Quem parte para cima?
2013 mal começou e o Grêmio já vai para mais uma decisão em sua busca do título da Libertadores. Calendário maluco e estadual à parte, o caráter decisivo de todas essas partidas foi motivado pelo próprio Grêmio: não haveria jogo em Quito em pleno janeiro se o time tivesse vencido um Inter capenga, com dois a menos, na última partida do Brasileirão do ano passado; não haveria drama e decisão por pênaltis se o time tivesse aproveitado as chances no Equador e em Porto Alegre diante dos equatorianos; não haveria tanto drama pré-jogo para hoje à noite se uma vitória sobre o Huachipato tivesse ocorrido na última quinta-feira.
Por trás de todos esses pequenos reveses que tiram o sono dos gremistas está um fator em comum: a dificuldade de bater times fechados. Foi assim que jogaram Inter, LDU e, um pouco menos, o Huachipato. Foi assim que jogaram Náutico, Botafogo, Coritiba, Cruzeiro e Santos no Olímpico no returno do ano passado, todas vitórias sofridas ou empates frustrantes, e todos adversários inferiores ao Grêmio. E assim, talvez, jogue o Fluminense hoje à noite.
Quem acompanhou o Flu em sua caminhada rumo ao título nacional de 2012 lembra bem que o time de Abel Braga nunca se impunha aos adversários, nunca o pressionava: era um time que se defendia com extrema competência e dava o bote na hora certa, com a velocidade de Wellington Nem e o oportunismo de Fred na definição. Por isso, Thiago Neves foi coadjuvante e Wagner sucumbiu no banco de reservas o ano inteiro. O Fluminense não teve Deco na maior parte da temporada passada, mas achou um modo de prescindir de seu criador que funcionou de forma brilhante. Trata-se do único time desde a adoção dos pontos corridos que obteve melhor aproveitamento fora de casa que como mandante, justamente por conta de sua característica de jogo. Como a formação que jogará hoje é praticamente a mesma que foi campeã brasileira, mesmo com Deco em campo, dificilmente mudará seu estilo de atuar. Na estreia, bateu o Caracas, na Venezuela, exatamente deste modo.
O Grêmio de 2012 tinha uma coisa em comum com o Flu: atuava melhor fora de casa que no Olímpico. Em 2013, parece igual: a melhor atuação do time na Libertadores até agora foi no Casablanca, contra a LDU - um time que jogou mais fechado que aberto, mas concedeu alguns espaços porque precisava abrir vantagem jogando em casa. Não é à toa: foi quando a equipe teve mais espaço para atuar. Trata-se de um time que domina o adversário pela extrema qualidade de seus meio-campistas, mas é lento para atuar em velocidade, pelo fato de estes mesmos meio-campistas serem lentos. O Grêmio dominou o Fluminense nos dois jogos do Brasileirão do ano passado, por exemplo.
Hoje, pela primeira vez, o Grêmio enfrentará um adversário de qualidade semelhante. A questão é saber quem partirá para cima de quem. Mesmo jogando fora de casa, aposto que será o time de Luxemburgo: é da característica do Grêmio tomar a iniciativa, e é a natureza do Fluminense esperar e sair na hora certa. A surpresa pode vir por Welliton: trata-se de um atacante de velocidade, embora bom definidor, peça que o time não tinha no ano passado. Se Barcos não começar como titular, talvez Luxemburgo esteja pensando em armar o time de um modo um pouco menos propositivo, justamente para explorar esta sua característica. Contra o Veranópolis, ele quase marcou um gol assim, em lançamento primoroso de Elano. Marcelo Moreno, de característica semelhante à do Pirata, não treinou nenhuma vez como titular. Pode ser um indício.
Já vale secar
Um pouco antes de Fluminense x Grêmio haverá Huachipato x Caracas, no Chile. O time gaúcho torce pelos venezuelanos: um tropeço do algoz gremista na semana passada embolará o Grupo 8 da Libertadores, e tudo o que o Grêmio precisa é de um reequilíbrio na chave. Até empate serve, desde que o time pontue no Engenhão. Flu e Huachipato jogarão duas vezes seguidas, e obrigatoriamente perderão pontos que podem fazer os comandados de Luxa se aproximarem na tabela. Isso se a equipe pontuar bastante diante do Caracas, que não é um adversário tão desprezível como as projeções otimistas apontam.
Com naturalidade
Eram 21 minutos e, com uma assistência e um gol de Müller, o Bayern München já fazia 2 a 0 no Arsenal em pleno Emirates. Falávamos domingo: a última chance de título em 2013 para os gunners era a Copa da Inglaterra. Com um time fraco, moldado por uma política de contratações que precisa ser urgentemente revista, os vice-campeões europeus de 2006 não tinham nenhuma chance de sucesso no principal torneio europeu. Os alemães, ao contrário, são um dos principais favoritos à taça que escapou em casa, nos pênaltis, para o Chelsea no ano passado.
Força uruguaia
Os times do Uruguai começaram bem na Libertadores. Ontem, o Peñarol ganhou a segunda seguida em um dos grupos mais difíceis da competição: depois de bater o Deportes Iquique fora de casa, fez 1 a 0 sobre o Emelec no Centenário, liderando o grupo do Vélez. Já o Nacional, que quase perdeu para o Barcelona de Guayaquil em casa na estreia, fez 3 a 2 no Toluca, que batera o Boca na Bombonera, e fora de casa. Lidera outro grupo parelho da competição. Em Assunção, o Olímpia se recuperou da estreia ruim e fez 3 a 0 na Universidad de Chile. Em Bogotá, o Millonarios começou mal: perdeu para o Tijuana por 1 a 0. É grupo do Corinthians.
