Retrospectiva 2013: Cruzeiro

Poucos apostavam, lá no começo do ano, que o Cruzeiro teria o final que teve. Depois de dois anos ruins, a Raposa iniciou 2013 com os pés no chão. Tirando Dedé, que veio a peso de ouro do falido Vasco, e Willian, outra contratação um pouco mais cara, a busca era por jogadores sem grande renome, mas que fossem eficientes. Sob o comando do técnico Marcelo Oliveira, que também se encaixa neste perfil, o que se viu foi uma equipe que passeou no Brasileirão, conquistando o título com uma facilidade que desde o São Paulo de 2007 não se via.

Nada mal para um time que mesclava nomes médios (Ceará, Bruno Rodrigo, Nílton), apostas (Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart, Souza), jovens em ascensão (Mayke, Lucas Silva, Vinícius Araújo) e refugos em busca de recuperação (Dagoberto, Borges, Luan, Egídio). Na verdade, talvez este tinha sido um dos maiores méritos do Cruzeiro: o plantel equilibrado. Se não há uma grande estrela, também não há cabeças de bagre. Assim, mesmo com um ou outro desfalque, o nível se mantém. O ótimo começo de campeonato do mediano Luan, quando o titular Borges estava lesionado, se explica também por isso.

A goleada de 4 a 1 sobre os reservas do rival Atlético Mineiro, na 9ª rodada, são um marco na campanha cruzeirense. Fazia três dias que o Galo havia se sagrado campeão da Libertadores, e a vitória colocava a Raposa na liderança do campeonato. A ponta foi definitivamente assegurada nos 2 a 0 sobre a Ponte Preta, na 16ª. De lá para cá, em nenhuma rodada o Cruzeiro deixou de ser líder.

A esperança dos rivais era na virada para o returno, quando a equipe pegaria cinco dos seis melhores times do campeonato da época em sequência. Foram quatro vitórias e um empate. Nos 3 a 0 sobre o Botafogo, rival mais próximo àquela altura, a distância subiu de quatro para sete pontos. Ninguém mais tinha dúvidas de que o campeão havia pintado. O auge talvez tenha sido os 4 a 0 sobre a Portuguesa: a Lusa vinha de goleada sobre o Corinthians e prometia complicar, mas em 28 minutos a Raposa já havia feito seus quatro gols.

O Cruzeiro de 2013 chegou a superar o timaço de 2003 em números em determinados momentos do ano, mas na reta final tirou o pé e ficou para trás. Ainda assim, conquistou o título com quatro rodadas de antecedência, a maior da história do Brasileiro de pontos corridos junto com o São Paulo de 2007. Foi também o time de mais gols marcados de 2006 para cá, o de melhor saldo e o que mais vitórias conquistou. Números e futebol incontestáveis.

NÚMEROS DA CAMPANHA
76 pontos; 38 jogos; 23 vitórias; 7 empates; 8 derrotas; 77 gols marcados; 37 gols sofridos; 66,7% de aproveitamento
Em casa: 45 pontos (78,9%) - Melhor campanha da Série A
Fora: 31 pontos (54,4%) - Melhor campanha da Série A
Destaques: Fábio (G), Nílton (V), Éverton Ribeiro (M)
Decepção: Henrique (V)
Artilheiros: Borges e Ricardo Goulart, 10 gols
Média de público: 29.559 (1º)
Evolução: 
5ª rodada: 5º; 10ª rodada: 3º; 15ª rodada: 2º; 20ª rodada: 1º; 25ª rodada: 1º; 30ª rodada: 1º; 35ª rodada: 1º; Final: 
Melhor atuação: Cruzeiro 4 x Portuguesa 0 (25ª rodada)
Pior atuação: Cruzeiro 0 x São Paulo 2 (27ª rodada)
Turno: 23 pontos, 11º colocado
Returno: 23 pontos, 14º colocado

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