A dupla liberação e o provável fim do ferrolho

O Grêmio recebeu duas boas notícias nas últimas 24 horas, ambas relativas a jogadores que desfalcaram o time neste mês de agosto. Primeiro, a liberação de Zé Roberto e Vargas por parte do departamento médico. Depois, nova liberação de ambos, mas por parte do STJD, que absolveu Zé mais uma vez e diminuiu a pena do chileno em julgamento seguinte. Ambos voltam a ser opções para a partida contra o Santos, no meio de semana - Adriano também, mas convenhamos, é uma novidade bem menos animadora...

A volta de Zé Roberto e Vargas significa não apenas mais opções para Renato Portaluppi montar o Grêmio, mas a volta de um esquema mais equilibrado entre defesa e ataque. A escalação de um 3-5-2 sem meias se deve ao fato de o técnico gremista não confiar em Maxi Rodríguez e Guilherme Biteco como substitutos capazes de começar um jogo e manter o nível (embora ao menos entrando no decorrer das partidas eles já provaram que conseguem alto rendimento). E aí forma-se um meio com Souza fixo, Riveros e Ramiro saindo pelos lados e os alas com liberdade de movimentos, o que em nenhum momento de nenhum jogo até agora deixou os dois atacantes isolados, risco maior de uma formação tão resguardada.

Este já provou ser um bom sistema para jogar fora de casa, mas seus dias estão contados. Hoje, contra o Flamengo de Mano Menezes, time que deve entrar ansioso por um bom resultado, e por isso deve cometer erros, é uma boa mantê-lo. Mas ali adiante, quarta, contra o Santos, na Arena, precisando reverter uma desvantagem, não será suficiente. A tendência é que Zé Roberto entre no lugar de um dos três volantes. Vargas fica como uma ótima opção para abrir a zaga rival no segundo tempo, descansado, em caso de necessidade.

Dando certo o provável 3-5-2 com dois volantes e Zé Roberto na quarta que vem, Renato enfim terá achado as "duas formações" que tanto dizia que queria encontrar para o Grêmio. As tais alternativas táticas. Com Zé, um 3-5-2 com dois volantes, um deles com boa saída e outro protegendo mais a zaga; sem ele, e fora de casa, três volantes, desde que dois deles saiam bastante para o jogo. Mas e sem Zé Roberto dentro da Arena, como proceder? É o que falta descobrir.

Mudar se mudando, mais uma vez
Uma arquibancada do Vale vergou com a chuva. Risco alto, sem dúvida, mas a Brigada Militar e os Bombeiros liberaram - a diferença de rigor em relação à Arena é realmente estranha, ao menos para os olhos de um leigo em engenharia, como eu. Mas mesmo com a aprovação do espaço, já consertado, a questão é que o Internacional deve mudar novamente de casa, para um velho endereço: o Centenário, em Caxias do Sul. Os argumentos: o Vale não faz tanta pressão como os dirigentes imaginavam e a média de público ficou abaixo do que a direção esperava. O clube já consultou a CBF e o duelo com o Corinthians, no próximo dia 4, já deve ser na serra novamente.

Ora, ora, ora. Será que o Centenário faz mais pressão que o Vale? É claro que não. O público contra o Salgueiro foi realmente muito baixo (2.300 torcedores), mas seria igual, ou até pior, em Caxias, e num estádio onde a distância entre campo e arquibancada é bem maior. Havia chuva, vento e muito frio em Novo Hamburgo (imaginem em Caxias), contra um adversário de Série D. Atrativos não faltam. Não faltam para que o torcedor ficasse em casa, acompanhando pela TV.

Mas uma coisa é certa: a estrutura para abrigar torcida no Centenário é sem dúvida melhor. O vergão na prancha da arquibancada móvel que o diga.

Em tempo:
- Por que o Grêmio insiste em tentar Willian Farias, do Coritiba? É bom volante, mas o elenco já conta com inúmeros - Souza, Matheus Biteco, Riveros, Ramiro, Adriano...

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