Crise forte, risco moderado
O Internacional vive sua maior crise desde que escapou do rebaixamento na última rodada do Brasileirão de 2002, naquele fatídico jogo no Mangueirão contra o Paysandu. De lá para cá, muitas glórias e algumas crises, claro: os 5 a 0 para o São Caetano em 2003, Lori Sandri e a erva-mate em 2004, a eliminação para o Veranópolis em 2007, a queda de Tite em 2009, de Falcão em 2011 e de Fernandão em 2012. Mas nem mesmo a derrota inesperada para o Mazembe, um dos maiores fiascos da história colorada, foi tão grande: houve uma depressão muito forte, mas agora o que há é fúria.
Uma fúria que começou pelos seguidos tropeços em Novo Hamburgo, por parte dos torcedores, que protestavam cada vez mais forte (e com razão), fazendo o Inter adotar o pensamento mágico de voltar a jogar em Caxias do Sul. Os tropeços seguiram, Dunga já saiu, Clemer assumiu e tem, hoje, um aproveitamento de 37%, de Z-4, inferior ao do antecessor. A nau está à deriva: não há técnico fechado para 2014, muito menos convicção de futebol. O auge veio neste domingo, no Serra Dourada, na exagerada reclamação de Rafael Moura e a posterior briga e racha estabelecidos dentro do vestiário.
É justamente por conta deste clima interno quase insustentável que o Internacional corre algum risco de rebaixamento. Porque, olhando a tabela, o bicho não é tão feio assim. É verdade que o jogo de domingo, diante do Coritiba, é uma decisão. Perdendo, o Colorado poderá ficar a um ponto da zona de rebaixamento - isso se tudo der errado, como ocorreu neste final de semana. Mesmo assim, é improvável até que a equipe perca seu jogo, ao menos levando em conta o histórico do campeonato: o Coritiba só ganhou do Grêmio em 17 jogos longe de casa. E é, ao lado do Inter, o time que vive pior momento entre todos os que lutam lá embaixo. Uma vitória sobre o Coxa livra o Colorado matematicamente de qualquer possibilidade de queda.
Mas atenção: isso não significa que três pontos bastam para o Inter escapar. Eles só livra o time da Série B se vierem contra o Coritiba. Existe o risco de a equipe cair para a segunda divisão se perder de Coritiba e Corinthians e ganhar da Ponte, por exemplo. Ainda assim, Bahia, Vasco, Criciúma, Fluminense, Coritiba e Portuguesa precisam seguir pontuando bastante para que isso seja realidade. A situação é bem menos desesperadora do que aparenta.
Ainda assim, é justamente o constrangimento de ter que pegar a tabela e fazer cálculos que torna este fim de 2013 do Inter tão melancólico. Do jeito que a coisa anda, é bem possível que a equipe não vença nenhum de seus três jogos finais. Ou seja: o Colorado deve escapar do rebaixamento, mas por dois motivos: falta de tempo (se houvesse mais cinco rodadas, e não três, a história talvez fosse outra) e tropeços alheios, mesmo que o time dependa de suas próprias forças. O desempenho cada vez mais decadente, porém, deve fazer o clube abrir o olho: 2012 foi difícil, 2013 pior ainda, e 2014 é logo ali.
O dia definitivo
Hoje é dia de conhecermos mais seis classificados para a Copa do Mundo de 2014. Na verdade, cinco: Gana, após aplicar 6 a 1 no Egito, só deve confirmar sua passagem ao Mundial. Como amanhã México e Uruguai devem fazer o mesmo diante de Nova Zelândia e Jordânia, na prática hoje saberemos todas as 32 equipes que disputarão o Mundial do Brasil.
Na África, a vice-campeã continental Burkina Faso está próxima de sua primeira Copa, mas a tarefa é complicada: enfrentará a bem mais tradicional Argélia precisando de um empate, fora de casa, após ganhar por 3 a 2 como local na ida. Na Europa, a Ucrânia abriu confortáveis 2 a 0 na França, mas o jogo de volta contra os campeões de 1998 é em Saint-Dennis. A Romênia precisa fazer 2 a 0 na Grécia em Bucareste para voltar à Copa 16 anos depois. A Croácia receberá a Islândia tendo o favoritismo por jogar em casa e precisar de vitória simples, e no jogo mais chamativo do dia a seleção portuguesa visita a Suécia na busca de um golzinho fora de casa, após ganhar por 1 a 0 o primeiro jogo.
