Fiasco sem escusas



O discurso dos jogadores do Grêmio após o fiasco no Couto Pereira foi afinado: faltou concentração porque sobrou desgaste na quarta passada. Todos admitem que o foco é a Copa do Brasil, e que esta é a possibilidade real de título do clube no momento. Até aí, tudo bem, não fosse por um detalhe: a vaga na Libertadores de 2014 ainda não está garantida. E enquanto o Grêmio tropeça, o Goiás só cresce. A diferença, que chegou a ser de oito pontos até a saída do G-4, é de apenas quatro. Convém manter o nível no Brasileirão também.

É verdade que as circunstâncias complicaram tudo. Logo aos 15 segundos o Grêmio já perdia, num gol contra bisonho de Pará, jogador que teve hoje provavelmente a pior atuação de um atleta em todo o Brasileirão, já que além deste lance infeliz errou diversos passes, armou inúmeros contragolpes para o Coxa às suas costas, tomou um baile de Geraldo e foi expulso por uma entrada criminosa no próprio angolano. Mal o time se recuperava do baque e Alex já fazia 2 a 0. Em 220 segundos, dois gols sofridos. Não há poder de reação que suplante tantos golpes.
1º TEMPO: Riveros caiu desta vez pela direita, mas Grêmio esteve perdido
Armado para jogar especulando, este Grêmio tem problemas de reverter placares, e extrema dificuldade quando sai perdendo. Eis a primeira lição para quarta que vem: segurar a pressão do Atlético-PR nos minutos iniciais. Dos 4 aos 34 minutos, o time de Renato tentou jogar futebol contra o Coxa. Adiantou a marcação e tentou criar oportunidades, mas a jornada técnica de todos era visivelmente ruim. Adriano, Pará, Matheus Biteco, Riveros, Barcos, ninguém acertava nada. Num dos tantos erros de Adriano, veio o terceiro, de Robinho. O gol que definiu de vez a parada.

O Coritiba, frise-se, teve todos os méritos, e não podemos tirá-los. Foi intenso o jogo todo, marcou sempre como se buscasse um prato de comida, e jogou muito com a bola no pé. Alex, claro, foi o maestro, mas Júlio César teve ótima partida nas assistências e Geraldo foi infernal pela ponta, como no jogo da Arena. Com o terceiro gol a equipe de Péricles Chamusca diminuiu o ritmo naturalmente, mas seguia criando oportunidades quando queria. Se tivesse forçado, poderia ter feito uma goleada histórica no Tricolor.
2º TEMPO: Grêmio ganha articulação com Elano, mas segue frágil em campo
A partir do 3 a 0, o próprio Grêmio tratou de afrouxar a marcação (se é isso que fosse possível), já poupando forças para a decisão de quarta-feira. Isso é absolutamente natural. O que não é natural é entrar completamente desfocado num jogo importante. Claro que não há chance de título brasileiro, que o jogo contra o Corinthians foi duríssimo, que há uma decisão pela frente na quarta-feira, mas o Campeonato Brasileiro não pode ser deixado de lado, ao menos enquanto a vaga na Libertadores não estiver assegurada.

Campeonato Brasileiro 2013 - 31ª rodada
27/outubro/2013
CORITIBA 4 x GRÊMIO 0
Local: Couto Pereira, Curitiba (PR)
Árbitro: André Luiz Castro (GO)
Público: 21.630
Renda: R$ 425.347,00
Gols: Pará (contra) 15 segundos, Alex 3 e Robinho 34 do 1º; Geraldo 13 do 2º
Expulsão: Pará 20 do 2º
CORITIBA: Vanderlei (6), Gil (6) (Victor Ferraz, 29 do 2º - 6,5), Luccas Claro (6), Leandro Almeida (6,5) e Carlinhos (6,5); Willian Farias (6), Júnior Urso (6,5), Robinho (7) e Alex (8) (Keirrison, 35 do 2º - sem nota); Geraldo (7,5) e Júlio César (7,5) (Deivid, 26 do 2º - 5,5). Técnico: Péricles Chamusca (8,5)
GRÊMIO: Dida (5,5), Pará (0), Werley (3,5), Bressan (4,5) e Alex Telles (4); Adriano (2,5), Riveros (4,5) e Matheus Biteco (3) (Elano, 11 do 2º - 5,5); Kleber (5,5), Barcos (4) (Moisés, 24 do 2º - 5) e Vargas (5,5) (Saimon, 42 do 2º - sem nota). Técnico: Renato Portaluppi (3)

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