O velho Felipão
Quando José Maria Marin abriu a coletiva de convocação da seleção brasileira para a Copa das Confederações, já tivemos um claro indício que Ronaldinho não seria chamado. Disse que a CBF apoiava integralmente as escolhas de Luiz Felipe, pediu que os jornalistas não fizessem perguntas a respeito de jogadores não convocados, enfim: preparou o terreno para a surpresa já não tão surpreendente, que era a ausência do craque do Atlético Mineiro da lista de 23 atletas que disputarão o torneio do próximo mês de junho.
O apoio da CBF não surpreende, ao contrário. Quando demitiu Mano e o substituiu por Felipão, Marin contratou o técnico que não levou Romário por questões disciplinares para a Copa de 2002, que barrou Vítor Baía e apostou no irregular Ricardo para o gol de Portugal de 2006, que bancou nomes como os irregulares Costinha e Maniche na mesma esquadra lusitana. Tudo em nome do comprometimento com o projeto. Não que Ronaldinho não esteja a fim da seleção brasileira, mas certamente algum motivo disciplinar existe para que ele seja barrado. Talvez o atraso para se juntar à delegação para o amistoso contra o Chile. Talvez.
Momento técnico é momento técnico. Ronaldinho não aproveitou bem as chances que teve com Felipão na seleção recentemente. Foi bem no fraco amistoso diante da Bolívia, mas fracassou contra a Inglaterra (jogou mal, errou pênalti e sua saída melhorou o time) e o Chile. Mesmo assim, não creio que seja por razões técnicas sua não convocação, afinal, o momento que ele vive no Atlético faria Luiz Felipe normalmente passar por cima de atuações anêmicas com a canarinho. Felipão já sinalizou em outras oportunidades (a mais notória em 2002, com Ronaldo), que aposta muito em craques, desde que eles estejam no espírito também. A ausência do camisa 10 deve passar mais por aí, afinal, tecnicamente, não se justifica - ainda mais com Jadson sendo convocado em seu lugar. Ronaldinho é o melhor jogador em atividade no futebol brasileiro neste começo de ano, bem superior inclusive ao tão badalado Neymar, que pena no irregular Santos de Muricy Ramalho.
Há, claro, outros problemas na lista, que acabam encobertos pela notícia maior, que é Ronaldinho ficar de fora. Filipe Luís é um lateral apenas médio, Luiz Gustavo deveria estar atrás de Ramires (outro que certamente sai por motivo disciplinar) na preferência, Jean é mais um volante improvisado que um lateral e Daniel Alves anda decadente. De qualquer forma, é preciso chamar a atenção para algumas virtudes da convocação, como a presença de Bernard, que andava realmente merecendo uma chance, e Hernanes, jogador inteligente, técnico e versátil, que caiu no ostracismo (na seleção) nos tempos de Mano Menezes.
A Copa das Confederações é um ensaio para a Copa do Mundo, não só para o país-sede, mas para todas as seleções envolvidas. No caso do Brasil, não é diferente. Felipão tem nestes 23 atletas o encaminhamento do que deve ser a lista final de 2014, mas ela não é definitiva. A ausência não só de Ronaldinho, mas também de Kaká, é a prova de que os mais experimentados, que todos conhecem, deram lugar a quem ainda precisa de afirmação. Deixar os dois de fora pode ser também uma forma de teste de opções, não um descarte definitivo.
Se há problemas disciplinares que não conhecemos, é difícil julgar Felipão - mais ainda condená-lo, já que sua carreira provou diversas vezes que, neste tipo de polêmica, ele costuma provar com o tempo que tem a razão. Algum bom motivo deve haver, em suma. Porém, se for somente opção técnica, como ele disse na entrevista coletiva, fica complicado entender o critério utilizado. Até porque, em 2002, mesmo sem Romário, havia Rivaldo, Ronaldo, Roberto Carlos e Cafu no time. E agora, sem Ronaldinho, há quem?
O apoio da CBF não surpreende, ao contrário. Quando demitiu Mano e o substituiu por Felipão, Marin contratou o técnico que não levou Romário por questões disciplinares para a Copa de 2002, que barrou Vítor Baía e apostou no irregular Ricardo para o gol de Portugal de 2006, que bancou nomes como os irregulares Costinha e Maniche na mesma esquadra lusitana. Tudo em nome do comprometimento com o projeto. Não que Ronaldinho não esteja a fim da seleção brasileira, mas certamente algum motivo disciplinar existe para que ele seja barrado. Talvez o atraso para se juntar à delegação para o amistoso contra o Chile. Talvez.
Momento técnico é momento técnico. Ronaldinho não aproveitou bem as chances que teve com Felipão na seleção recentemente. Foi bem no fraco amistoso diante da Bolívia, mas fracassou contra a Inglaterra (jogou mal, errou pênalti e sua saída melhorou o time) e o Chile. Mesmo assim, não creio que seja por razões técnicas sua não convocação, afinal, o momento que ele vive no Atlético faria Luiz Felipe normalmente passar por cima de atuações anêmicas com a canarinho. Felipão já sinalizou em outras oportunidades (a mais notória em 2002, com Ronaldo), que aposta muito em craques, desde que eles estejam no espírito também. A ausência do camisa 10 deve passar mais por aí, afinal, tecnicamente, não se justifica - ainda mais com Jadson sendo convocado em seu lugar. Ronaldinho é o melhor jogador em atividade no futebol brasileiro neste começo de ano, bem superior inclusive ao tão badalado Neymar, que pena no irregular Santos de Muricy Ramalho.
Há, claro, outros problemas na lista, que acabam encobertos pela notícia maior, que é Ronaldinho ficar de fora. Filipe Luís é um lateral apenas médio, Luiz Gustavo deveria estar atrás de Ramires (outro que certamente sai por motivo disciplinar) na preferência, Jean é mais um volante improvisado que um lateral e Daniel Alves anda decadente. De qualquer forma, é preciso chamar a atenção para algumas virtudes da convocação, como a presença de Bernard, que andava realmente merecendo uma chance, e Hernanes, jogador inteligente, técnico e versátil, que caiu no ostracismo (na seleção) nos tempos de Mano Menezes.
A Copa das Confederações é um ensaio para a Copa do Mundo, não só para o país-sede, mas para todas as seleções envolvidas. No caso do Brasil, não é diferente. Felipão tem nestes 23 atletas o encaminhamento do que deve ser a lista final de 2014, mas ela não é definitiva. A ausência não só de Ronaldinho, mas também de Kaká, é a prova de que os mais experimentados, que todos conhecem, deram lugar a quem ainda precisa de afirmação. Deixar os dois de fora pode ser também uma forma de teste de opções, não um descarte definitivo.
Se há problemas disciplinares que não conhecemos, é difícil julgar Felipão - mais ainda condená-lo, já que sua carreira provou diversas vezes que, neste tipo de polêmica, ele costuma provar com o tempo que tem a razão. Algum bom motivo deve haver, em suma. Porém, se for somente opção técnica, como ele disse na entrevista coletiva, fica complicado entender o critério utilizado. Até porque, em 2002, mesmo sem Romário, havia Rivaldo, Ronaldo, Roberto Carlos e Cafu no time. E agora, sem Ronaldinho, há quem?
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