Caiu antes de cair
A derrota para o Corinthians foi fatal para a saída de Vanderlei Luxemburgo do comando técnico do Fluminense. A gota d'água nem chegou a ser o resultado em si, mas a atuação covarde do Tricolor, que entrou em Araraquara pensando apenas em não perder, e por isso foi castigado nos acréscimos, no gol de pênalti de Pato. A cinco rodadas do fim do Brasileirão, o atual campeão nacional entrou na zona de rebaixamento de sola: caiu para o 18º lugar, atrás também do Criciúma.
Luxa, porém, não é o único culpado pela derrocada do Flu. Talvez não seja nem o principal deles. É certo que ele tinha a obrigação de ter tirado mais desta equipe, mas é injusto dizer que foi ele quem transformou o campeão brasileiro num time de Série B. Primeiro, porque pegou o barco andando (ou afundando); segundo, porque vários dos titulares do ano passado simplesmente não vêm jogando - entre eles Fred e Carlinhos, fora quem saiu das Laranjeiras, como Deco e Thiago Neves. Não houve reposição à altura. A principal contratação do Flu para a temporada foi Rhayner, um esforçado atacante do Náutico que se notabilizou por um recorde de jogos sem marcar gols. A soberba de achar que não era necessário reforçar o elenco após o título do ano passado é a origem de tudo, e ela é bem mais responsabilidade da direção e do antigo técnico Abel Braga.
Mas isso não exime a parcela de responsabilidade de um técnico caro, que chega com a obrigação de fazer a diferença, mas simplesmente não consegue realizar a tarefa. O Flu, antes de Luxemburgo, tinha 28,6% de aproveitamento; com ele, o percentual sobe pouco, a 38,5% - o equivalente ao 16º lugar do Brasileirão. O curioso é que no Grêmio, seu ex-clube, ele tinha 53,3% no Brasileiro quando saiu, e Renato Portaluppi tem quase o mesmo: 54,8%. Na prática, Luxemburgo não tem sido pior que seus antecessores ou sucessores, mas também não consegue ser melhor. Ele simplesmente não tem feito diferença. Algo grave para quem sempre faz questão de ressaltar que tem currículo vitorioso, e cobra caro por isso.
Responsável maior pela fase do Flu, o presidente Peter Siemsen aposta agora no fator anímico. A queda de Luxemburgo é o último recurso para remobilizar os atletas e tentar uma reação final que faça a equipe escapar do fiasco de ser o primeiro clube campeão brasileiro que é rebaixado no ano seguinte. Uma brincadeira que vai custar alguns milhões de multa rescisória aos cofres tricolores e que simboliza que a gestão do futebol tricolor, antes tida como exemplo para os demais grandes clubes brasileiros, está longe de ser aquela maravilha de tempos não tão distantes assim.
Até de pedalinho nós iremos
O Carta na Mesa de ontem foi ao vivo, mas não porque quiséssemos ou tenhamos planejado. Na verdade, foi a ridícula situação a que a nossa amada Porto Alegre tem sido submetida diante de cada chuva que cai por aqui que nos obrigou a isso. Normalmente chegamos às 10h da manhã nos headquarters da Rádio Estação Web para as gravações, mas o engarrafamento monstruoso na zona norte da capital nos fez chegar aos estúdios às 13h30. Foram quatro horas na tranqueira para percorrer um caminho que normalmente leva 25 minutos. Somente do Zaffari Higienópolis à Sogipa foram duas horas de muita paciência. Mas o programa foi ao ar mesmo assim, pois nosso compromisso com o bom jornalismo esportivo e com os ouvintes precisa falar mais alto. Um agradecimento especial ao amigaço Igor Natusch, que tornou bem mais suportáveis as cinco horas entre ida e volta que ficamos ontem dentro do carro, com seu bom humor de sempre e a genial ideia de comprarmos um Pingo d'Ouro como almoço.
Paciência esgotada
As participações de ouvintes por emissoras de rádio gaúchas deixam claro que a paciência dos gremistas com Renato Portaluppi estourou de vez. Alguém tem sugestão de técnico para 2014, caso ele saia? Eu tenho: se é para baratear e parar de investir em grifes, Gilmar dal Pozzo parece uma boa aposta. O que ele faz com a Chapecoense é façanha que nem Tite conseguiu com o Caxias.
