A grife da experiência
O intenso 4-3-3 do Lanús de Schelotto |
Como nos jogos contra a Ponte Preta e na ida contra o Caracas, a equipe da Grande Buenos Aires mostrou firmeza defensiva, um meio de transição rápida e um ataque irresistível ontem à noite, que fez apenas 1 a 0 nos venezuelanos porque evidentemente faltou foco, já que a classificação estava praticamente assegurada após os 2 a 0 da ida. Benítez, driblador incorrigível, não se destacou tanto desta vez pela esquerda. Pela direita, porém, Acosta fez misérias. Tabelava bem com o lateral Araujo, o volante González e até Santiago Silva, que leva fama de tosco, mas sabe fazer o pivô como poucos.
Pela esquerda, a equipe de Schelotto tem igualmente opções. Benítez desta vez esteve bem marcado, mas costuma fazer dupla infernal com o ótimo lateral Maxi Velázquez, e às vezes é ajudado também pelo meia Ayala, autor do golaço de ontem - como não vinha bem, Benítez saiu para a entrada de outro driblador nato, o habilidoso e incisivo Pereyra Díaz, provando que o time tem também banco. A senda goleadora da equipe conta ainda com o zagueiro Goltz, capitão do Lanús, autor dos dois gols no jogo de ida, ótimo na cabeçada, nas faltas e nos pênaltis.
O Lanús entra como favorito no seu grupo da Libertadores, que ainda tem Cerro Porteño, O'Higgins e Deportivo Cali. Todos são adversários de certa dificuldade, mas nenhum parece capaz de desbancar a equipe argentina da liderança. O clube pode não ser tão tradicional quanto outros compatriotas mais cotados, mas seu elenco é de longe o mais copeiro da Argentina, o que de certo modo equilibra esta conta. E os brasileiros que se cuidem.
Grupos definidos
Com a classificação tranquila do Lanús, e a passagem emocionante da Universidad de Chile sobre o Guaraní de Assunção, todos os grupos da Libertadores estão finalmente formados.
Grupo 1: o favoritismo é do Vélez Sarsfield. O Atlético Paranaense é o maior candidato à segunda vaga, com o Universitario e o Strongest correndo por fora, mas com alguma chance.
Grupo 2: chave equilibrada, com chances parecidas para Botafogo, San Lorenzo e Unión Española. O Independiente del Valle também não é um time tão fraco, e estará à espreita caso alguém bobeie.
Grupo 3: o Lanús está um passo à frente dos demais. O bom time do Deportivo Cali entra um pouco à frente do Cerro Porteño e do O'Higgins.
Grupo 4: o Atlético Mineiro começou o ano devagar, mas é o favorito destacado da chave. O Santa Fé é de longe o segundo melhor time, com o Nacional paraguaio e o Zamora sendo as zebras.
Grupo 5: o Cruzeiro é o melhor time, mas Defensor e Universidad de Chile, candidatos à segunda vaga, não serão nada fáceis. O surpreendente Real Garcilaso, em Cuzco, também pode surpreender.
Grupo 6: o conhecidíssimo grupo da morte, um dos mais difíceis da história da competição. Grêmio, Newell's e Atlético Nacional estão em um patamar parecido. O Nacional uruguaio vem um pouco atrás, mas o time ainda assim é bom, e sua tradição de passar em chaves complicadas pode pesar. 50% de chances para todos.
Grupo 7: o Flamengo é o favorito, mas León e Emelec prometem dificuldades. O Bolívar é o mais fraco, ainda que em La Paz possa obter pontos importantes.
Grupo 8: chave igualmente equilibrada. Peñarol, Arsenal e Santos Laguna chegam em condições parecidas de classificação. O Deportivo Anzoátegui é o figurante.
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