Há 13 anos no aguardo

A Copa do Brasil proporcionou grandes jogos nos últimos anos, não dá para negar. Mas também é inegável que a volta dos clubes que disputam a Libertadores à competição faz um bem fantástico a ela. Ontem, com a vitória do Vasco sobre o Nacional-AM, por 2 a 0, a fase quente começou. Hoje, grandes confrontos simbolizam a retomada da era de ouro do torneio, que agora corre até o fim do ano, dando a quem gosta de mata-mata e de pontos corridos a chance de curtirem os dois formatos de disputa entre os melhores times do país em paralelo.

Dois confrontos são os que mais chamam a atenção hoje. Primeiro, às 19:30, Santos e Grêmio revivem um dos duelos mais marcantes da história do torneio, ocorrido na semifinal de 2010. Desta vez, ao contrário daquela, o time gaúcho é o mais cotado para seguir adiante. Diante de um Peixe que não convence e vem mal no Brasileiro, a equipe treinada por Renato Portaluppi chega embalada por três vitórias seguidas, duas delas fora da Arena, e consolida um esquema de jogo cada vez mais. Fazendo o mesmo que em São Januário, o Grêmio tem tudo para trazer ao menos um empate da Vila Belmiro, que seria já um bom resultado para administrar no jogo de volta, em Porto Alegre, quarta que vem.

O outro jogão é mais tarde, Cruzeiro x Flamengo, no Mineirão, revivendo a final de 2003. Como naquele ano, o time mineiro é melhor. Enquanto Marcelo Oliveira já deu à Raposa um padrão de jogo capaz de lhe colocar na vice-liderança do Brasileirão, Mano Menezes ainda busca fazer o Rubro-Negro chegar a este patamar. São dois técnicos, aliás, que conhecem como poucos a Copa do Brasil: Marcelo levou o Coritiba às finais nos últimos dois anos; Mano foi vice com o Corinthians em 2008 e campeão pelo Timão em 2009, isso sem falar na façanha de ter levado o 15 de Novembro às semifinais em 2004.

E não para por aí: temos ainda Fluminense x Goiás e Palmeiras x Atlético Paranaense, dois jogos que seriam grandes atrações para uma fase de oitavas de final em anos recentes, mas que agora ficam sombreados por confrontos ainda mais chamativos. E amanhã tem o melhor dos melhores: o líder do Brasileirão, Botafogo, recebendo o campeão da Libertadores, Atlético Mineiro. É a Copa do Brasil mais quente (e mais difícil) dos últimos anos.

O esquema
Renato faz bem em manter o 3-5-2 no Grêmio, embora, na verdade, o único jogo em que este esquema venceu foi o de sábado: no Gre-Nal foi bem, mas só empatou; contra o Cruzeiro, o time era dominado no 11 contra 11, seguiu insosso com 11 contra 10, até que a entrada de Guilherme Biteco no lugar de Bressan fez o Tricolor voltar ao 4-4-2 e começar a de fato dominar e vencer o jogo. Em São Januário, porém, é inegável que a formação funcionou bem o tempo todo. E, se funcionou, não há sentido mudar tudo outra vez.

O que poderia mudar é a formação do meio. O Grêmio pode jogar ainda mais se retirar um dos volantes e colocar um meia - seja Guilherme Biteco ou Maxi Rodríguez. O time se solta mais. O problema é que centromédio retirar: Souza é o único primeiro homem, Riveros é talhado para jogar neste sistema e Ramiro tem ido muito bem, sendo um dos melhores em campo no Rio. Meu palpite: quando Zé Roberto voltar, Ramiro deixa o time. Não é errado, embora também não seja justo com o menino. É o problema bom de ter grupo de jogadores. Elano? Hoje, é um grande reserva. Vargas é outro.

Deu a lógica
O Sport é melhor que o Náutico. Provou isso fazendo campanha melhor no Campeonato Pernambucano, vem tendo bom desempenho na Série B (enquanto o Timbu é lanterna com sobras na A) e ontem aplicou 2 a 0 no jogo de ida da fase inaugural da Copa Sul-Americana. Vantagem boa para levar à Arena Pernambuco, na semana que vem. A fase brasileira prossegue hoje com um interessante Vitória x Coritiba, além de Criciúma x Ponte Preta.

Comentários

Chico disse…
A Copa do Brasil ficou difícil e a Copa Sul-Americana está esvaziada. Malditas invenções da CBF.

Marcus Staffen disse…
Acredito que uma alternativa interessante no 3-5-2, seria o ingresso do Zé Roberto, com o Ramiro indo ocupar a ala direita no lugar do Pará. Agregaria muita qualidade ao time...
Vicente Fonseca disse…
Interessante a tua sugestão, Marcus. Realmente, o Ramiro tem características que ajudariam na ala: velocidade, boa saída, marcação firme. Acho que ele acrescentaria mais que o Elano por ali, por exemplo.