Retrospectiva 2012: Palmeiras

Poucas vezes na história, talvez nunca, um grande time brasileiro teve tantos altos e baixos numa mesma temporada quanto o Palmeiras em 2012. A equipe começou o ano bem no Paulistão, com boas contratações, mas logo caiu muito de rendimento. Cresceu e venceu a Copa do Brasil, mas começou mal o Brasileirão. Não conseguiu reagir, afundou cada vez mais e caiu para a segunda divisão mesmo com um título nacional no ano e com vaga garantida na Libertadores.

No Brasileirão, o Palmeiras manteve-se o tempo inteiro na ponta de baixo da tabela. No começo, por causa da priorização da Copa do Brasil. Mas Luiz Felipe viu que a saída da zona de rebaixamento não seria tão natural assim como muitos achavam. Pediu reforços ainda no primeiro turno para evitar o pior, mas só Obina chegou. Na virada do primeiro turno, a derrota em casa para o Santos colocou o time no Z-4 para nunca mais sair de lá.

O drama começou a ganhar contornos cada vez mais dramáticos. Na 20ª rodada, uma derrota por 3 a 0 para a Portuguesa escancarou a gravidade da situação, deixando o Verdão quatro pontos atrás da saída da zona de rebaixamento. Felipão caiu após a derrota por 3 a 1 para o Vasco, na 25ª rodada. Veio Gílson Kleina, o time ameaçou reagir, mas ainda assim tinha tropeços imperdoáveis. Uma derrota foi especialmente emblemática: na 29ª rodada, se vencesse o Coritiba em Araraquara, o Palmeiras ficaria a apenas três pontos do Coxa, na época o 16º colocado. Perdeu por 1 a 0 no finzinho, vendo a distância aumentar para nove pontos.

Todos sabiam que o rebaixamento, ali, era praticamente inevitável. Em nenhuma rodada do segundo turno a equipe esteve a menos de quatro pontos de distância do 16º lugar. Após perder por 2 a 1 para o Inter em Porto Alegre, o Palmeiras tentou desesperadamente a anulação da partida, após a arbitragem anular um gol marcado com a mão por Barcos. A alegação é de que o vídeo fora usado para a anulação da jogada, o que é proibido pela FIFA. A equipe perdeu por unanimidade no STJD. Foi a última cartada. O empate em 1 a 1 com o Flamengo, aliado ao 2 a 2 da Portuguesa com o Grêmio, rebaixou a equipe a duas rodadas do fim da competição.

Apesar de interromper o jejum de 12 anos sem grandes títulos, é evidente que o gosto na boca dos palmeirenses no fim do ano é pra lá de amargo. Afinal, além da queda, a equipe viu o Corinthians ganhar a Libertadores e o Mundial, além do título da Sul-Americana conquistado pelo São Paulo. A Copa do Brasil acabou ficando com cara de consolo.

NÚMEROS DA CAMPANHA
34 pontos; 38 jogos; 9 vitórias; 7 empates; 22 derrotas; 39 gols marcados; 54 gols sofridos; 29,8% de aproveitamento
Em casa: 23 pontos (40,4%) - 18ª melhor campanha
Fora: 11 pontos (19,3%) - 18ª melhor campanha
Destaques: Barcos (A), Henrique (Z), Marcos Assunção (V)
Decepção: Valdívia (M)
Artilheiro: Barcos, 14 gols
Média de público: 12.290 (11º)
Posição rodada a rodada:
5ª rodada: 18º; 10ª rodada: 18º; 15ª rodada: 17º; 20ª rodada: 17º; 25ª rodada: 19º; 30ª rodada: 18º; 35ª rodada: 18º; Final: 18º
Melhor atuação: Figueirense 1 x Palmeiras 3 (26ª rodada)
Pior atuação: Portuguesa 3 x Palmeiras 0 (20ª rodada)
Turno: 16 pontos, 17º colocado
Returno: 18 pontos, 18º colocado
Prognóstico Carta na Manga (13/05/2012): candidato à Sul-Americana
2013: rebaixado à Série B, mas disputará a Libertadores por ter sido campeão da Copa do Brasil

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