Um Gauchão desfalcado de seus palcos

O Campeonato Gaúcho que começa hoje à tarde será diferente e histórico antes mesmo de a bola rolar. Afinal, será um Gauchão sem Olímpico e sem Beira-Rio. Os dois principais palcos da história do futebol rio-grandense não se farão presentes no estadual pela primeira vez em 60 anos. O Olímpico ainda receberá dois jogos do Grêmio antes de sua desativação. A moderna Arena virá a partir de fevereiro. O Beira-Rio, em obras, só volta no fim do ano. O Colorado mandará seus jogos no Centenário, na Ulbra e em Erechim.

Desfalcado de seus dois grandes estádios, o Gauchão também estará desfalcado das maiores estrelas da Dupla Gre-Nal em suas primeiras rodadas. Grêmio e Internacional aprenderam com os erros do passado. O Colorado decidiu alongar sua pré-temporada e jogará as primeiras rodadas com time B. A partir de fevereiro, se dedicará somente ao Gauchão até que a Copa do Brasil inicie. O Tricolor nem teve opção: com a pré-Libertadores em janeiro, botar titulares no estadual seria um crime. Time principal? Só do Gre-Nal em diante.

Há alguns anos, talvez desde 2003, não tínhamos um Gauchão onde o Grêmio começava com time superior ao do Internacional em termos técnicos, no papel, como agora. O desafio para o Tricolor será conciliar o Gauchão com a Libertadores, se o objetivo for mesmo evitar um tricampeonato do Inter. Conhecendo Fábio Koff e seu histórico como dirigente, a tendência é priorizar a competição continental e fazer o melhor possível no estadual sem atrapalhar a grande meta, que é o tri da América. Isso aumenta as chances de um Inter em reconstrução, com Dunga faminto por mostrar serviço.

Com a Dupla relegando o estadual a segundo plano, o interior cresce o olho para a Taça Piratini. Candidatos não faltam. Times como Veranópolis, Lajeadense e Novo Hamburgo têm feito seguidas boas campanhas. Os dois pequenos da capital também costumam incomodar - especialmente o São José, campeão da Copa Centenário. Esportivo e Passo Fundo estão de volta e prometem boas campanhas em seu retorno,embora tenham investido pouco. O Canoas sonha em repetir a reação do ano passado, com o mesmo Rogério Zimermann no comando, mas é fraco. O Pelotas tem tradição, investimento e a Boca do Lobo, três fatores importantes. Isso sem falar, claro, em Caxias e Juventude, sempre os primeiros candidatos a estragar qualquer festa em azul ou vermelho. Mas todos estão vários níveis atrás dos dois grandes da capital, em condições normais.

Neste link, nosso mapa temático detalhado do Campeonato Gaúcho de 2013.

CAMPEONATO GAÚCHO 2013
Clubes: 16
Favoritos: Grêmio e Internacional
Podem surpreender: Caxias, Juventude, Pelotas, Novo Hamburgo, São José, Veranópolis e Lajeadense
Figurantes/zebras: Canoas, Cruzeiro-RS, Cerâmica, Esportivo, Passo Fundo, Santa Cruz-RS e São Luiz
Fórmula: os 16 clubes estão divididos em dois grupos. A disputa se dará em dois turnos. No primeiro, chamado Taça Piratini, os clubes enfrentam os adversários do grupo contrário. Os quatro primeiros de cada chave passam para os mata-matas, que definirão o campeão sempre em jogo único. O segundo, chamado de Taça Farroupilha, tem regulamento idêntico, mas as equipes enfrentam os adversários de seu próprio grupo. O campeão de cada turno decide o Gauchão. Se um clube ganhar os dois turnos, será campeão antecipado.
Maiores campeões
Internacional - 41 títulos
Grêmio - 36 títulos
Guarany de Bagé - 2 títulos
Últimos 10 campeões
2003 - Internacional
2004 - Internacional
2005 - Internacional
2006 - Grêmio
2007 - Grêmio
2008 - Internacional
2009 - Internacional
2010 - Grêmio
2011 - Internacional
2012 - Internacional

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