Dia de Grêmio, não de São Paulo



O jogo de hoje no Morumbi foi daqueles que definem um time que é candidato ao rebaixamento. O São Paulo seguiu à risca a cartilha dos desesperados: pressionou o Grêmio, jogou melhor, criou chances, mas perdeu todas, uma a uma. Foi acossado pouquíssimas vezes durante o jogo, mas conseguiu perder, num lance absolutamente improvável e fortuito. Perdeu três pontos que o deixariam tranquilo e, como não vieram, reacendem o alerta vermelho.

Ao contrário de quarta passada, desta vez o esquema de Renato Portaluppi não funcionou. Ao contrário do Corinthians, o São Paulo jogou bem. Marcou tão adiantado que impediu que o Grêmio tomasse a iniciativa de fazer isso. Com isso, apartou o time gaúcho em dois, separando os três atacantes do resto do time. Havendo aproximação entre Ganso, Jadson, Osvaldo, Luís Fabiano e algum volante que subisse, qualquer troca de passes ofensiva era capaz de penetrar na desta vez pouco sólida defesa gaúcha.
1º TEMPO: São Paulo adianta marcação e isola ataque do resto do time do Grêmio
O Grêmio jogou hoje sua terceira partida seguida fora de casa, e não tomou gol em nenhuma delas. Hoje, porém, não se defendeu nada bem. O bloqueio comandado por Ramiro e Riveros não funcionou. Pará e Alex Telles foram envolvidos algumas vezes, erraram passes em outras. Saimon e Bressan foram bem, mas às vezes nem eles eram capazes de segurar os ataques são-paulinos. Aí, havia o último recurso: Dida, que fez uma grande partida e foi o grande responsável pela vitória gremista.

Passados 20 minutos iniciais de pressão, o Grêmio passou a ocupar um pouco mais o campo do São Paulo até os 40, mas foi pressionado de novo no fim do primeiro tempo. O segundo tempo foi um horror: visivelmente dominado, o Grêmio estava na iminência de sofrer um gol a qualquer momento. Não havia nada de articulação, criação zero, nenhum resquício que fosse de retenção de bola na frente, e Renato parecia estar esperando a equipe sofrer um gol para mexer no time, mesmo que a presença de Zé Roberto fosse gritantemente necessária para dar tudo o que o time mais precisava. O São Paulo começava o ataque, entrava na área, o Grêmio afastava com um chutão e a bola voltava para o São Paulo. Uma perigosa monotonia.
2º TEMPO: Muricy abre um 4-3-3, mas má atuação de Ganso compromete a criação do time
Aí, veio o inesperado gol gremista, em cruzamento de Alex Telles para Vargas, na única chance clara da equipe no jogo. O esquema fechado, enfim, passava a ser justificável, mas ainda assim era melhor que entrasse algum meia com retenção de bola, que desse cadência ao ritmo da partida. Ao contrário, Renato preferiu improvisar Wendell no meio, um jogador que acelera o jogo em vez de diminuir sua velocidade, em detrimento de Zé Roberto, deixando claro que não conta com o camisa 10, ao menos não neste momento. Tem boi nessa linha, com certeza.

Renato deu muito mais sorte que juízo, e ainda contou com a colaboração de Muricy. Preferiu deixar o molenga Ganso em campo, jogador que dá toque de calcanhar com o time perdendo em casa e correndo risco de queda, e tirar Jadson, peça mais movediça do São Paulo na partida de hoje. Aloísio, por outro lado, entrou bem, dando grande trabalho a Alex Telles. Cavou um escanteio que quase ocasionou o empate, com Antônio Carlos perdendo chance incrível, na pequena área, já nos acréscimos. Era o dia de sorte do Grêmio mesmo.

A vitória de hoje compensa, de algum modo, a derrota relativamente injusta para o Atlético-MG, há duas semanas, quando o Grêmio fez uma boa partida na Arena e acabou perdendo na única chance real de gol do seu adversário. De todo modo, urge a entrada de um meia neste time. Hoje, o Grêmio teve extremas dificuldades para criar perigo diante de um adversário que o marcou de cima, e não conseguiu se defender bem, dando ao São Paulo diversas chances para até vencer o jogo. Contra o Atlético-PR, na Arena, é preciso haver grandes mudanças. Em ocasiões de penúria, sem meias e atacantes de qualidade disponíveis, a formação defensiva funcionou e se tornava justificável. Há algum tempo, porém, é hora de repensá-la, para o Grêmio dar um passo adiante e poder desenvolver melhor o seu potencial nestes meses finais de ano. Ficar preso a um esquema como esse é preocupante.

Em tempo:
- Kleber estica o braço além da altura do seu rosto, ao contrário do que alegou após o jogo. Pênalti, não dado a favor do São Paulo. Não era dia do São Paulo.

Campeonato Brasileiro 2013 - 24ª rodada
29/setembro/2013
SÃO PAULO 0 x GRÊMIO 1
Local: Morumbi, São Paulo (SP)
Árbitro: Heber Roberto Lopes (PR)
Público: 41.201
Renda: R$ 502.961,00
Gol: Vargas 23 do 2º
Cartão amarelo: Rogério Ceni, Luís Fabiano, Antônio Carlos, Bressan, Saimon e Kleber
SÃO PAULO: Rogério Ceni (5,5), Paulo Miranda (5,5), Rafael Tolói (5) (Douglas, 29 do 1º - 5,5), Antônio Carlos (6) e Reinaldo (5); Wellington (6), Rodrigo Caio (5,5), Ganso (5) e Jadson (6) (Aloísio, 28 do 2º - 6); Osvaldo (5) e Luís Fabiano (5,5). Técnico: Muricy Ramalho (5,5)
GRÊMIO: Dida (7,5), Pará (5), Saimon (6), Bressan (6) e Alex Telles (6); Souza (6,5), Ramiro (5,5) e Riveros (5); Kleber (5), Barcos (4,5) (Wendell, 38 do 2º - sem nota) e Vargas (6) (Paulinho, 46 do 2º - sem nota). Técnico: Renato Portaluppi (5)

Comentários

Lique disse…
a maria gadú subiu muito e cabeceou estilo ALLEJO (International Superstar Soccer), pro chão. se não me engano ele fez mais gol de cabeça do que com o pé pelo gremio, até agora. mas jogou NADA esse time. que horror.
Sancho disse…
E a arbitragem a nosso favor DE NOVO! Quedê-lhe os conspiracionistas?!
Chico disse…
E o ferrolho tricolor conquistou mais uma grande vitória na bambilândia.

Dida foi um monstro.

Chora rogério puto!