O não-jogo
José Mourinho já havia aplicado uma histórica retranca em 2010, quando comandava a Internazionale, diante do Barcelona. Foi bem sucedido. Dois anos depois, o Chelsea, comandado por Roberto di Matteo, fez o mesmo no Camp Nou. Aplicar uma ideia de não-jogo, de impedir o adversário de criar, de fazer cera, de esperar o tempo passar, não é novidade nem para o clube inglês, nem para o treinador português. Isso era previsto, e foi executado com sucesso ontem em Madrid.
Diante de um Atlético ofensivo, com a impetuosidade de Diego e Koke na ligação entre o meio e Diego Costa e García, o Chelsea fez um primeiro tempo perfeito. Atuou num 4-5-1 com três volantes protegendo a defesa. David Luiz ao centro, para ganhar os rebotes, Lampard marcando um dos meias-atacantes de um lado, Obi Mikel fazendo tarefa idêntica do outro.
Mourinho foi inteligente. Mesmo em casa, o Atlético de Madrid costuma ser um time que aproveita a velocidade para surpreender os adversários mais abertos. O Chelsea nunca lhe deu esta chance: postou atrás da linha da bola sempre, obrigando o time madrilenho a fugir deste estilo se quisesse marcar um gol. E não seria nada fácil furar o bloqueio. É preciso considerar que o time inglês não teve Hazard, peça fundamental para contra-atacar. Mas o Atlético não é um time de toque de bola envolvente a ponto de furar naturalmente uma retranca, e sim uma equipe dinâmica, sanguínea e rápida. Foi o primeiro jogo em que a equipe de Diego Simeone não obteve a vitória em casa nesta Liga dos Campeões.
O segundo tempo foi praticamente idêntico. O time espanhol, sem conseguir penetrar, basicamente apelou para chutes de longa distância ou cruzamentos que consagraram Cahill e Terry. Quando este último saiu lesionado, David Luiz foi recuado para a zaga e Schürrle entrou na equipe. Uma mexida para buscar um contragolpe, mas que acabou abrindo um pouco o time e possibilitando uma pressão espanhola mais consistente nos minutos finais. Mas nada que fizesse o 0 a 0 sair do placar.
O jogo de volta será igualmente uma partida de xadrez. O Atlético de Madrid adora contragolpear. Sabedor disso, talvez o Chelsea não se atire tanto para cima no começo. Porém, se marcar um gol cedo, o time inglês forçará os espanhóis a jogarem como fizeram nesta terça, tendo que furar um bloqueio rival. E então? Partir para cima para fazer um gol cedo ou evitar dar esta possibilidade de contra-atacar ao Atlético? A bola agora está com o Chelsea. O que é normal, até porque, em Madrid, os ingleses desdenharam dela o tempo todo.
FICHA TÉCNICA
Liga dos Campeões 2013/14 - Semifinais - Jogo de ida
ATLÉTICO DE MADRID (0): Courtois; Juanfran, Miranda, Godín e Filipe Luís; Gabi, Suárez (Sosa), Diego (Turan) e Koke; García (Villa) e Diego Costa. Técnico: Diego Simeone
CHELSEA (0): Cech (Schwarzer); Azpilicueta, Cahill, Terry (Schürrle) e Ashley Cole; David Luiz, Obi Mikel, Lampard, Ramires e Willian (Ba); Torres. Técnico: José Mourinho
Local: Vicente Calderón, Madrid (ESP); Data: terça-feira, 22/04/2014, 15h45; Árbitro: Jonas Eriksson (SUE); Público: 52.650; Cartão amarelo: Miranda, Gabi, Lampard, Obi Mikel e Ba; Melhor em campo: Cahill; Nota do jogo: 5
NÚMEROS
Chances de gol: Atlético 9 x 2 Chelsea
Finalizações: Atlético 25 x 5 Chelsea
Escanteios: Atlético 6 x 4 Chelsea
Impedimentos: Atlético 5 x 0 Chelsea
Faltas cometidas: Atlético 13 x 16 Chelsea
Desarmes: Atlético 20 x 8 Chelsea
Passes errados: Atlético 22 x 30 Chelsea
Posse de bola: Atlético 64% x 36% Chelsea
Análise: basicamente, só o Atlético tentou jogar. Porém, o Chelsea não o deixou na maior parte do tempo. Sem a bola, o time inglês foi quase perfeito. Com a bola, porém, foi sofrível, errando passes demais. Das 9 chances do Atlético, 7 foram nos 20 minutos finais, após Terry deixar o campo lesionado.
