Do jeito que os gremistas gostam
Não dava mesmo para esperar um grande desempenho. O Grêmio de Renato ainda está em construção, carece de vários ajustes. E o Botafogo, convenhamos, não é um adversário muito agradável de se enfrentar em um momento como esse, de tentativa de afirmação. Diante de tudo isso, a vitória foi excelente, muito melhor que o futebol apresentado, inclusive, que dificilmente seria mesmo brilhante. E o afinco com que o Grêmio defendeu seu resultado, isso sim, encheu os olhos de quem foi à Arena e tanto cobrava do time nos tempos de Vanderlei Luxemburgo.
Apesar da chuvarada, foi um jogaço, especialmente no eletrizante primeiro tempo, onde por meia hora o jogo foi quase que lá e cá o tempo todo. Com Elano mais adiantado no losango no meio, Vargas fez sua melhor partida com a camisa gremista. A aproximação dos dois sempre rendeu bons frutos, e não é de hoje que o chileno cresce ao lado do camisa 7. Talvez esta seja a maior vantagem até aqui do novo esquema apresentado por Renato. Outra é que Elano, agora, aparece mais como elemento-surpresa dentro da área. Sua conclusão sempre foi melhor que a de Zé Roberto.
O Grêmio começou muito bem, marcando o Botafogo sob pressão no campo de ataque. No entanto, a qualidade do meio botafoguense, ponto alto da equipe de Oswaldo de Oliveira, aos poucos começou a aparecer. Os três meias combinavam muito bem, e causavam perigos em pares, com os alas: Lodeiro e Lucas deram trabalho a Alex Telles pela direita, Seedorf e Júlio César pela esquerda; Vitinho fez boa partida pelo meio também. Isso fora o fato de Renato aparecer como elemento-surpresa dentro da área, como em um lance no começo onde quase abriu o placar após jogada de Lodeiro.
Foi num momento em que o Botafogo ensaiava dominar a partida que Vargas abriu o placar com um golaço, aos 13, após boa jogada de Alex Telles pelo lado esquerdo. E Elano, aos 16, quase ampliou após receber passe de Zé Roberto. Justamente quando o Grêmio dominava, Seedorf tirou o coelho da cartola e fez um golaço. O empate foi um balde de água fria no Tricolor, pois veio no melhor momento gremista na partida. Quando o ritmo já caía, Vargas fez o segundo gol, importantíssimo, pois dava não só a vantagem no placar, mas anímica ao Grêmio no fim do equilibrado primeiro tempo.
No segundo, o Botafogo veio para cima. Teve sempre a iniciativa e o controle da bola. A pressão foi fortíssima nos minutos iniciais, mas logo diminuiu. O Grêmio marcou com mais gente no segundo tempo, e teve em Vargas uma opção importante no contragolpe, embora utilizada menos do que deveria. Na etapa inicial, o posicionamento de Adriano, Souza e Zé Roberto era confuso na marcação aos meias, o que dificultava a contenção das tabelas dos articuladores com os alas do Botafogo. Na etapa final, a marcação melhorou. Seedorf era sempre vigiado de perto por dois marcadores. No fim, sim, a equipe carioca voltou à carga forte sobre a defesa gremista, dando ares dramáticos à vitória.
Não apenas pelos dois gols que fez, Vargas foi o melhor jogador em campo. Muito à vontade, partiu para cima sempre com verticalidade, criou problemas para a defesa botafoguense o jogo todo e ainda ajudou na marcação. Atuou bem próximo à área, embora sempre partindo de trás. Seria interessante ver ele se aproximar de Barcos deste modo, formando de fato uma dupla de ataque, algo que nunca conseguiram ser de fato ainda em 2013.
É claro que há problemas, e não são poucos. O meio em losango é uma ideia que pode funcionar em breve, mas ainda precisa ser mais treinada. Nenhum dos quatro meio-campistas fez grande partida. Adriano e Souza tiveram problemas na contenção aos meias cariocas, Zé Roberto teve atuação mais discreta que de costume e Elano começou bem, mas caiu demais no segundo tempo. Ainda assim, o mais importante era conseguir a vitória. E ela veio, na raça, na qualidade de Vargas, em uma Arena que pulsou como um fator local tanto precisa pulsar, e diante do líder do Campeonato Brasileiro até o jogo começar. Não dá para exigir muito mais do que isso, certo?
Em tempo:
- Tão criticado, e com razão, em outros tempos, o gramado da Arena passou fácil pelo teste da chuvarada de hoje à tarde.
- Cris ou Bolívar? Quem foi o mais vaiado da tarde?
Campeonato Brasileiro 2013 - 7ª rodada
14/julho/2013
GRÊMIO 2 x BOTAFOGO 1
Local: Arena do Grêmio, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Paulo César Oliveira (SP)
Público: 30.395
Renda: R$ 1.335.155,00
Gols: Vargas 12, Seedorf 19 e Vargas 33 do 1º
Cartão amarelo: Adriano, Vargas, Kleber, Vitinho e Marcelo Mattos
GRÊMIO: Dida (7), Pará (5,5), Werley (6,5), Bressan (6) e Alex Telles (6); Adriano (5), Souza (5,5) (Matheus Biteco, 38 do 2º - sem nota), Zé Roberto (6) e Elano (5,5) (Maxi Rodríguez, 24 do 2º - 6); Vargas (8) (Cris, 48 do 2º - sem nota) e Kleber (5,5). Técnico: Renato Portaluppi (6)
BOTAFOGO: Jefferson (6), Lucas (6) (Gilberto, 15 do 2º - 6), Bolívar (5,5), Dória (6) e Júlio César (5,5); Marcelo Mattos (5,5), Renato (6), Lodeiro (6,5) (Elias, 21 do 2º - 5,5), Vitinho (6) (Henrique, 31 do 2º - 5,5) e Seedorf (7,5); Rafael Marques (4,5). Técnico: Oswaldo de Oliveira (6)
Apesar da chuvarada, foi um jogaço, especialmente no eletrizante primeiro tempo, onde por meia hora o jogo foi quase que lá e cá o tempo todo. Com Elano mais adiantado no losango no meio, Vargas fez sua melhor partida com a camisa gremista. A aproximação dos dois sempre rendeu bons frutos, e não é de hoje que o chileno cresce ao lado do camisa 7. Talvez esta seja a maior vantagem até aqui do novo esquema apresentado por Renato. Outra é que Elano, agora, aparece mais como elemento-surpresa dentro da área. Sua conclusão sempre foi melhor que a de Zé Roberto.
