Sem aposta

Semana passada comentei aqui que eu não condenava o Internacional por tentar Adriano, embora não acreditasse que a empreitada daria certo. E não deu mesmo, antes mesmo que houvesse a contratação.

Nada disso é ruim para o Inter. A postura da direção colorada foi perfeita em todo o caso. Pensou em Adriano como uma possibilidade de contratar um jogador tecnicamente diferenciado, mas sabidamente problemática fora de campo. Por isso, não apostou nele como o salvador da pátria e tratou de tomar todas as precauções: realizando exames, acompanhando a recuperação física do jogador, propondo um contrato curto e de risco, incluindo cláusulas que permitissem uma rescisão sem custos (assim como o Grêmio fizera com Sorondo no ano passado). Ao mesmo tempo, os dirigentes foram sempre cautelosos. Embora não pudessem negar que havia o interesse, jamais bateram o martelo, comemoraram antes da hora ou se mostraram empolgados com qualquer avanço que fosse, sem margem para iludir torcedores. Tudo conspirava a favor, mas faltava o exame final. Adriano não passou nele, e por isso não vem. Ponto final.

A avaliação, corretíssima, é de que o Imperador está longe de ter condições físicas para atuar em alto nível, e como o contrato seria até dezembro não valeria à pena o esforço todo. Tudo correto: de fato, Adriano dificilmente conseguiria corresponder às expectativas no curto prazo mesmo, e por isso eu duvidava que daria certo. Pelo que disse Luís César Souto de Moura à Rádio Bandeirantes, o Imperador nem mesmo no médio prazo (dois ou três meses) teria condição boa para jogar. De fato, não vale à pena.

A não-vinda de Adriano não muda muito as necessidades de contratação do Inter, pois ele seria uma aposta. Há dinheiro agora, já que Fred e Rodrigo Moledo saíram, mas é preciso contratar substituto para ambos, mais um zagueiro para grupo, outro meia e laterais para os dois lados para fechar de vez o elenco. Interessante que o clube segue na busca por mais atacantes, o que não é exatamente um dos maiores problemas com a vinda de Jorge Henrique, a menos que Leandro Damião corra risco de ser mais um negociado nesta janela de transferências. O Inter, neste exato instante, tem saldo positivo no balancete, mas extremamente negativo em termos de plantel, sem Fred, Moledo e com apenas Jorge Henrique como contratado.

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