FUTEBOL DE BOTÃO
Diante de um Atlético ofensivo, com a impetuosidade de Diego e Koke na ligação entre o meio e Diego Costa e García, o Chelsea fez um primeiro tempo perfeito. Atuou num 4-5-1 com três volantes protegendo a defesa. David Luiz ao centro, para ganhar os rebotes, Lampard marcando um dos meias-atacantes de um lado, Obi Mikel fazendo tarefa idêntica do outro.
Mourinho foi inteligente. Mesmo em casa, o Atlético de Madrid costuma ser um time que aproveita a velocidade para surpreender os adversários mais abertos. O Chelsea nunca lhe deu esta chance: postou atrás da linha da bola sempre, obrigando o time madrilenho a fugir deste estilo se quisesse marcar um gol. E não seria nada fácil furar o bloqueio. É preciso considerar que o time inglês não teve Hazard, peça fundamental para contra-atacar. Mas o Atlético não é um time de toque de bola envolvente a ponto de furar naturalmente uma retranca, e sim uma equipe dinâmica, sanguínea e rápida. Foi o primeiro jogo em que a equipe de Diego Simeone não obteve a vitória em casa nesta Liga dos Campeões.
O segundo tempo foi praticamente idêntico. O time espanhol, sem conseguir penetrar, basicamente apelou para chutes de longa distância ou cruzamentos que consagraram Cahill e Terry. Quando este último saiu lesionado, David Luiz foi recuado para a zaga e Schürrle entrou na equipe. Uma mexida para buscar um contragolpe, mas que acabou abrindo um pouco o time e possibilitando uma pressão espanhola mais consistente nos minutos finais. Mas nada que fizesse o 0 a 0 sair do placar.
O jogo de volta será igualmente uma partida de xadrez. O Atlético de Madrid adora contragolpear. Sabedor disso, talvez o Chelsea não se atire tanto para cima no começo. Porém, se marcar um gol cedo, o time inglês forçará os espanhóis a jogarem como fizeram nesta terça, tendo que furar um bloqueio rival. E então? Partir para cima para fazer um gol cedo ou evitar dar esta possibilidade de contra-atacar ao Atlético? A bola agora está com o Chelsea. O que é normal, até porque, em Madrid, os ingleses desdenharam dela o tempo todo.
FICHA TÉCNICA
Liga dos Campeões 2013/14 - Semifinais - Jogo de ida
ATLÉTICO DE MADRID (0): Courtois; Juanfran, Miranda, Godín e Filipe Luís; Gabi, Suárez (Sosa), Diego (Turan) e Koke; García (Villa) e Diego Costa. Técnico: Diego Simeone
CHELSEA (0): Cech (Schwarzer); Azpilicueta, Cahill, Terry (Schürrle) e Ashley Cole; David Luiz, Obi Mikel, Lampard, Ramires e Willian (Ba); Torres. Técnico: José Mourinho
Local: Vicente Calderón, Madrid (ESP); Data: terça-feira, 22/04/2014, 15h45; Árbitro: Jonas Eriksson (SUE); Público: 52.650; Cartão amarelo: Miranda, Gabi, Lampard, Obi Mikel e Ba; Melhor em campo: Cahill; Nota do jogo: 5
NÚMEROS
Chances de gol: Atlético 9 x 2 Chelsea
Finalizações: Atlético 25 x 5 Chelsea
Escanteios: Atlético 6 x 4 Chelsea
Impedimentos: Atlético 5 x 0 Chelsea
Faltas cometidas: Atlético 13 x 16 Chelsea
Desarmes: Atlético 20 x 8 Chelsea
Passes errados: Atlético 22 x 30 Chelsea
Posse de bola: Atlético 64% x 36% Chelsea
Análise: basicamente, só o Atlético tentou jogar. Porém, o Chelsea não o deixou na maior parte do tempo. Sem a bola, o time inglês foi quase perfeito. Com a bola, porém, foi sofrível, errando passes demais. Das 9 chances do Atlético, 7 foram nos 20 minutos finais, após Terry deixar o campo lesionado.
FUTEBOL DE BOTÃO
Comentários
se bem que outro dia sonhei com grêmio x chelsea (só que era na arena).