Tarde de drama em Presidente Prudente

A tarde deste domingo deve ser histórica pela grande possibilidade de definição do título antecipado do Fluminense e pela igualmente forte possibilidade de praticamente confirmação do rebaixamento do Palmeiras. Desde 2007 um Brasileirão não é decidido por antecipação. Além do campeão e do virtual rebaixamento de um grande, podemos ter as confirmações matemáticas da classificação à Libertadores do Grêmio e da queda à Série B do Figueirense. O grande drama, é claro, está instalado em Presidente Prudente, onde o jogo pode definir os dois fatos históricos da primeira frase deste texto. Vamos aos jogos.

Palmeiras (18º, 33) x Fluminense (1º, 73): eis o jogo do campeonato, senhores. Nada menos que 40 pontos separam o líder Fluminense do quase rebaixado Palmeiras. Um verdadeiro abismo. Em campo, porém, haverá um time faminto pelo resultado contra outro que sabe que já é o campeão brasileiro, e confirmar isso só depende de sua própria pressa. Mas jogar no erro dos adversários é o que o Flu fez o ano inteiro, quase sempre com sucesso. Por isso o jogo de hoje se desenha tão favoravelmente aos cariocas. Foram raras as oportunidades, de 2003 para cá, em jogos com clubes nesta situação, onde o ameaçado venceu o quase campeão. Só a vitória interessa ao Verdão. Qualquer outro resultado deve rebaixá-lo, na prática. Ao Flu, até mesmo uma derrota pode servir. O jogo das 17:00, portanto, pode entrar para a história por dois motivos.

Vasco (8º, 50) x Atlético-MG (2º, 64): praticamente eliminado da Libertadores, o Vasco entra com o nada favorável cartel de seis derrotas consecutivas para receber um Galo que, embora já nem pense mais em título, vive uma encruada disputa pelo vice-campeonato com o Grêmio. Teoricamente seria jogo fácil para os mineiros, mas a irregularidade do time de Cuca como visitante - sua última vitória fora de casa foi em julho, o que dá 10 jogos de jejum - pesa contra os planos do time de Belo Horizonte.

Grêmio (3º, 63) x São Paulo (4º, 59): um jogaço, tecnicamente o melhor da rodada disparado. O Grêmio tem alguns desfalques e vem cansado, mas não perde há simplesmente 14 jogos. O jogo de hoje vale para tentar ultrapassar o Atlético-MG na briga pelo segundo lugar (e a vaga direta na fase de grupos da Libertadores) e deixar o São Paulo definitivamente para trás. O Tricolor Paulista, mesmo ganhando, ainda não confirma vaga na Libertadores, mas já passa a sonhar com o vice também. Além disso, é uma prévia da possível semifinal da Copa Sul-Americana, que ocorrerá em dez dias, caso o time gaúcho elimine o Millonarios quinta que vem. O Olímpico lotado é a prova de que se trata de um jogaço.

Ponte Preta (14º, 43) x Internacional (7º, 51): praticamente livre da queda, a Ponte tem a chance de confirmar isso matematicamente e se colocar numa boa posição para pleitear a disputa da Copa Sul-Americana se vencer o Inter hoje em Campinas. O Colorado, praticamente alijado da briga pela Libertadores, cumpre carnê.

Náutico (10º, 45) x Flamengo (12º, 44): livres do risco de rebaixamento, Náutico e Flamengo fazem jogo com poucos atrativos nos Aflitos. A ideia é a mesma da Ponte Preta: confirmar matematicamente a permanência na elite e se colocar bem para jogar a Sul-Americana 2013.

Cruzeiro (13º, 43) x Bahia (16º, 40): jogo tenso. Time mais decadente do Brasileiro, o Cruzeiro ainda está de certa forma ameaçado de queda. Mesmo sete pontos atrás do Sport, vem em queda livre, o que sugere alguns cuidados. Ao Bahia, a partida é totalmente decisiva pela permanência na Série A. O time nordestino é favorito.

Figueirense (19º, 28) x Sport (17º, 36): confronto do 19º com o 17º a quatro jogos do fim sempre tem alta carga de tensão, mas não é tanto o caso de hoje à tarde. A partida deve confirmar o óbvio: o rebaixamento do Figueirense. Para o Sport, sim, o jogo é de total importância. É preciso vencer no Orlando Scarpelli e secar o Bahia no Independência. 

Ontem
Três jogos pouco relevantes para os rumos do campeonato. O Corinthians (6º, 53) vai terminando o ano em grande estilo. Os 5 a 1 sobre o Coritiba (11º, 45) mostram um time em pleno crescimento, um mês antes de Tóquio. O Botafogo (5º, 54) fez 3 a 0 na ameaçadíssima Portuguesa (15º, 40) e ainda sonha com Libertadores, embora seja quase impossível. Ao menos, impediu a comemoração antecipada do São Paulo hoje. Em Goiânia, o rebaixado Atlético-GO (20º, 26) virou para cima do Santos (9º, 46), outro que nada tem a fazer: 2 a 1.

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