Luxa, porém, não é o único culpado pela derrocada do Flu. Talvez não seja nem o principal deles. É certo que ele tinha a obrigação de ter tirado mais desta equipe, mas é injusto dizer que foi ele quem transformou o campeão brasileiro num time de Série B. Primeiro, porque pegou o barco andando (ou afundando); segundo, porque vários dos titulares do ano passado simplesmente não vêm jogando - entre eles Fred e Carlinhos, fora quem saiu das Laranjeiras, como Deco e Thiago Neves. Não houve reposição à altura. A principal contratação do Flu para a temporada foi Rhayner, um esforçado atacante do Náutico que se notabilizou por um recorde de jogos sem marcar gols. A soberba de achar que não era necessário reforçar o elenco após o título do ano passado é a origem de tudo, e ela é bem mais responsabilidade da direção e do antigo técnico Abel Braga.
Mas isso não exime a parcela de responsabilidade de um técnico caro, que chega com a obrigação de fazer a diferença, mas simplesmente não consegue realizar a tarefa. O Flu, antes de Luxemburgo, tinha 28,6% de aproveitamento; com ele, o percentual sobe pouco, a 38,5% - o equivalente ao 16º lugar do Brasileirão. O curioso é que no Grêmio, seu ex-clube, ele tinha 53,3% no Brasileiro quando saiu, e Renato Portaluppi tem quase o mesmo: 54,8%. Na prática, Luxemburgo não tem sido pior que seus antecessores ou sucessores, mas também não consegue ser melhor. Ele simplesmente não tem feito diferença. Algo grave para quem sempre faz questão de ressaltar que tem currículo vitorioso, e cobra caro por isso.
Responsável maior pela fase do Flu, o presidente Peter Siemsen aposta agora no fator anímico. A queda de Luxemburgo é o último recurso para remobilizar os atletas e tentar uma reação final que faça a equipe escapar do fiasco de ser o primeiro clube campeão brasileiro que é rebaixado no ano seguinte. Uma brincadeira que vai custar alguns milhões de multa rescisória aos cofres tricolores e que simboliza que a gestão do futebol tricolor, antes tida como exemplo para os demais grandes clubes brasileiros, está longe de ser aquela maravilha de tempos não tão distantes assim.
Até de pedalinho nós iremos
Aluguel de caiaques na Sertório daria uma boa grana ontem |
Paciência esgotada
As participações de ouvintes por emissoras de rádio gaúchas deixam claro que a paciência dos gremistas com Renato Portaluppi estourou de vez. Alguém tem sugestão de técnico para 2014, caso ele saia? Eu tenho: se é para baratear e parar de investir em grifes, Gilmar dal Pozzo parece uma boa aposta. O que ele faz com a Chapecoense é façanha que nem Tite conseguiu com o Caxias.
Comentários
Me impressiona, nesse sentido, a PLACIDEZ com que a população aceita o absurdo de ontem: uma chuva que era sabido há uma semana pelo menos, para a qual não houve qualquer preparativo aparente. Saí de casa 8h40, cruzei a cidade praticamente de ponta a ponta (da zona sul até o bairro Anchieta, quase Canoas) e só fui enxergar o primeiro azulzinho (na altura do aeroporto) às 15h13. Sem contar as muitas famílias que tiveram casas invadidas pela água e que certamente têm muito mais a reclamar do que eu. Para mim, preso no trânsito, foi um transtorno e uma incomodação; para essas famílias, foi uma desgraça. Os governos de Porto Alegre e do RS devem explicações a essas pessoas.
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Quanto ao Luxa, é um treinador que venceu, no sentido do trocadilho mesmo. Deixou-se ultrapassar. Ainda é capaz de bons trabalhos (o Grêmio do final do ano passado, por ex), mas não conseguiu arejar as ideias e, sinceramente, preocupa-se sempre mais em sair por cima do que em retirar seus times de situações difíceis. Aliás, certo (eu diria até certíssimo) está Tite, que propõe-se a estudar e reciclar ideias depois do fim do seu contrato com o Corinthians, sem assumir outro clube imediatamente. Não é à toa que vem fazendo trabalhos de alto nível (e não é de hoje).
Quanto ao Tite, certíssimo está ele mesmo. Pena que isso impedirá um contrato com o Grêmio para 2014...