Retrospectiva 2013: Vasco

O fim de ano do Vasco foi a tragédia mais anunciada desde o rebaixamento do Grêmio em 2004. Todo mundo sabia que o clube carioca no mínimo correria risco sério de cair desde o segundo semestre do ano passado, quando despencou da condição de candidato ao título para ter uma das piores campanhas do returno do Brasileirão. 2013 começou com corte de água em São Januário e salários atrasados. Mais tarde, a única expressão técnica da equipe, o zagueiro Dedé, foi para o Cruzeiro por absoluta necessidade de fazer caixa. Nem mesmo mais um retorno de Juninho Pernambucano evitou o pior.

Não houve momentos de alta ou baixa na trajetória vascaína dentro do Brasileirão. A campanha foi regularmente ruim, sempre alternando mais derrotas que vitórias, sempre com muitos gols sofridos. Alguns jogadores que vieram para ter destaque fracassaram. O centroavante André, talvez quem mais tinha para dar tecnicamente, foi omisso como nos piores tempos de Atlético Mineiro. Os goleiros, todos fracos, foram outro problema constante. Destacou-se, apenas, o garoto Marlone, meia-atacante impetuoso, dinâmico e de bom chute. O Cruzeiro já o levou de São Januário, a exemplo de Dedé.

O pior momento da campanha foi a virada do turno para o returno, quando a equipe perdeu quatro partidas consecutivas. Ali sim, o Vasco despencou de uma posição intermediária para a zona de rebaixamento, e não mais voltou. Houve hiatos, como as vitórias sobre Fluminense e Internacional, mas também resultados frustrantes, como o empate com o desinteressado Santos no Maracanã. Na reta final, a situação já era tão complicada que nem vitórias sobre Cruzeiro e Náutico salvaram. A goleada sofrida no triste jogo da confusão, com o Atlético Paranaense, sacramentou a queda.

O segundo rebaixamento em cinco anos pesa para a imagem do clube. E pode influenciar na paciência da torcida, que provavelmente cobrará bem mais do time agora que cobrou em 2009, quando houve o tradicional "abraço" ao grande que cai. O Vasco não tem estrutura, não tem elenco e talvez não tenha um clima favorável para subir no ano que vem. Terá, apenas, a tradição. Mais um longo ano novo vem por aí.

NÚMEROS DA CAMPANHA
44 pontos; 38 jogos; 11 vitórias; 11 empates; 16 derrotas; 50 gols marcados; 61 gols sofridos; 38,6% de aproveitamento
Em casa: 29 pontos (50,9%) - 14ª melhor campanha
Fora: 15 pontos (26,3%) - 15ª melhor campanha
Destaque: Marlone
Decepção: Sandro Silva
Artilheiro: André, 12 gols
Média de público: 20.335 (7º)
Evolução: 
5ª rodada: 9º; 10ª rodada: 8º; 15ª rodada: 11º; 20ª rodada: 14º; 25ª rodada: 16º; 30ª rodada: 17º; 35ª rodada: 18º; Final: 18º
Melhor atuação: Fluminense 1 x Vasco 3 (8ª rodada)
Pior atuação: São Paulo 5 x Vasco 1 (2ª rodada)
Turno: 24 pontos, 11º colocado
Returno: 20 pontos, 17º colocado

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