Uma senhora final de Libertadores

A confiança do Atlético-MG e dos atleticanos é impressionante. Não é injustificada, tampouco fará mal ao time, pois não é excessiva, no mau sentido. Somente uma grande atuação da equipe hoje, no Mineirão, fará o Galo entrar no clube dos times brasileiros que já ganharam a Libertadores. Portanto, será mesmo necessário confiar na virada e acreditar no próprio taco.

No aspecto técnico, a superioridade do time de Cuca é flagrante, embora os paraguaios não sejam fracos, pelo contrário. No entanto, ele não é necessariamente decisivo num mata-mata de Libertadores, quanto mais numa final. Os brios entrarão em campo, e a catimba também. O Olímpia tem ambos de sobra. A malandragem paraguaia ficará muito clara a cada jogador que cairá em campo, a cada tiro de meta demorado para ser batido. Vale tudo para esfriar o incandescente time da casa e os 60 mil torcedores que irão ao Mineirão.

O que pode decidir a Libertadores também pode ser o aspecto físico. Times brasileiros costumam ir melhor neste quesito, e times que têm a posse de bola, o que muito provavelmente será o caso do Galo hoje à noite, costumam cansar menos. Portanto, uma prorrogação não necessariamente é um mau negócio. É claro que a ansiedade penderá mais, neste caso, para o Atlético-MG, mas é bem provável que o Olímpia chegue mais cansado para a disputa dos 30 minutos extras, caso eles sejam necessários.

É jogo, portanto, para uma forte pressão no início, para que um gol venha logo, cedinho, como contra o Newell's. Mas, depois disso, também é jogo de paciência e dosar as energias. O Atlético-MG não precisa exercer uma pressão implacável sobre o Olímpia em todos os 90 minutos. Nem conseguirá isso, diga-se. Mas tudo passa por um gol no primeiro tempo. Com ao menos 1 a 0 na etapa inicial, o Atlético-MG terá mais 45 minutos para buscar o segundo, sem precisar correr enlouquecidamente em busca deste tento salvador. O 0 a 0 no intervalo, sim, obrigará uma pressão forte também na segunda etapa. Aí, o Galo cansaria também, e a prorrogação já viraria um negócio perigoso.

E nem sequer tocamos ainda na hipótese de os paraguaios fazerem um golzinho. O Olímpia, nesta Libertadores, tem um ataque tão positivo quanto o do Galo, que sofreu gols em 12 dos 13 jogos que disputou até agora. A sorte atleticana é que não há saldo qualificado, mas um gol do time paraguaio é uma possibilidade não tão pequena assim, até porque alguns clarões vão se abrir quando o time de Cuca se jogar para cima do adversário. É um jogo de xadrez, de pressão, de paciência, de brios, de catimba, de estádio lotado. É uma senhora final de Libertadores.

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