis (5) (Bedoya, 13 do 2º - 5,5); Dempsey (5,5). Técnico: Jürgen Klinsmann
Comentários
Tirar Lahm da lateral e botar no meio campo matou a saída de bola pelos lados.
Özil jogando nas pontas é um crime. Joga para um canto um jogador com bom passe, visão de jogo e lento para fazer a função de ponta.
Müller como centroavante não existe. Fazer o melhor atacante do time ficar isolado no meio da zaga adversária é um completo absurdo. Müller tem que jogar pelos lados onde tem espaço, velocidade e qualidade para passar pela defesa.
Por fim, KLOSE NA RESERVA?! O MAIOR GOLEADOR DE TODOS NÃO PODE SER BANCO!
Meu time da Alemanha: Neuer, Lahm, Mertsacker, Hummels e Boateng; Khedira, Schweinsteiger e Özil; Müller, Klose e Götze. Não tem quem segure essa máquina.