Copa 2014: Suíça
"Como assim, a Suíça?". É a pergunta que todos fizeram quando ficaram definidos os cabeças de chave para a Copa do Mundo. Sem tradição e dona de um futebol pouco atraente aos olhos do grande público, a seleção suíça se impôs como um dos oito mandantes de grupo devido à sua trajetória vitoriosa nas eliminatórias, o que só se deu, entre outros motivos, porque seu grupo era bem fraco: Eslovênia, Albânia, Noruega, Islândia e Chipre. Convenhamos...
A classificação, porém, veio com muita facilidade. Ou seja: a Suíça passou com sobras porque o grupo é fraco, mas só sobrou porque tem uma boa equipe também - não entre as oito melhores do mundo, mas suficiente para se classificar para as oitavas de final. Nos últimos 16 jogos que disputou, a equipe só perdeu um. No cartel recente, vitórias sobre a Alemanha e o Brasil e um empate com a Croácia no último amistoso que disputou, em março.
As chances de classificação são boas. Se a França tem teoricamente o melhor time do grupo, a Suíça é certamente superior a Honduras e brigará no mínimo de igual para igual com o Equador pela segunda vaga. Logo na estreia, a partida será diante dos equatorianos. É o jogo que definirá o futuro da seleção na Copa.
O CAMINHO
Equipe experiente, a Suíça teoricamente é a segunda mais forte do Grupo E. Tem condições de brigar com a França pela liderança, inclusive. Porém, não dá para bobear: o jogo de estreia contra o Equador será uma verdadeira decisão, pois se há um time que pode ameaçar a condição de segunda força do grupo dos suíços são justamente os sul-americanos. A liderança seria interessante para evitar um provável confronto com a Argentina logo nas oitavas.
DESTAQUE
Reserva mais que útil no Bayern München, Shaqiri é um meia jovem (22 anos) de grande talento e dinâmica. Ao lado de Behrami e Xhaka, dá a Suíça qualidade com a bola nos pés quando a equipe ataca, deixando de lado o estereótipo de equipe iminentemente defensiva. Curiosamente, é nascido na região do Kosovo.
PONTOS FORTES
A defesa segue sendo muito segura e é o ponto forte da Suíça. Nas eliminatórias, foram apenas seis gols sofridos em 10 jogos, sendo quatro no esdrúxulo empate com a Islândia (nos nove jogos restantes, foram só dois gols sofridos). Senderos, outrora o esteio defensivo da equipe, foi banco nas eliminatórias do talentoso Von Bergen. Nos últimos sete jogos de Copas do Mundo, a Suíça levou apenas um gol. O vitoriosíssimo Ottmar Hitzfeld no banco de reservas é outro trunfo importantíssimo dos suíços e garantia de uma equipe segura no Brasil.
PONTOS FRACOS
Falar dos problemas ofensivos da Suíça é um clássico em análises pré-Copas. Em 2014, não é diferente: nas eliminatórias, a pouca efetividade dos atacantes foi um problema mesmo diante de seleções frágeis. O artilheiro da equipe acabou sendo um zagueiro: Schär, que nem titular é, com três gols marcados em três jogos disputados. O centroavante titular Seferovic marcou apenas um, em seis jogos.
A HISTÓRIA
Os melhores desempenhos da Suíça já têm mais de meio século de existência: em 1934, 1938 e 1954 a equipe chegou às quartas de final. Em suas participações mais recentes, o melhor desempenho veio em 1994 e 2006, com a classificação às oitavas. Em 2010, a equipe não passou da fase de grupos. Esta será a décima Copa da história da seleção suíça, e a tendência é que a equipe pare antes das quartas de final mais uma vez.
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