Aumenta a pressão
Ser eliminado do Gauchão, em si, não chega a ser algo trágico para o Grêmio, que sempre fez questão de tratar o estadual como algo de menor importância dentro do panorama do primeiro semestre. O problema do momento tricolor, na verdade, são as circunstâncias, e são elas que fazem a eliminação pesar bem mais do que deveria: um time caro, que ainda não conseguiu engrenar, não tem regularidade e há horas não faz uma boa partida. Um time que se classificou com as calças na mão em um grupo longe de ser um dos mais complicados, em teoria, da Libertadores. Um time que não chegou sequer à decisão de qualquer um dos turnos do estadual. E que, por mais que tenha caído em uma competição menor, entra por isso bastante pressionado no jogo da próxima quarta, contra o Santa Fé.
A atuação da equipe de Vanderlei Luxemburgo neste sábado, diga-se, não foi das piores. Viu-se uma boa partida de Vargas, mais solto, insinuante e participativo, a volta dos gols de Barcos, Zé Roberto e Fernando bem como de hábito. O time foi mais veloz que em outros jogos, criou mais, teve chances e até merecia a vitória pelo que fez em campo. Mesmo assim, é exagero dizer que jogou bem ou que a eliminação foi injusta, pois o time caxiense deu a vida por esta vaga, seus jogadores choraram ao conquistá-la. O Grêmio em nenhum momento conseguiu pressionar o Juventude, o que é preocupante, até certo ponto. O jogo foi de muita marcação, muita pegada dos dois lados. Não dá para dizer que a equipe de Luxa não tentou, ou que desdenhou da partida. Seria como a raposa falando das uvas.
Não foi hoje que o Grêmio perdeu a vaga. Foi segunda-feira, ao empatar de forma patética com o modesto São Luiz, em plena Arena, com um homem a mais em campo. Deixou de fazer um jogo em casa para ir até o Alfredo Jaconi, onde o Juventude não perde há mais de dois anos. Na Taça Piratini, a equipe fez o que era possível diante de um calendário tão apertado. Na Farroupilha, porém, jogaram quase só os titulares, que nem conseguiram chegar à sua decisão. Foco em Libertadores à parte, é um fracasso. Ainda mais quando o rendimento na própria Libertadores está aquém do esperado.
A eliminação pressiona Luxemburgo e o seu time. Por menos importância que tenha o Gauchão diante de uma Libertadores, uma eliminação (seja para time do interior ou em Gre-Nal) sempre é um desgaste, ainda mais quando o desempenho na competição principal já não vem agradando. Afinal, se não conseguiu eliminar o Juventude, terá condições de tirar o Santa Fé e os outros pesadíssimos concorrentes na luta pelo título continental? É claro que há, exemplos não faltam - o campeão da América do ano passado caiu no estadual perdendo em casa para um time do interior. Mas uma coisa é certa: é preciso jogar mais, muito mais. E agora não há desculpas para as más atuações nem possibilidade de adiar as boas atuações.
Comentários
Assim dava rítmo pra quem precisaria entrar no time titular e ainda não desgastava a comissão técnica.
Fora os riscos de lesões.
Mas não sabem priorizar nada.