Há vida sem Alex



Pude ver boa parte do jogo entre Fluminense (8º, 30) e Coritiba (7º, 31), e passei a entender aqueles que afirmam que o Coxa não é um time dependente de Alex, embora sigo discordando parcialmente desta análise, pois embora o time ainda jogue um futebol razoável, os resultados são bem piores sem o craque.

Em termos de atuação, a equipe paranaense se virou bem ontem com o trio de meias formado por Lincoln, Robinho e Vítor Júnior. Marquinhos Santos também fez bom uso de Darío Bottinelli: o ex-meia do Flamengo virou segundo volante, mas quando o time tem a bola faz Lincoln cair do meio para a esquerda, para que ele avance pela direita. Assim, quando ataca, o Coxa tem quatro meias para abastecer o ataque.

Ontem, com essa estratégia, a equipe alviverde trabalhou a bola melhor do que o Fluminense e merecia ter vencido a partida no Maracanã. O Flu sente muito a falta de Fred, é verdade, mas o problema principal da equipe desde o começo do ano é criação de jogadas. Wagner não tem a intensidade de que o time precisa, e Rafinha e Rhayner foram muito participativos, mas pouco competentes neste processo. Não foi coincidência a entrada de Biro-Biro e Ronan terem melhorado o Flu na volta para a etapa final.
Coritiba sem Alex: 4-2-3-1 ao se defender, 4-1-4-1 atacando o adversário
O curioso é que o gol do Coritiba veio num cruzamento perfeito de Escudero, zagueiro improvisado na lateral, caracterizado pela técnica quase nula e pelo jogo iminentemente físico (quando não violento, mesmo). O gol foi de Lincoln, um dos quatro meias com liberdade para ingressar na área. No último lance do jogo, Gil e Dudu perderam a chance do que seria uma merecida vitória do time mais organizado no Maracanã, que recebeu o bom público de 34 mil torcedores.

Corinthians (9º, 30) x Cruzeiro (1º, 49): desta vez, Tite jogará deliberadamente sem a referência que tanto pedia (Guerrero está suspenso, Pato perdeu lugar no time). Prova de que ele está repensando o conceito que tem deste visivelmente decadente Corinthians, que ainda assim é um time forte e um teste definitivo para o imbatível líder Cruzeiro no Pacaembu. É o jogo da rodada.

Botafogo (2º, 42) x Bahia (13º, 28): hoje é uma daquelas grandes chances que o Botafogo terá até dezembro de encostar no Cruzeiro, pois o time mineiro tem uma pedreira pela frente, fora de casa, e o Fogão enfrentará um adversário notadamente mais fraco, no Maracanã. Ainda assim, o Bahia deu mostras nas últimas três rodadas que seu pior momento já passou no Brasileiro. O Botafogo é favorito, mas é jogo duro.

Atlético-PR (4º, 38) x Ponte Preta (19º, 19): o Furacão vem de uma grande vitória sobre o Flamengo no Maracanã e tem a chance de ultrapassar o Grêmio e assumir o 3º lugar. É o inegável favorito. Porém, a Ponte melhorou de rendimento nos últimos três jogos, bateu o Corinthians com autoridade e tem tudo para complicar a vida da equipe paranaense.

Internacional (5º, 34) x Portuguesa (16º, 25): outro jogo aparentemente fácil, mas que promete dureza para o dono da casa. O instável Inter de Dunga recebe uma Lusa embalada, que há tempos vem crescendo e já não habita mais o Z-4. Com ataques fortes e defesas ruins, os dois times prometem um jogo aberto e cheio de gols.

Goiás (10º, 30) x São Paulo (14º, 27): teste forte para o São Paulo de Muricy Ramalho. Muito forte em casa, o Goiás conhece como ninguém os atalhos do gigantesco campo do Serra Dourada, mas o Tricolor Paulista costuma levar bastante torcida para lá. Apesar da boa fase, a equipe do Morumbi ainda vive sob clima de decisão: uma derrota pode levá-la à zona do rebaixamento de novo. Não cabe qualquer tipo de euforia.

Santos (11º, 29) x Criciúma (17º, 24): dois times que não conquistam bons resultados há algum tempo, mas o favoritismo é do Peixe. Para o Criciúma, um resultado é de fundamental importância, para a equipe não se acostumar à zona de rebaixamento.

Atlético-MG (12º, 28) x Vasco (18º, 24): o favoritismo é todo do Galo. Joga em casa, é muito mais time e receberá um Vasco tão fraco quanto desesperado.

Náutico (20º, 9) x Flamengo (15º, 26): o jogo tinha tudo para ser uma barbada para o Flamengo, mas a virada incrível sofrida para o Atlético-PR e a estranha saída de Mano Menezes equilibram o jogo. Mas não há desculpa: todo mundo ganha do Náutico, em casa ou fora. O Fla já perdeu três pontos como mandante no turno, e não pode perder mais, para não começar a correr risco sério de rebaixamento.

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