O Grêmio começou muito bem, marcando o Botafogo sob pressão no campo de ataque. No entanto, a qualidade do meio botafoguense, ponto alto da equipe de Oswaldo de Oliveira, aos poucos começou a aparecer. Os três meias combinavam muito bem, e causavam perigos em pares, com os alas: Lodeiro e Lucas deram trabalho a Alex Telles pela direita, Seedorf e Júlio César pela esquerda; Vitinho fez boa partida pelo meio também. Isso fora o fato de Renato aparecer como elemento-surpresa dentro da área, como em um lance no começo onde quase abriu o placar após jogada de Lodeiro.
Foi num momento em que o Botafogo ensaiava dominar a partida que Vargas abriu o placar com um golaço, aos 13, após boa jogada de Alex Telles pelo lado esquerdo. E Elano, aos 16, quase ampliou após receber passe de Zé Roberto. Justamente quando o Grêmio dominava, Seedorf tirou o coelho da cartola e fez um golaço. O empate foi um balde de água fria no Tricolor, pois veio no melhor momento gremista na partida. Quando o ritmo já caía, Vargas fez o segundo gol, importantíssimo, pois dava não só a vantagem no placar, mas anímica ao Grêmio no fim do equilibrado primeiro tempo.
No segundo, o Botafogo veio para cima. Teve sempre a iniciativa e o controle da bola. A pressão foi fortíssima nos minutos iniciais, mas logo diminuiu. O Grêmio marcou com mais gente no segundo tempo, e teve em Vargas uma opção importante no contragolpe, embora utilizada menos do que deveria. Na etapa inicial, o posicionamento de Adriano, Souza e Zé Roberto era confuso na marcação aos meias, o que dificultava a contenção das tabelas dos articuladores com os alas do Botafogo. Na etapa final, a marcação melhorou. Seedorf era sempre vigiado de perto por dois marcadores. No fim, sim, a equipe carioca voltou à carga forte sobre a defesa gremista, dando ares dramáticos à vitória.
Não apenas pelos dois gols que fez, Vargas foi o melhor jogador em campo. Muito à vontade, partiu para cima sempre com verticalidade, criou problemas para a defesa botafoguense o jogo todo e ainda ajudou na marcação. Atuou bem próximo à área, embora sempre partindo de trás. Seria interessante ver ele se aproximar de Barcos deste modo, formando de fato uma dupla de ataque, algo que nunca conseguiram ser de fato ainda em 2013.
É claro que há problemas, e não são poucos. O meio em losango é uma ideia que pode funcionar em breve, mas ainda precisa ser mais treinada. Nenhum dos quatro meio-campistas fez grande partida. Adriano e Souza tiveram problemas na contenção aos meias cariocas, Zé Roberto teve atuação mais discreta que de costume e Elano começou bem, mas caiu demais no segundo tempo. Ainda assim, o mais importante era conseguir a vitória. E ela veio, na raça, na qualidade de Vargas, em uma Arena que pulsou como um fator local tanto precisa pulsar, e diante do líder do Campeonato Brasileiro até o jogo começar. Não dá para exigir muito mais do que isso, certo?
Em tempo:
- Tão criticado, e com razão, em outros tempos, o gramado da Arena passou fácil pelo teste da chuvarada de hoje à tarde.
- Cris ou Bolívar? Quem foi o mais vaiado da tarde?
Campeonato Brasileiro 2013 - 7ª rodada
14/julho/2013
GRÊMIO 2 x BOTAFOGO 1
Local: Arena do Grêmio, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Paulo César Oliveira (SP)
Público: 30.395
Renda: R$ 1.335.155,00
Gols: Vargas 12, Seedorf 19 e Vargas 33 do 1º
Cartão amarelo: Adriano, Vargas, Kleber, Vitinho e Marcelo Mattos
GRÊMIO: Dida (7), Pará (5,5), Werley (6,5), Bressan (6) e Alex Telles (6); Adriano (5), Souza (5,5) (Matheus Biteco, 38 do 2º - sem nota), Zé Roberto (6) e Elano (5,5) (Maxi Rodríguez, 24 do 2º - 6); Vargas (8) (Cris, 48 do 2º - sem nota) e Kleber (5,5). Técnico: Renato Portaluppi (6)
BOTAFOGO: Jefferson (6), Lucas (6) (Gilberto, 15 do 2º - 6), Bolívar (5,5), Dória (6) e Júlio César (5,5); Marcelo Mattos (5,5), Renato (6), Lodeiro (6,5) (Elias, 21 do 2º - 5,5), Vitinho (6) (Henrique, 31 do 2º - 5,5) e Seedorf (7,5); Rafael Marques (4,5). Técnico: Oswaldo de Oliveira (6)
Comentários
e o árbitro, ignorando a precipitação do bandeira, foi perfeito no lance, assumiu o gol e acertou demais.
Eu nem fiquei chateado com o gol do Seedorf, todo mundo no estádio quis aplaudir e ficou com vergonha, era visível.