Feliz 1997!
A notinha é tão pequena e discreta quanto assustadora. Foi publicada no Lance! em sua versão eletrônica às 7h02 da manhã desta terça-feira, sem merecer maior destaque. Nela está escrito, com todas as letras, que a Portuguesa já tem a informação de pessoas dentro da CBF de que o Campeonato Brasileiro de 2014 terá 24 clubes. A manobra estaria sendo arquitetada, entre outros, por Eurico Miranda, ex-presidente do Vasco. Seria como entre 1988 e 2002 (com breves interrupções e mudanças de regulamento): 24 clubes, 8 passam para os mata-matas, que definirá o campeão. Nada de pontos corridos.
A CBF, através de seu diretor de operações, Reinaldo Carneiro Bastos, homem muito ligado a Marco Polo del Nero e José Maria Marin, rechaça com veemência a possibilidade de virada de mesa. "Seria a falência do futebol brasileiro", disse ele. Seria preciso mexer não apenas no regulamento da Série A, mas no da B, C e D também. Afinal, os quatro rebaixados em 2013 não disputariam a segunda divisão em 2014, mas a primeira, se houver mesmo a virada de mesa.
Em quem acreditar? Difícil responder. Fontes oficiais tendem a ter maior credibilidade em determinados assuntos, por serem a voz oficial da entidade, mas também ocultam muita coisa. Talvez a Lusa esteja jogando verde, criando um boato. A simples existência dele, porém, incomoda muito. Não se trata da velha e maniqueísta discussão entre mata-mata e pontos corridos. Os dois sistemas têm vantagens e desvantagens.
A discussão que cabe é o cumprimento do regulamento. Ainda considero injusto o rebaixamento da Portuguesa, mas ele está selado pelo STJD. É péssimo um campeonato acabar com rodadas extras no tribunal, mas pior ainda é vermos a Justiça Comum envolvida nisso. O mais cretino nisso tudo é beneficiar Vasco, Náutico e Ponte Preta, que nada têm a ver com a história. Lembram de 1997? O Caso Ivens Mendes, ocorrido na Copa do Brasil, salvou o Fluminense e o Bragantino do rebaixamento no Brasileirão. Ou 2000? O imbróglio jurídico causado com o rebaixamento do Gama trouxe de volta clubes que deveriam jogar o módulo da segundona na Copa João Havelange, como Fluminense (sempre ele) e Juventude.
Por que voltar 20 anos no tempo e virar a mesa? Qual o sentido de um campeonato com 24 clubes? A CBF teria medo do quê? De que a Portuguesa entre (e vença) na Justiça Comum? De que a FIFA desfilie o Brasil por causa disso? Ora, é mais fácil o Brasil se desfiliar da ONU que da FIFA, ainda mais em ano de Copa do Mundo. Rebaixar a Lusa é descumprir o Estatuto do Torcedor? Essa explicação é ainda mais ridícula, pois inchar o campeonato de um ano para outro e mudar seu regulamento é a própria razão de ser do Estatuto do Torcedor.
A única explicação para uma possível virada de mesa é agradar a gregos e troianos: a Lusa joga a primeira divisão, o Flu também, e o Vasco entra de lambuja nessa. Que se dane o futebol brasileiro e o pouco de credibilidade que resta ao seu principal campeonato, credibilidade esta que foi adquirida principalmente por conta da repetição de sua fórmula há mais de dez anos.
Em tempo: ando saudoso do Brasileirão no mata-mata, embora entenda que economicamente os pontos corridos sejam a melhor saída. Voltar ao velho sistema, porém, não é o mais grave dos problemas: gravíssimo é que esta volta seja casuística, e não pensada através de uma reformulação de calendário, de forma coerente. Como otimista que sou, descreio desta boataria. Mas dá medo só de pensar no retrocesso que podemos entrar. Em ano de Copa do Mundo no Brasil, de se comemorar tão propalados quanto discutíveis avanços no nosso futebol, seria uma triste e enorme ironia.
A CBF, através de seu diretor de operações, Reinaldo Carneiro Bastos, homem muito ligado a Marco Polo del Nero e José Maria Marin, rechaça com veemência a possibilidade de virada de mesa. "Seria a falência do futebol brasileiro", disse ele. Seria preciso mexer não apenas no regulamento da Série A, mas no da B, C e D também. Afinal, os quatro rebaixados em 2013 não disputariam a segunda divisão em 2014, mas a primeira, se houver mesmo a virada de mesa.
Em quem acreditar? Difícil responder. Fontes oficiais tendem a ter maior credibilidade em determinados assuntos, por serem a voz oficial da entidade, mas também ocultam muita coisa. Talvez a Lusa esteja jogando verde, criando um boato. A simples existência dele, porém, incomoda muito. Não se trata da velha e maniqueísta discussão entre mata-mata e pontos corridos. Os dois sistemas têm vantagens e desvantagens.
A discussão que cabe é o cumprimento do regulamento. Ainda considero injusto o rebaixamento da Portuguesa, mas ele está selado pelo STJD. É péssimo um campeonato acabar com rodadas extras no tribunal, mas pior ainda é vermos a Justiça Comum envolvida nisso. O mais cretino nisso tudo é beneficiar Vasco, Náutico e Ponte Preta, que nada têm a ver com a história. Lembram de 1997? O Caso Ivens Mendes, ocorrido na Copa do Brasil, salvou o Fluminense e o Bragantino do rebaixamento no Brasileirão. Ou 2000? O imbróglio jurídico causado com o rebaixamento do Gama trouxe de volta clubes que deveriam jogar o módulo da segundona na Copa João Havelange, como Fluminense (sempre ele) e Juventude.
Por que voltar 20 anos no tempo e virar a mesa? Qual o sentido de um campeonato com 24 clubes? A CBF teria medo do quê? De que a Portuguesa entre (e vença) na Justiça Comum? De que a FIFA desfilie o Brasil por causa disso? Ora, é mais fácil o Brasil se desfiliar da ONU que da FIFA, ainda mais em ano de Copa do Mundo. Rebaixar a Lusa é descumprir o Estatuto do Torcedor? Essa explicação é ainda mais ridícula, pois inchar o campeonato de um ano para outro e mudar seu regulamento é a própria razão de ser do Estatuto do Torcedor.
A única explicação para uma possível virada de mesa é agradar a gregos e troianos: a Lusa joga a primeira divisão, o Flu também, e o Vasco entra de lambuja nessa. Que se dane o futebol brasileiro e o pouco de credibilidade que resta ao seu principal campeonato, credibilidade esta que foi adquirida principalmente por conta da repetição de sua fórmula há mais de dez anos.
Em tempo: ando saudoso do Brasileirão no mata-mata, embora entenda que economicamente os pontos corridos sejam a melhor saída. Voltar ao velho sistema, porém, não é o mais grave dos problemas: gravíssimo é que esta volta seja casuística, e não pensada através de uma reformulação de calendário, de forma coerente. Como otimista que sou, descreio desta boataria. Mas dá medo só de pensar no retrocesso que podemos entrar. Em ano de Copa do Mundo no Brasil, de se comemorar tão propalados quanto discutíveis avanços no nosso futebol, seria uma triste e enorme ironia.
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