Souza, Dida e o Olímpico

A contratação de Souza é, disparada, a principal que o Grêmio fez até agora em 2013. Isto não é uma crítica à falta de reforços melhores: trata-se de um jogador realmente importante, de grande qualidade técnica, fundamental no equilíbrio do meio-campo gremista. E o principal: sua permanência era considerada improvável, quase impossível por alguns. Mas ficará, e como jogador pertencente ao clube.

Assim, Vanderlei Luxemburgo ganha uma opção importantíssima para a partida de Quito. Em vez de usar o meio-campo aberto, com Marco Antônio de segundo volante, ganha um jogador de bem mais porte físico e poder de marcação. Será necessário: a LDU, além de costumeiramente formar equipes compostas por jogadores de força física e alto potencial atlético, costuma pressionar os adversários a partir de um adiantamento feito na linha de seu meio-campo. Souza colaborará bem mais que Marco Antônio, seja em que aspecto for.

A má notícia deste começo de ano do Grêmio, embora esperada, diz respeito ao gol. Marcelo Grohe, ao que parece, será mesmo preterido por Dida - que fez um bom Campeonato Brasileiro, ao contrário do que alguns têm espalhado por aí, mas não superior ao de Marcelo. Este trata-se de um goleiro da base gremista, que evoluiu muito nos anos em que foi reserva de Victor, e demonstrou por seis meses que está, sim, pronto para ser titular do Grêmio. Para muitos, é o novo Danrlei, o que é talvez um exagero. Mas, provavelmente, esteja sendo um novo Murilo - o goleiro que deixou o Olímpico no fim dos anos 90 por falta de oportunidades, mesmo sendo ótimo embaixo das traves.

Falando em Olímpico, cogitar voltar ao velho estádio em dois jogos no Gauchão tem pouco de romântico e muito de estelionato com torcedores que se despediram de sua velha casa no Gre-Nal do dia 2 de dezembro e devem pagar uma mensalidade (bem) mais cara agora em janeiro. Os acessos à Arena não estão prontos? Ora, há centenas de estádios por todo o Brasil em condições ainda piores. Se formos esperar ficar tudo pronto, só em 2014 ou 2015 o estádio poderá receber jogos. Questão do gramado? No Jogo contra a Pobreza, nenhuma leiva se soltou, e os próprios jogadores do Grêmio aprovaram o piso no jogo-treino contra o Canoas, ontem.

Levei meu sobrinho de 5 anos ao Olímpico no fim de dezembro, para que ele pudesse conhecer o estádio antes que ele fosse abaixo. Vi um local abandonado, com várias depredações. Pedaços do muro que separa o fosso das arquibancadas quebrados e substituídos por perigosas peças de madeira velha, lances do banco da social arrancados, cadeiras faltando, grama nascendo em meio ao concreto. O gramado da Arena não é bom? O do Olímpico tem recebido peladas da pior qualidade durante o sempre escaldante verão porto-alegrense. Certamente, um cenário bem  menos propício para receber jogos que a Arena, a qual visitei no jogo de Zidane e Ronaldo e, mesmo sem estar plenamente pronta, já superava o próprio caldeirão da Azenha quando este recebia jogos normalmente.

Ao menos, uma boa notícia nisso tudo: o Grêmio cogita levar dois jogos da Taça Piratini para o Olímpico. Ou seja: nem o estádio será titular enquanto o Gauchão atrapalhar a Libertadores. É assim que o estadual deve ser tratado enquanto for longo demais.

Em tempo:
- Duvido que o Olímpico receba estes dois jogos que estão falando. Mas vale deixar a opinião registrada mesmo assim.

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