Chuva de ruindade

Foi seguramente a pior atuação do Grêmio neste Campeonato Brasileiro. Contra um Sport desfalcado de seu principal zagueiro e seu principal atacante, o time de Enderson Moreira não teve ambição, criou poucas chances, não teve postura de time tecnicamente superior que é e só se salvou de uma derrota graças a algumas grandes defesas de Marcelo Grohe nos minutos finais, na chuvarada que caiu sobre a Ilha do Retiro nesta quarta-feira.

Sem o suspenso Neto Baiano, Eduardo Baptista surpreendeu. Quando a opção por Felipe Azevedo parecia óbvia, sacou mão do jovem Erick Júnior, que já em três minutos levou perigo duas vezes. Foi uma rotina: abastecido pelas boas chegadas de Augusto, o menino ganhou absolutamente todas de Breno, um dos piores em campo. Não marcou porque talvez tenha sobrado ansiedade na hora de bater a gol.

O primeiro tempo, ainda assim, foi até equilibrado. O time gaúcho não jogou bem em momento algum, mas controlou o Sport e teve maior volume de jogo, embora só chegasse com perigo quando Alán Ruiz pegava na bola. A etapa inicial do argentino foi ótima (ao contrário do segundo tempo), mas faltou companhia. Zé Roberto, recuado, subia pouco; Dudu estava apagado; Rodriguinho, tecnicamente mal; e Barcos, apesar da luta, isolado. Sobrava Pará, que até teve boas estocadas pela direita, mas a falta de gente na área para aproveitar as bolas alçadas prejudicou os planos.

O segundo tempo gremista foi um terror. Com inúmeros erros de passe, atuações ruins em todos os setores e uma equivocada postura de esperar demais um time mais fraco como o Sport, o Tricolor teve mais sorte que juízo. Isso que Eduardo Baptista mexeu mal, tirando de campo seus três melhores jogadores - Erick Júnior, Augusto e Ananias. Ainda assim, em subidas fortes de Renê pela esquerda, o time pernambucano levou perigo diversas vezes. Kleber entrou para segurar a bola, mas, sem companhia, não teve sucesso. Enderson talvez pudesse ter colocado Maxi Rodríguez para dar mais agressividade e retenção ao seu time, mas preferiu o Gladiador e não teve sucesso.

O empate só ficou bom diante da atuação horrorosa que teve o Grêmio, mas é um mau resultado se observarmos a tabela. O Tricolor saiu de Porto Alegre para disputar 6 pontos contra São Paulo e Sport, ambos vindos de goleadas sofridas, e conquistou apenas um. Agora, a obrigação é vencer o Palmeiras em crise no Jaconi. Pode não dar G-4, dependendo dos resultados paralelos, mas 17 pontos em 27 disputados dá 63% de aproveitamento, uma conta bem positiva.

Ficha técnica
Campeonato Brasileiro 2014 - 8ª rodada
28/maio/2014
SPORT 0 x GRÊMIO 0
Local: Ilha do Retiro, Recife (PE)
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ)
Público: 7.489
Renda: R$ 117.125,00
Cartão amarelo: Renê, Pará e Dudu
SPORT: Magrão (5,5), Patric (5), Ferron (6), Ewerthon Páscoa (5) e Renê (6); Rodrigo Mancha (5,5), Rithely (6), Augusto (6,5) (Wendel, 15 do 2º - 5,5) e Ananias (6) (Flores, 30 do 2º - 5,5); Erick Júnior (6,5) (Mike, 21 do 2º - 5) e Leonardo (5). Técnico: Eduardo Baptista
GRÊMIO: Marcelo Grohe (7), Pará (6), Werley (6), Bressan (sem nota) (Saimon, 19 do 1º - 5,5) e Breno (4); Edinho (5,5), Zé Roberto (5,5), Alán Ruiz (6,5), Rodriguinho (4,5) (Matheus Biteco, 16 do 2º - 5,5) e Dudu (5) (Kleber, 30 do 2º - 5); Barcos (5). Técnico: Enderson Moreira

Comentários

Lique disse…
é impressão minha ou o barcos perdeu um gol EM CIMA DA LINHA? que fase.
Vicente Fonseca disse…
Prova de que a fase é tenebrosa mesmo. Mas, neste lance em especial, ele estava muito marcado, tinha três do Sport atrapalhando. Nem deu pra ver direito se aquele toque na bola foi dele mesmo.
Sancho disse…
Não veio acompanhando, mas a impressão que tenho é a de que o Grêmio tende a ficar no vestiário após o intervalo com freqüência do que o desejável. Confere?