Uma fúria que começou pelos seguidos tropeços em Novo Hamburgo, por parte dos torcedores, que protestavam cada vez mais forte (e com razão), fazendo o Inter adotar o pensamento mágico de voltar a jogar em Caxias do Sul. Os tropeços seguiram, Dunga já saiu, Clemer assumiu e tem, hoje, um aproveitamento de 37%, de Z-4, inferior ao do antecessor. A nau está à deriva: não há técnico fechado para 2014, muito menos convicção de futebol. O auge veio neste domingo, no Serra Dourada, na exagerada reclamação de Rafael Moura e a posterior briga e racha estabelecidos dentro do vestiário.
É justamente por conta deste clima interno quase insustentável que o Internacional corre algum risco de rebaixamento. Porque, olhando a tabela, o bicho não é tão feio assim. É verdade que o jogo de domingo, diante do Coritiba, é uma decisão. Perdendo, o Colorado poderá ficar a um ponto da zona de rebaixamento - isso se tudo der errado, como ocorreu neste final de semana. Mesmo assim, é improvável até que a equipe perca seu jogo, ao menos levando em conta o histórico do campeonato: o Coritiba só ganhou do Grêmio em 17 jogos longe de casa. E é, ao lado do Inter, o time que vive pior momento entre todos os que lutam lá embaixo. Uma vitória sobre o Coxa livra o Colorado matematicamente de qualquer possibilidade de queda.
Mas atenção: isso não significa que três pontos bastam para o Inter escapar. Eles só livra o time da Série B se vierem contra o Coritiba. Existe o risco de a equipe cair para a segunda divisão se perder de Coritiba e Corinthians e ganhar da Ponte, por exemplo. Ainda assim, Bahia, Vasco, Criciúma, Fluminense, Coritiba e Portuguesa precisam seguir pontuando bastante para que isso seja realidade. A situação é bem menos desesperadora do que aparenta.
Ainda assim, é justamente o constrangimento de ter que pegar a tabela e fazer cálculos que torna este fim de 2013 do Inter tão melancólico. Do jeito que a coisa anda, é bem possível que a equipe não vença nenhum de seus três jogos finais. Ou seja: o Colorado deve escapar do rebaixamento, mas por dois motivos: falta de tempo (se houvesse mais cinco rodadas, e não três, a história talvez fosse outra) e tropeços alheios, mesmo que o time dependa de suas próprias forças. O desempenho cada vez mais decadente, porém, deve fazer o clube abrir o olho: 2012 foi difícil, 2013 pior ainda, e 2014 é logo ali.
O dia definitivo
Hoje é dia de conhecermos mais seis classificados para a Copa do Mundo de 2014. Na verdade, cinco: Gana, após aplicar 6 a 1 no Egito, só deve confirmar sua passagem ao Mundial. Como amanhã México e Uruguai devem fazer o mesmo diante de Nova Zelândia e Jordânia, na prática hoje saberemos todas as 32 equipes que disputarão o Mundial do Brasil.
Na África, a vice-campeã continental Burkina Faso está próxima de sua primeira Copa, mas a tarefa é complicada: enfrentará a bem mais tradicional Argélia precisando de um empate, fora de casa, após ganhar por 3 a 2 como local na ida. Na Europa, a Ucrânia abriu confortáveis 2 a 0 na França, mas o jogo de volta contra os campeões de 1998 é em Saint-Dennis. A Romênia precisa fazer 2 a 0 na Grécia em Bucareste para voltar à Copa 16 anos depois. A Croácia receberá a Islândia tendo o favoritismo por jogar em casa e precisar de vitória simples, e no jogo mais chamativo do dia a seleção portuguesa visita a Suécia na busca de um golzinho fora de casa, após ganhar por 1 a 0 o primeiro jogo.
Comentários
Vontade pessoal: Islândia, Romênia, Ucrânia, Portugal; na África, Gana e Burkina Faso. E que a Nova Zelândia faça o crime, já que os mexicanos vivem esvaziando a Libertadores.
Quanto ao Inter: mesmo supondo o pior resultado possível no domingo (derrota para o Coritiba), só ficaria a um ponto da zona de rebaixamento se Fluminense, Bahia e Criciúma ganharem seus jogos. Qualquer outra combinação resulta em dois pontos de diferença para o Z4, mais provavelmente três. Ou seja, tem que ser uma reviravolta de novela mexicana para o Inter cair em 2013. Não vai acontecer. Mas que o Inter precisa acautelar-se e pensar 2014 com muita seriedade, disto não tenho dúvida.