O (bem) melhor de 2013
Messi é o melhor jogador dos nossos tempos. Talvez não seja o mais atraente de ver jogar. Eu mesmo costumo afirmar por aí que nenhum jogador me agradou tanto ver jogar pelo estilo, classe, categoria e sangue nas veias que Zidane. Mas Messi tem números incontestáveis: mais gols, mais títulos, mais recordes que qualquer outro. Suas arrancadas não são tão lindas e clássicas, mas varrem defesas com precisão cirúrgica. Talvez só Pelé o supere em números. E não é de se duvidar que um dia ambos estejam taco a taco nessa briga.
A introdução acima é necessária antes de dizer que o escolhido como o melhor do mundo de 2013, Cristiano Ronaldo, foi eleito com a mais absoluta justiça. Não ganhou nenhum título com o Real Madrid, é verdade, mas se título fosse o único indicativo a ser levado em conta, Cafu seria um dos dez maiores de todos os tempos. Ninguém ganhou mais que Ribery e o Bayern em 2013, mas ninguém jogou mais que Cristiano Ronaldo em 2013. Um jogador que tem teimado em ter média superior a um gol por jogo, como Messi. E que só não é indiscutivelmente o melhor de nossos tempos porque há Messi e um Barcelona histórico a seu lado, quebrando todos os recordes. Porém, bastou uma temporada um pouco menos brilhante do argentino para que ele já se impusesse.
Muita gente torce o nariz, e com razão, pelo fato de Ronaldo ser mascarado, até narcisista em determinados momentos. Mas foi ele também que introduziu Anderson, ex-Grêmio, ao Manchester United, mesmo sendo a maior estrela de um clube que recebia um garotinho quase desconhecido de 19 anos, em 2007. E foi ele que, ontem, chorou ao receber o merecido prêmio, e que dedicou o troféu à memória de Eusébio também, mostrando uma humildade que até então poucos imaginavam que teria. Cristiano Ronaldo mostrou que também tem suas fraquezas e é humano. Messi, o melhor dos nossos tempos, às vezes parece não ser. Falta-lhe carisma para ousarmos compará-lo com Maradona, mesmo que seus números já superem o de Don Diego com alguma folga. Cristiano Ronaldo, embora rejeitado por muitos, é mais carismático. Essa dicotomia que se cria de "bom" e "mau" entre ambos chega a ser infantil.
Em 2013 (desde 2007, na verdade), Cristiano Ronaldo foi dono de atuações assombrosas, números ainda mais espantosos, e não apenas pelo time espanhol, onde está cercado de grandes estrelas, mas pela esforçada seleção portuguesa também. Assumiu um protagonismo como nunca antes conseguira com a camisa lusa, como talvez Figo nunca tenha assumido. Um protagonismo digno de Eusébio, o homem que virou sozinho um jogo dado como perdido contra a Coreia do Norte na Copa de 1966. Foi isso que fez Ronaldo em seus históricos três gols na virada espetacular contra a Suécia, no jogo decisivo das eliminatórias, talvez sua mais marcante atuação neste ano. Ele ainda não é o maior português de todos os tempos, mas talvez esteja a caminho. Mas o maior do mundo de 2013, com certeza, foi.
De resto, a FIFA acertou ao dar o prêmio a Ibrahimovic pelo golaço marcado pela Suécia contra a Inglaterra (embora ele tenha ocorrido em 2012), e só não acertou 100% em cheio na sua seleção do ano porque nela não consta Neymar. Faltou um lugarzinho no ataque para o brasileiro. Mas janeiro de 2015 é logo ali.
O interior precisa de taças
A Recopa Gaúcha é um torneio absolutamente dispensável no calendário em termos de relevância, mas ao menos serve para abrir a temporada com uma partida no interior. O jogo entre Pelotas e Inter B foi emocionante: com um a menos, o Lobão virou um 0 a 2 para 3 a 2 e conquistou a taça. Dispensável ou não, a primeira edição da Recopa teve ao menos esse mérito: um clube do interior levantando taça. É isso que mobiliza as comunidades locais, sejam grandes como Pelotas ou menores, como Panambi. E é por isso que o "charmosão" é tão pouco atraente, já que a Dupla Gre-Nal ganha mesmo bocejando.
