Quem tem a vantagem?

Como sempre, o 0 a 0 traz consigo milhões de indefinições. Na Bombonera não foi diferente. O placar do primeiro confronto entre Boca e Newell's transfere tudo para o Coloso del Parque, em Rosário, na semana que vem. Mesmo jogando em casa, os leprosos sabem que qualquer empate com gols dá Boca, este Boca matreiro das raposas Bianchi e Riquelme, que já eliminou o bicho-papão Corinthians do torneio.

No entanto, é inegável que o Newell's tem mais chances de passar. Não apenas por jogar em casa, mas por provar, na Bombonera, que é um time plenamente afirmado. Tata Martino montou uma equipe cheia de personalidade. Não mudou o esquema do habitual 4-3-3 para outro mais resguardado só porque jogava no caldeirão de La Boca (embora ele tenha sido um 4-5-1 quando o time era atacado). Não mudou o sistema de marcação por zona que normalmente adota só para cuidar de Riquelme. Com tantos jogadores experientes no elenco, a equipe de Rosário mais especulou que atacou, é verdade, mas provou que pode ser tão pragmática quanto é o Vélez, eliminado por ele próprio nas oitavas de final.

O Boca teve dez chegadas perigosas, contra apenas três do Newell's, mas todas as três dentro da área, contra só duas do Boca. Isso diz muito sobre o jogo. Era um time que precisava vencer para abrir vantagem, mas não conseguia penetrar na área rival, contra uma equipe sempre perigosa nos contragolpes. Tarefa facilitada pelo excelente trabalho de Scocco, um centroavante que mais parece um meia ou ponta, de tanto que se movimenta.

Há, no entanto, um porém nisso tudo: o Boca tentou a vitória, mas não a qualquer custo. Sabe que tem menos time que o rival, e por isso não se atirou para cima dele - ainda assim, poderia ter perdido. Se o Newell's veio no seu 4-3-3, o Boca veio num 4-4-2 com três volantes, e só Riquelme abastecendo Martínez e Blandi. Erviti ainda se soltava mais um pouco, Erbes de vez em quando, mas não muito. Bianchi sabe que talvez seu time tenha mais chances em Rosário, sem precisar propor o jogo, que em casa, com um time que tem notórias dificuldades para criar enfrentando um adversário que sabe contra-atacar em velocidade. Neste sentido, para quem será que foi bom o 0 a 0?

Semana que vem, a resposta. E antes um aperitivo: domingo, ambos se enfrentam novamente pelo Campeonato Argentino, em Rosário.

Copa Libertadores da América 2013 - Quartas de final, jogo de ida
BOCA JUNIORS (0): Orión; Marín, Caruzzo, Burdisso e Clemente Rodríguez; Somoza, Erviti (Sánchez Miño), Erbes e Riquelme; Martínez (Acosta) e Blandi. Técnico: Carlos Bianchi
NEWELL'S OLD BOYS (0): Guzmán; Cáceres, Vergini, Heinze e Casco; Mateo, Pérez (Bernardi) e Cruzado; Figueroa (Tonso), Scocco (Urruti) e Maxi Rodríguez. Técnico: Gerardo Martino
Data: quinta-feira, 23/05/2013, 21:30; Local: Bombonera, Buenos Aires (Argentina); Árbitro: Mauro Vigliano (Argentina); Cartão amarelo: Scocco, Casco e Vergini; Expulsão: Burdisso 47 do 2º

Comentários