O time agora também é grande

Itu tem uma mania de grandeza histórica e folclórica, mas ontem ela fez jus da forma mais digna possível. O Ituano superou tudo. Eliminou o Corinthians na primeira fase, quando ganhou do São Paulo no Morumbi. Superou o regulamento esdrúxulo, de jogo único, que beneficia os grandes, e bateu o Palmeiras na semifinal. Na final, enfrentou o estrelado Santos e a Federação Paulista de Futebol, que tira dos pequenos a chance de ao menos jogarem uma vez no seu estádio. Empatou com o Peixe nos 180 minutos jogando as duas fora de casa na prática, venceu nos pênaltis e conquistou o título de forma mais que merecida.

O título torna o Ituano maior do que ele é - basta lembrar que Guarani e Ponte Preta, equipes de maior projeção nacional, nunca ganharam o Paulistão. Em 2002, vale lembrar, a equipe de Itu foi campeã paulista antes do supercampeonato conquistado pelo São Paulo, que é o campeão paulista reconhecido pela maioria daquele ano. Desta vez, porém, não há asteriscos: o título foi ganho com todos os gigantes em campo, sendo que o Ituano bateu três deles e eliminou outro. Incontestável. Pena que o desmanche parece inevitável. Nomes como Marcelinho, Rafael Silva e Esquerdinha devem sair em breve, pois o assédio será grande.

O título paulista do Ituano é um feito, mas também uma prova de que nenhum time paulista é candidato a conquistar o Brasileirão que começa na semana que vem. Ao menos em princípio, as equipes mineiras e gaúchas estão degraus acima neste momento. O Corinthians segue sua crise, o São Paulo não empolga há anos, o Palmeiras ainda precisa se reforçar após voltar da Série B e o Santos, que é o melhor dos quatro, provou hoje que precisa evoluir. Uma fonte de reforços para eles deve ser o próprio Ituano, assim como o Santo André vice-campeão estadual de 2010 ou o Bragantino de 2007.

Campeões e injustiças no fim
O martírio vascaíno não tem fim. Há 11 anos sem título carioca, o time vencia o Flamengo por 1 a 0 no Maracanã e acabava com o longo jejum. Injustamente, sofreu um empate em gol irregular de Márcio Araújo e perdeu a taça, que serviria de estímulo para uma boa campanha na Série B.

Em Goiás também houve gol no fim, mas não exatamente uma injustiça. É verdade que o Goiás foi muito superior no campeonato todo, mas o regulamento previa final, e nela os brios do Atlético-GO pesaram. O Dragão é campeão com um 1 a 0 conquistado após um empate sem gols no jogo da ida. Um domingo duro para os esmeraldinos suportarem.

Também foram campeões hoje o Bahia (empatou em 2 a 2 com o Vitória após ganhar na ida), o Cruzeiro (após o terceiro 0 a 0 neste estadual com o Atlético-MG), o Figueirense (devolveu o 2 a 1 contra o Joinville) e o Londrina (bateu o Maringá nos pênaltis na final do interior e voltou a conquistar o Paraná após 21 anos). É o fim dos estaduais. Que venha o Brasileirão.

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