Ganha-ganha

A ida de Leandro do Grêmio para o Palmeiras foi o típico negócio que acabou sendo bom para todas as partes. Para o jogador, é evidente: Leandro precisava deixar Porto Alegre por um tempo e reencontrar fora do Tricolor o bom futebol dos primeiros meses de 2011. Não sai das manchetes dos jornais paulistas, e não por causa de habilitação vencida ou coisas do gênero, mas pelos gols que tem feito. Foram 7 já, contando o do amistoso contra a Bolívia, mesmo número obtido por ele em todo o ano passado.

O Palmeiras, por sua vez, ganhou um reforço importante para o seu ataque. Claro que a saída de Barcos é praticamente irreparável, mas o fato é que o argentino desejava mesmo sair. Leandro não: veio cheio de vontade de repetir em São Paulo o que fazia nos primeiros meses de profissional na Azenha. Virou artilheiro do time e foi para a seleção. Deu tão certo que o clube estuda comprá-lo. Na Série B, será peça importante da equipe. Com a qualidade que tem, deve sobrar.

O Grêmio, então, foi quem mais se deu bem. A negociação que envolveu Leandro e mais alguns reservas foi a mesma que trouxe Barcos para a Arena. Só por ter trocado um jogador promissor, mas que não conseguia render o esperado, por um centroavante que encaixou com perfeição no time, já teríamos um motivo e tanto para avaliar positivamente a negociação. No entanto, saiu tudo melhor que a encomenda: Leandro conseguiu uma surpreendente convocação para a seleção e não para de fazer gols. Seu passe já valorizou muito, e ele ainda pertence ao Grêmio. O Palmeiras já tenta juntar 5 milhões de euros para levá-lo em definitivo. Propostas maiores podem vir, se ele seguir neste ritmo.

Quem certamente deve estar respirando aliviado é José Carlos Brunoro, criticado de forma feroz pelos palmeirenses por liberar Barcos em troca de Vilson, Léo Gago, Rondinelly, Leandro e alguns milhões de reais. Podemos criticar Brunoro pelos termos da negociação, mas é inegável que o Palmeiras precisava (e ainda precisa) de grupo para a Série B, e que Barcos há tempos falava em sair do Palestra. Por sorte, todos saíram ganhando nessa. É raro: lembro em 2006, quando Shevchenko trocou o Milan pelo Chelsea. A negociação, naquele caso, foi ruim para as três partes: Shevchenko, infeliz em Londres, não repetiu mais o grande desempenho dos tempos de Itália; o Milan ficou carente de um matador; e o Chelsea, que gastou dezenas de milhões de euros na contratação, nunca obteve o retorno esperado.

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