Sem perdão
A Nigéria foi o time que melhor encarou a Espanha nesta Copa das Confederações. Aliás, foi o único. O Uruguai não conseguiu jogar durante quase todos os 90 minutos na semana passada, e o Taiti, bem... No entanto, a boa atuação nigeriana teve como grande problema os gols perdidos. Não foram poucos, pois o time de Stephen Keshi teve uma boa atuação. Os 3 a 0 finais são muito cruéis com a campeã africana, e simbolizam o duro castigo que é perder gols contra o melhor time do mundo.
Poucos acreditavam que o Uruguai ficaria de fora, mesmo estando atrás da Nigéria pelo saldo. Qualquer resquício de paralelismo com o jogo de Recife acabava logo a 1 minuto: Abel Hernández abria o placar para a Celeste contra os taitianos no mesmo momento em que Alba fazia 1 a 0 para a Espanha. Logo antes, Iniesta já perdera chance clara. Tudo levava a crer em mais um massacre espanhol, mas o que houve a seguir foi uma grata surpresa: a Nigéria reagiu, entrou no jogo e até merecia ter ido para o intervalo com um empate, pelo que jogou e criou de chances.
Como nos dois primeiros jogos, era o lado esquerdo o forte da campeã africana. O lateral Echiejile, rápido apoiador, combinava bem com Musa, e até com Obi Mikel, quando ele caía por aquele setor. Como Arbeloa é tecnicamente o jogador mais fraco da Espanha, não havia qualquer dúvida de que o caminho era por ali. O inabalável time espanhol sentiu a correria nigeriana. Iniesta era visto errando passes e até dando um ou outro chutão, uma raridade. A Nigéria conseguia interceptar as longas trocas de passes espanholas e dava trabalho com a bola no pé. Talvez por estarem classificados, os campeões mundiais não apertavam tanto a marcação, embora seguissem com sua compactação impressionante.
No segundo tempo, a história foi outra. Iniesta voltou a ser protagonista, e Fernando Torres entrou muito bem, provando que talvez deva ser titular. Mostrou presença de área e oportunismo ao fazer 2 a 0, após uma atuação apagada do titular Soldado. David Silva não entrou bem tecnicamente, mas dá mais velocidade que Fabregas, e a Espanha precisava mesmo de rapidez para surpreender e assustar a Nigéria. A equipe africana, antes de levar o segundo gol, perdeu uma chance incrível com Gambo. O duro castigo veio no 3 a 0, com Alba. Um placar muito enganoso para um jogo equilibrado, mas que deixa claro que bobear contra a Espanha é fatal.
A Espanha chega à semifinal onde enfrentará a velha conhecida Itália, que a deu trabalho na abertura da Eurocopa do ano passado, mas foi goleada de forma impiedosa na final do mesmo torneio. Os espanhóis, claro, são os favoritos. Além de tecnicamente serem muito superiores, enfrentarão uma Azzurra frágil defensivamente como nunca se viu.
Copa das Confederações - Grupo B - 3ª rodada
23/junho/2013
ESPANHA 3 x NIGÉRIA 0
Local: Castelão, Fortaleza (BRA)
Árbitro: Joel Aguilar (ELS)
Público: 51.263
Gols: Alba 2 do 1º; Torres 16 e Alba 42 do 2º
ESPANHA: Valdés (6), Arbeloa (5), Piqué (6), Ramos (5,5) e Alba (7,5); Busquets (7), Iniesta (6,5) e Xavi (6); Pedro (6,5) (Villa, 29 do 2º - sem nota), Soldado (5) (Torres, 14 do 2º - 6,5) e Fabregas (5,5) (Silva, 8 do 2º - 5). Técnico: Vicente del Bosque (6,5)
NIGÉRIA: Enyeama (6), Ambrose (4), Oboabona (4,5), Omeruo (sem nota) (Egwuekwe, 10 do 1º - 5) e Echiejile (6); Mba (5,5) (Ogu, 17 do 2º - 4,5), Obi Mikel (6) e Ogude (5); Akpala (5,5) (Gambo, 25 do 2º - 4,5), Ideye (5,5) e Musa (6). Técnico: Stephen Keshi (5,5)
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