Dezembro antecipado
Enquanto o Grêmio só venceu um jogo e só marcou gols em uma partida até agora na Copa do Brasil, o Inter se despede do torneio sem sequer ter perdido nele. Eis aí uma enorme diferença entre os dois grandes gaúchos, e que simboliza mais do que parece a temporada de ambos. O dado explicita a eficiência tricolor diante da ineficácia colorada, o que é visto também dentro do Campeonato Brasileiro. Afinal de contas, ontem, na noite em que mais precisava de gol (e é no singular mesmo, unzinho bastava), o time de Clemer não saiu de um 0 a 0 que o eliminou em Curitiba.
É verdade que o Colorado teve as melhores chances, mas elas foram poucas. E era possível ir além disso: o Atlético-PR vinha bastante desfalcado, em especial de talvez seu melhor jogador, o ótimo atacante Marcelo, mas os problemas ocorriam nos três setores da equipe paranaense, que reconhecidamente tem plantel inferior ao do Inter. A equipe de Clemer não teve forças para sair do empate sem gols. Um fim melancólico.
A culpa, como bem aponta o capitão D'Alessandro, não é de Clemer. O Inter só foi a Curitiba com alguma chance de classificação por conta do gol tardio de Otávio em Novo Hamburgo, e ele já foi um achado. No primeiro tempo do jogo de ida, talvez no pior momento de Dunga no clube, o Atlético-PR poderia ter definido a sua classificação abrindo 2 ou 3 a 0. Perdeu gols demais, e estendeu seu drama até a meia noite desta quinta-feira. Diante do Grêmio, equipe bem mais eficiente que este Colorado versão 2013, erros deste tipo serão punidos com a eliminação.
Porém, embora a impressão seja de fim de festa, 2013 ainda não acabou para o Inter. Ainda existe uma tênue esperança de Libertadores, que poderá vir caso o rival Grêmio ou próprio Atlético-PR vençam a Copa do Brasil e algum brasileiro não vença a Copa Sul-Americana. Neste caso, abriria-se uma quinta vaga, que hoje seria do Goiás. A diferença para a equipe de Walter é de quatro pontinhos, bem menos que os oito que distanciam o alvirrubro do G-4. É difícil, muito difícil, mas é o que há no momento. Clemer, ao menos, terá algumas semanas cheias para treinar seu time até o fim do ano. E a direção ganha um mês e meio a mais para planejar 2014.
A la 1992
O Flamengo reviveu 1992 ontem à noite, guardadas as proporções decisivas do jogo. Como há 21 anos, não tinha o favoritismo diante do Botafogo, mas massacrou o rival num mata-mata nacional. Os 4 a 0 mostram a força rubro-negra, sempre uma camisa de peso na Copa do Brasil. Hernane, artilheiro do novo Maracanã, fez simplesmente três, e mostrou novamente ser um perigo terrível dentro da área. Hoje é dia de Vasco x Goiás, com a equipe cruz-maltina precisando de um golzinho só para seguir adiante. Já pensaram noutro clássico?
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