Fácil demais

Eu esperava mais dificuldades para o Internacional ontem à noite, e errei feio ao pensar assim. Na verdade, a maioria dos jogadores colorados que deixou o campo do Mangueirão ao fim dos 6 a 1 sobre o Remo também não esperava um placar tão elástico. Eles próprios reconheceram isso ao fim da partida. Em nenhum jogo do Gauchão os titulares colorados aplicaram tamanha goleada fora de casa. O Remo, porém, se mostrou pior que a maioria dos times do estadual rio-grandense, mesmo sendo um dos melhores times do Norte do país.

O resultado foi construído absolutamente ao natural. Sem qualquer tipo de criatividade, o time paraense foi dominado do começo ao fim sem que o Inter precisasse ter uma grande atuação para tanto. O Rio Branco acreano, em 2013, ofereceu bem mais resistência. O primeiro gol, de Fabrício, foi o "abre porteira". O terceiro, contra do zagueiro Max, foi a pá de cal. O resto foi consequência. A impaciência da torcida paraense já antes da metade da etapa inicial indicava que todos esperavam mais da equipe. Bem mais, por sinal.

O principal ponto positivo a se destacar na atuação colorada é que a equipe conseguiu marcar seis gols sem que D'Alessandro estivesse em campo para armar. Porém, isso se deveu, principalmente, à eficiência nas conclusões, e não a uma grande atuação dos meias. Alex, apesar do golaço, foi discreto; Aránguiz foi bem, mas dentro do seu nível normal; Alan Patrick teve atuação até abaixo do que vem desempenhando; e Jorge Henrique foi bem como ponta, que é sua função. Ninguém teve grande destaque no meio, mas o aproveitamento na hora de fazer o gol é que foi grande. Por isso, o principal nome foi mesmo Rafael Moura, autor de dois gols, o segundo deles belíssimo.

Mesmo surpreso com a fragilidade alheia, o Inter fez o que devia: despachou o Remo de primeira, eliminou uma data do seu calendário e foca seus esforços apenas nos quatro jogos de mata-mata que o Gauchão deve lhe oferecer pela frente. Copa do Brasil, agora, só em maio.

Tropeços de todos os favoritos
A rodada desta semana da Libertadores está repleta de tropeços de equipes consideradas favoritas. Terça foi a vez de Cruzeiro, Vélez e Atlético Nacional perderam pontos que não estavam na conta. Ontem, Botafogo, San Lorenzo, Atlético Mineiro e Flamengo passaram pela mesma situação desagradável. O pior tropeço foi o dos rubro-negros, que só empataram em 2 a 2 com o Bolívar no Maracanã. Como jogos na altitude são quase certeza de dificuldades, era fundamental bater os bolivianos no Rio. O Fla fecha o turno na vice-liderança, mas com a vaga sob risco, pois jogará duas vezes fora de casa, uma delas em La Paz.

O jogo do ano
Grêmio x Newell's Old Boys devem fazer o jogo do ano até agora, e não apenas no futebol gaúcho ou brasileiro, mas, arrisco dizer, no futebol sul-americano. São dois candidatos ao título da Libertadores se defrontando na Arena certamente perto de sua lotação, em partida que vale a liderança do grupo da morte. Uma vitória deixará o Tricolor muito próximo da classificação, com a confortável situação de visitar Newell's e Atlético Nacional em grande vantagem, sem grandes riscos de perder a vaga na última rodada, quando receberá o provavelmente já eliminado Nacional uruguaio. É, portanto, jogo decisivo sim. E, apesar dos experimentos de Enderson Moreira, aposto na manutenção da formação mais consistente, com Edinho em vez de Dudu.

Em tempo:
- O 2 a 2 entre São Luiz e Nacional-AM prova que um dos piores times do Gauchão rivaliza com um dos melhores times da região Norte. Ou seja: quase justifica a facilidade do Internacional ontem em Belém.

Comentários

Parabéns pelo texto publicado no Futebol do Norte >> http://futeboldonorte.com/noticias_materia.php?id=71535

No mais, Chove Lá Fora ficou bastante indignado com aquela tua última colocação ali no post e mandou dizer que o time do Gremio também empatou em 2x2 com o São Luiz lá em Ijuí, o que põe o melhor time da Libertadores, até o momento, em pé de igualdade com o futebol amazonense.

Xabungo xabungo, vou ter que voar e parar no meio do mundo. Caracatauuuu!
Chico disse…
O grande jogo. Temos de vencer de qualquer maneira!