Hora de tomar novos ares
Antes mesmo da eliminação na Liga dos Campeões para o Borussia Dortmund, José Mourinho já anunciava que não ficaria no Real Madrid para a temporada 2013/14. As especulações de que ele deve ir para o Chelsea até hoje persistem, e a Inglaterra deve ser realmente o seu destino para a próxima temporada. Certo, mesmo, é que ele não fica.
A passagem de Mourinho pelo Santiago Bernabéu não foi ruim: foi frustrante. Antes de sua chegada, o Real Madrid não chegava às semifinais da Liga dos Campeões há oito temporadas seguidas. Entre os quatro melhores ele sempre pôs o time madrilenho. Porém, não passou disso. Caiu para o Barcelona, em 2011, para o Bayern, em 2012, e para o Borussia Dortmund, agora. Com ele, a defesa madrilenha foi sólida como há anos não era, algo tão criticado pelo mundo todo na última década. Ele deu padrão de jogo, fez as estrelas jogarem muito, mas não chegou lá. Por isso não foi ruim, mas frustrante.
Pode-se dizer que ele deu o azar de enfrentar um rival que formou um dos melhores times da história do futebol justamente neste período, e que isso diminuiu demais as possibilidades de supremacia absoluta que este caríssimo e estrelado Real Madrid deveria exercer. Mas, pensando bem: não foi exatamente por isso, enfrentar de igual para igual este Barcelona, que ele e tantos craques foram contratados?
Ao todo, Mourinho ganhou em Madrid um Campeonato Espanhol e uma Supercopa Espanhola em 2012, e uma Copa do Rei em 2011. Fechará 2013 sem taças. Não fez cócegas ao Barça "decadente" e que quase não contou com seu técnico no torneio nacional, caiu de novo na Liga dos Campeões e, ontem, encerrou seu ciclo perdendo a chance de se despedir com título, como fizera seu desafeto Pep Guardiola no ano passado, quando conquistou a Copa do Rei. Levou 2 a 1 de virada do Atlético Madrid e mais uma vez viu um rival dar a volta olímpica. Pior: com a torcida adversária pedindo ironicamente que ele permaneça.
Mourinho é um técnico genial, mas de fato chegou a hora de encerrar este ciclo, que tinha tudo para dar certo, mas rendeu bem menos frutos do que todos esperavam. Não apenas pelos poucos títulos, mas pelo desgaste com algumas peças do elenco também. No Chelsea, onde ele já foi muito feliz, poderá ser de novo. Ou quem sabe em Manchester, substituindo Ferguson?
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