Festa, gols e boas perspectivas



Muitos gols, lances de perigo, esquemas ofensivos, mas nem por isso pouca competitividade. Uruguai e Itália fizeram uma típica decisão pelo terceiro lugar em Salvador. A Azzurra, que esteve sempre à frente do placar, levou a melhor nos pênaltis, o que fez justiça ao seu imenso esforço de atuar com um dia a menos de descanso e por isso com alguns reservas, embora a Celeste tenha tido leve superioridade no decorrer dos 120 minutos.

O predomínio uruguaio era de certa forma esperado. Com todos os titulares à disposição, sem ter jogado prorrogação e mais descansado, o campeão sul-americano era o favorito. Mas a Itália novamente se desdobrou. O jogo começou equilibrado, até que a Azzurra achou o seu 1 a 0. Abriu o placar em uma infelicidade de Muslera, que saiu mal do gol em cruzamento de Diamanti e ainda deu o azar de a bola bater em suas costas e ficar pronta para o gol de Astori.

A partir daí, a partida ficou desenhada de forma definitiva, com o Uruguai atacando e a Itália se defendendo e tentar surpreender nos contragolpes. Com mais uma atuação vazada da defesa italiana, Buffon virou o grande destaque. Defendeu tentativas de Forlán e Suárez no primeiro tempo e salvou duas vezes em lance cara a cara com Forlán no segundo, um deles com o pé, a maior defesa da Copa das Confederações e digna de um dos maiores goleiros de todos os tempos.

Ele só foi vencido por Cavani, que empatou após bela jogada de Suárez. A seguir, os gols de falta: Diamanti fez 2 a 1 quando o Uruguai estava muito mais perto de marcar, mas Cavani, cinco minutos depois, empatou de novo. Foi a única falha de Buffon em Salvador: pulou atrasado. Apesar da boa cobrança do artilheiro do Napoli, era um chute defensável. Parecia, então, que a Celeste conseguiria a vitória, principalmente por estar mais inteira fisicamente. Teve chances mais claras durante a prorrogação, mas parou no goleiraço italiano em três das cinco cobranças na decisão por pênaltis.

O saldo para Uruguai e Itália, dois gigantes vistos com desconfiança nos últimos tempos, é positivo nesta Copa das Confederações, embora nenhum deles tenha vencido qualquer dos três jogos que disputaram cada contra grandes seleções no torneio. A tetracampeã mundial mostrou problemas defensivos evidentes, mas também provou que pode fazer jogos de exceção quando necessário, algo que ficou especialmente demonstrado na semifinal, diante da Espanha. Com a vaga na Copa quase garantida, cabe a Prandelli ajustar a retaguarda da Azzurra para que ela vire um time confiável. O que falta, mesmo, é mais qualidade técnica, algo que mesmo os times considerados mais defensivistas italianos sempre tiveram.

O Uruguai ainda vive um período de irregularidade, mas o pior já parece ter passado. Ainda em posição incômoda na tabela das eliminatórias, a Celeste encarou bem quase todos os desafios (exceto a Espanha) em gramados brasileiros, e provou que ainda pode jogar de igual para igual com algumas das maiores seleções do planeta. Chegando ao Mundial, pode novamente fazer estragos. O ponto negativo é que Forlán visivelmente já não é mais o mesmo - os pênaltis errados contra Brasil e Itália e as atuações fracas nestes jogos deixam isso claro. Por outro lado, há Cavani, jogando pela seleção o que nunca havia jogado, assumindo o protagonismo como sempre se pediu que ele fizesse. Um rei pode ainda não estar morto, mas o próximo já está posto.

Copa das Confederações 2013 - Decisão do 3º lugar
30/junho/2013
URUGUAI 2 x ITÁLIA 2
Nos pênaltis: Uruguai 2 x Itália 3
Local: Fonte Nova, Salvador (BRA)
Árbitro: Djamel Haimoudi (ALG)
Público: 43.382
Gols: Astori 23 do 1º; Cavani 12, Diamanti 27 e Cavani 32 do 2º
Cartão amarelo: Maxi Pereira, Suárez e Chiellini
Expulsão: Montolivo 4 do 2º da prorrogação
URUGUAI: Muslera (5,5), Maxi Pereira (5,5) (Álvaro Pereira, 35 do 2º - 6), Lugano (6), Godín (6) e Cáceres (5); Arévalo (6) (Pérez, 1 do 2º da prorrogação - sem nota), Gargano (5,5) e Rodríguez (5) (González, 10 do 2º - 5,5); Cavani (7,5), Forlán (5) e Suárez (6,5). Técnico: Oscar Tabarez (6)
Cobranças: Forlán (defendido), Cavani (gol), Suárez (gol), Cáceres (defendido) e Gargano (defendido).
ITÁLIA: Buffon (8,5), Maggio (6), Astori (6) (Bonucci, 5 do 1º da prorrogação - 5,5), Chiellini (5,5) e De Sciglio (5); De Rossi (5,5) (Aquilani, 24 do 2º - 5,5), Candreva (6) e Montolivo (4,5); Diamanti (7) (Giaccherini, 37 do 2º - 6), Gilardino (4,5) e El Shaarawy (5,5). Técnico: Cesare Prandelli (5,5)
Cobranças: Aquilani (gol), El Shaarawy (gol), De Sciglio (defendido) e Giaccherini (gol).

Comentários