As cartas turcas
Lembram do "fax dos russos"? Era o que costumava emperrar negociações na década passada. O caso de Jorge Wagner, que tinha de ter seu empréstimo renovado ao Inter a cada seis meses junto ao Lokomotiv Moscou, é um clássico. Agora, é a carta de crédito dos turcos que emperra a ida de Alex Telles do Grêmio para o Galatasaray. A carta de crédito dos turcos é o fax dos russos dos novos tempos. Tipo novela da Glória Perez.
A introdução acima é necessária antes de dizer que o escolhido como o melhor do mundo de 2013, Cristiano Ronaldo, foi eleito com a mais absoluta justiça. Não ganhou nenhum título com o Real Madrid, é verdade, mas se título fosse o único indicativo a ser levado em conta, Cafu seria um dos dez maiores de todos os tempos. Ninguém ganhou mais que Ribery e o Bayern em 2013, mas ninguém jogou mais que Cristiano Ronaldo em 2013. Um jogador que tem teimado em ter média superior a um gol por jogo, como Messi. E que só não é indiscutivelmente o melhor de nossos tempos porque há Messi e um Barcelona histórico a seu lado, quebrando todos os recordes. Porém, bastou uma temporada um pouco menos brilhante do argentino para que ele já se impusesse.
Muita gente torce o nariz, e com razão, pelo fato de Ronaldo ser mascarado, até narcisista em determinados momentos. Mas foi ele também que introduziu Anderson, ex-Grêmio, ao Manchester United, mesmo sendo a maior estrela de um clube que recebia um garotinho quase desconhecido de 19 anos, em 2007. E foi ele que, ontem, chorou ao receber o merecido prêmio, e que dedicou o troféu à memória de Eusébio também, mostrando uma humildade que até então poucos imaginavam que teria. Cristiano Ronaldo mostrou que também tem suas fraquezas e é humano. Messi, o melhor dos nossos tempos, às vezes parece não ser. Falta-lhe carisma para ousarmos compará-lo com Maradona, mesmo que seus números já superem o de Don Diego com alguma folga. Cristiano Ronaldo, embora rejeitado por muitos, é mais carismático. Essa dicotomia que se cria de "bom" e "mau" entre ambos chega a ser infantil.
Em 2013 (desde 2007, na verdade), Cristiano Ronaldo foi dono de atuações assombrosas, números ainda mais espantosos, e não apenas pelo time espanhol, onde está cercado de grandes estrelas, mas pela esforçada seleção portuguesa também. Assumiu um protagonismo como nunca antes conseguira com a camisa lusa, como talvez Figo nunca tenha assumido. Um protagonismo digno de Eusébio, o homem que virou sozinho um jogo dado como perdido contra a Coreia do Norte na Copa de 1966. Foi isso que fez Ronaldo em seus históricos três gols na virada espetacular contra a Suécia, no jogo decisivo das eliminatórias, talvez sua mais marcante atuação neste ano. Ele ainda não é o maior português de todos os tempos, mas talvez esteja a caminho. Mas o maior do mundo de 2013, com certeza, foi.
De resto, a FIFA acertou ao dar o prêmio a Ibrahimovic pelo golaço marcado pela Suécia contra a Inglaterra (embora ele tenha ocorrido em 2012), e só não acertou 100% em cheio na sua seleção do ano porque nela não consta Neymar. Faltou um lugarzinho no ataque para o brasileiro. Mas janeiro de 2015 é logo ali.
O interior precisa de taças
A Recopa Gaúcha é um torneio absolutamente dispensável no calendário em termos de relevância, mas ao menos serve para abrir a temporada com uma partida no interior. O jogo entre Pelotas e Inter B foi emocionante: com um a menos, o Lobão virou um 0 a 2 para 3 a 2 e conquistou a taça. Dispensável ou não, a primeira edição da Recopa teve ao menos esse mérito: um clube do interior levantando taça. É isso que mobiliza as comunidades locais, sejam grandes como Pelotas ou menores, como Panambi. E é por isso que o "charmosão" é tão pouco atraente, já que a Dupla Gre-Nal ganha mesmo bocejando.
As cartas turcas
Lembram do "fax dos russos"? Era o que costumava emperrar negociações na década passada. O caso de Jorge Wagner, que tinha de ter seu empréstimo renovado ao Inter a cada seis meses junto ao Lokomotiv Moscou, é um clássico. Agora, é a carta de crédito dos turcos que emperra a ida de Alex Telles do Grêmio para o Galatasaray. A carta de crédito dos turcos é o fax dos russos dos novos tempos. Tipo novela da Glória Perez.
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