Por trás de todos esses pequenos reveses que tiram o sono dos gremistas está um fator em comum: a dificuldade de bater times fechados. Foi assim que jogaram Inter, LDU e, um pouco menos, o Huachipato. Foi assim que jogaram Náutico, Botafogo, Coritiba, Cruzeiro e Santos no Olímpico no returno do ano passado, todas vitórias sofridas ou empates frustrantes, e todos adversários inferiores ao Grêmio. E assim, talvez, jogue o Fluminense hoje à noite.
Quem acompanhou o Flu em sua caminhada rumo ao título nacional de 2012 lembra bem que o time de Abel Braga nunca se impunha aos adversários, nunca o pressionava: era um time que se defendia com extrema competência e dava o bote na hora certa, com a velocidade de Wellington Nem e o oportunismo de Fred na definição. Por isso, Thiago Neves foi coadjuvante e Wagner sucumbiu no banco de reservas o ano inteiro. O Fluminense não teve Deco na maior parte da temporada passada, mas achou um modo de prescindir de seu criador que funcionou de forma brilhante. Trata-se do único time desde a adoção dos pontos corridos que obteve melhor aproveitamento fora de casa que como mandante, justamente por conta de sua característica de jogo. Como a formação que jogará hoje é praticamente a mesma que foi campeã brasileira, mesmo com Deco em campo, dificilmente mudará seu estilo de atuar. Na estreia, bateu o Caracas, na Venezuela, exatamente deste modo.
O Grêmio de 2012 tinha uma coisa em comum com o Flu: atuava melhor fora de casa que no Olímpico. Em 2013, parece igual: a melhor atuação do time na Libertadores até agora foi no Casablanca, contra a LDU - um time que jogou mais fechado que aberto, mas concedeu alguns espaços porque precisava abrir vantagem jogando em casa. Não é à toa: foi quando a equipe teve mais espaço para atuar. Trata-se de um time que domina o adversário pela extrema qualidade de seus meio-campistas, mas é lento para atuar em velocidade, pelo fato de estes mesmos meio-campistas serem lentos. O Grêmio dominou o Fluminense nos dois jogos do Brasileirão do ano passado, por exemplo.
Hoje, pela primeira vez, o Grêmio enfrentará um adversário de qualidade semelhante. A questão é saber quem partirá para cima de quem. Mesmo jogando fora de casa, aposto que será o time de Luxemburgo: é da característica do Grêmio tomar a iniciativa, e é a natureza do Fluminense esperar e sair na hora certa. A surpresa pode vir por Welliton: trata-se de um atacante de velocidade, embora bom definidor, peça que o time não tinha no ano passado. Se Barcos não começar como titular, talvez Luxemburgo esteja pensando em armar o time de um modo um pouco menos propositivo, justamente para explorar esta sua característica. Contra o Veranópolis, ele quase marcou um gol assim, em lançamento primoroso de Elano. Marcelo Moreno, de característica semelhante à do Pirata, não treinou nenhuma vez como titular. Pode ser um indício.
Já vale secar
Um pouco antes de Fluminense x Grêmio haverá Huachipato x Caracas, no Chile. O time gaúcho torce pelos venezuelanos: um tropeço do algoz gremista na semana passada embolará o Grupo 8 da Libertadores, e tudo o que o Grêmio precisa é de um reequilíbrio na chave. Até empate serve, desde que o time pontue no Engenhão. Flu e Huachipato jogarão duas vezes seguidas, e obrigatoriamente perderão pontos que podem fazer os comandados de Luxa se aproximarem na tabela. Isso se a equipe pontuar bastante diante do Caracas, que não é um adversário tão desprezível como as projeções otimistas apontam.
Com naturalidade
Eram 21 minutos e, com uma assistência e um gol de Müller, o Bayern München já fazia 2 a 0 no Arsenal em pleno Emirates. Falávamos domingo: a última chance de título em 2013 para os gunners era a Copa da Inglaterra. Com um time fraco, moldado por uma política de contratações que precisa ser urgentemente revista, os vice-campeões europeus de 2006 não tinham nenhuma chance de sucesso no principal torneio europeu. Os alemães, ao contrário, são um dos principais favoritos à taça que escapou em casa, nos pênaltis, para o Chelsea no ano passado.
Força uruguaia
Os times do Uruguai começaram bem na Libertadores. Ontem, o Peñarol ganhou a segunda seguida em um dos grupos mais difíceis da competição: depois de bater o Deportes Iquique fora de casa, fez 1 a 0 sobre o Emelec no Centenário, liderando o grupo do Vélez. Já o Nacional, que quase perdeu para o Barcelona de Guayaquil em casa na estreia, fez 3 a 2 no Toluca, que batera o Boca na Bombonera, e fora de casa. Lidera outro grupo parelho da competição. Em Assunção, o Olímpia se recuperou da estreia ruim e fez 3 a 0 na Universidad de Chile. Em Bogotá, o Millonarios começou mal: perdeu para o Tijuana por 1 a 0. É grupo do Corinthians.
Comentários
Reportagem mais surreal de todos os tempos.
Só o futuro dirá.
Como é que foi o jogo? Alguém viu?