Em terceiro, mas mais perto
Uruguai e Nigéria era o jogo com maior caráter decisivo da fase de grupos. Era a verdadeira briga direta por classificação num grupo com a favoritíssima Espanha de um lado e o frágil Taiti de outro. A derrota para a Fúria pressionava um pouco mais a Celeste para o confronto. Afinal, um empate lhe eliminaria no domingo se os nigerianos arrancassem um pontinho dos espanhóis. E deu Uruguai, com um resultado que lhe encaminha para as semifinais, salvo grande zebra na última rodada.
Tabarez montou a Celeste num incomum 3-4-3, com Forlán, Cavani e Suárez revezando de posição no ataque e criação. Enquanto a postura uruguaia foi a da pressão, funcionou. Seu time começou muito melhor, marcando os africanos sob pressão. A ideia talvez fosse um gol cedo, mas aos poucos a Nigéria foi entrando no jogo, a partir do crescimento de Obi Mikel e do lateral esquerdo Echiejile, ótimo no apoio. O gol de Lugano veio na hora certa, quando o time africano já estava mais perto do gol.
Mas a Nigéria não se abateu e seguiu mais perigosa. Empatou o jogo em golaço de Obi Mikel, que entortou Lugano e chutou fora do alcance de Muslera. A Nigéria seguiu melhor, mas perdeu o incisivo Oduamadi no fim do primeiro tempo, e ele faria falta no segundo. Mikel é um volante que está improvisado como meia na seleção, e é pouco acostumado a jogar mais avançado. Tinha em Oduamadi uma companhia na criação. Isso facilitou a reorganização defensiva do Uruguai no segundo tempo.
Tabarez não mudou o esquema para a etapa final, mas Forlán, Cavani e Suárez trocavam constantemente de posição e confundiam a marcação. Luisito chegou a recuar como meia muitas vezes, e Diego achou nas costas de Ambrose um espaço valioso para transitar pelo campo. Foi por ali que ele se infiltrou em jogada que começou com Suárez, passou por Cavani e terminou num tiro firme de pé esquerdo, de primeira, que decretou o 2 a 1.
Sem a organização de antes, esbarrando numa forte muralha uruguaia e sem tanto preparo físico como os charruas, os nigerianos não tiveram forças para buscar o empate. A vitória do Uruguai praticamente define o grupo. Curiosamente, a Nigéria ainda está em segundo lugar pelo saldo, mas pegará a Espanha, enquanto a Celeste enfrenta o Taiti e fará quantos gols forem necessários para a classificação.
Resta saber se Tabarez manterá a ideia de time neste esquema novo ou foi algo extraordinário. O Uruguai não foi um time mais bem protegido por conta do sistema tático hoje. Talvez seja a hora de Tabarez repensar a presença de Cristian Rodríguez, novamente apagado. Há opções, como Ramírez ou Lodeiro, capazes de dar maior qualidade à criação uruguaia. Todas as perguntas cabem hoje, pois o Taiti não será teste para uma provável semifinal diante de Brasíl ou Itália.
Copa das Confederações 2013 - Grupo B - 2ª rodada
20/junho/2013
URUGUAI 2 x NIGÉRIA 1
Local: Fonte Nova, Salvador (BRA)
Árbitro: Bjorn Kuipers (HOL)
Público: 26.769
Gols: Lugano 18 e Obi Mikel 36 do 1º; Forlán 5 do 2º
Cartão amarelo: Babatunde, Akpala, Lugano e Coates
URUGUAI: Muslera (5,5), Godín (6), Lugano (5,5) e Cáceres (6); Maxi Pereira (5,5), Arévalo Ríos (6), González (5,5) e Rodríguez (5) (Álvaro Pereira, 42 do 2º - sem nota); Forlán (7), Suárez (6) (Coates, 37 do 2º - sem nota) e Cavani (5,5). Técnico: Oscar Tabarez (6)
NIGÉRIA: Enyeama (5,5), Ambrose (4,5), Oboabona (4,5), Omeruo (5,5) e Echiejile (6); Ogu (5) (Mba, 20 do 2º - 5), Obi Mikel (6,5) e Ogude (5); Oduamadi (6) (Babatunde, 44 do 1º - 4,5), Ideye (5,5) (Akpala, 27 do 2º - 4,5) e Musa (5,5). Técnico: Stephen Keshi (5,5)
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